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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil registra piora em ambiente institucional para negócios

Estudo conduzido pela PALAS registrou queda de 26% em relação a 2020


Ter um ambiente de negócios seguro e simplificado é fundamental para a expansão empresarial e crescimento econômico de qualquer país. No Brasil, infelizmente, este aspecto vem piorando. Segundo dados divulgados no último Índice Global de Inovação (IGI), realizado pela World Intellectual Property Organization (WIPO), que analisa 133 países, ocupamos a 103ª posição na categoria “Instituições”. Em 2020, ocupávamos a 82ª posição. Uma queda de 26%, segundo uma análise comparativa realizada pela PALAS, consultoria pioneira na ISO de Inovação.

Dentro desta categoria, foram avaliados três aspectos com notas individuais. No primeiro deles, “Ambiente institucional”, responsável por medir a probabilidade e gravidade dos riscos políticos, legais, operacionais ou de segurança que afetem as operações comerciais, estávamos na 91ª posição em 2020 e caímos para 92ª, em 2024, uma queda de 1%.

Já no quesito “Ambiente regulatório”, que reflete as percepções da capacidade do governo de formular e implementar políticas e regulamentos que permitem e promovem o desenvolvimento do setor privado, fomos de 77ª para 81ª, uma queda de 5%.

Na terceira categoria avaliada, de “Ambiente de negócios”, representando a garantia governamental de um ambiente político estável para se fazer negócios, a queda foi ainda mais brusca, indo do 80º lugar para o 125º, o que é equivalente a uma piora de 56% em apenas quatro anos. “Esses números servem de alerta para que as iniciativas públicas e privadas repensem as condições institucionais do nosso país”, defende Alexandre Pierro, sócio fundador da PALAS.

Países como Tailândia, Vietnã, Ilha de Malta, Turquia, Polônia e Islândia, que são infinitamente menores que o Brasil tanto em extensão territorial quanto populacional, estão à nossa frente neste ranking, demonstrando classificações superiores e melhores condições para fomentar um ambiente inovador.

De acordo com Pierro, mesmo dispondo de completa capacidade para se destacar em inovação, nosso país peca em termos estratégicos. “O Brasil precisa melhorar – e muito – seus critérios de governança corporativa. E, obviamente, esta não é uma obrigação apenas do governo. As empresas também devem desenvolver ambientes mais promissores, buscando se estruturar para competir de igual para igual com outros países”. 

Segundo o especialista, as normas ISO têm justamente essa finalidade. “Elas funcionam como uma língua universal para os negócios, criando padrões elevados de gestão”, alega. A ISO 9001, de gestão da qualidade, é a mais adotada em todo o mundo e fornece requisitos essenciais para melhorar e aumentar a capacidade de uma empresa fornecer produtos e serviços de maneira consistente, atendendo às demandas de seus clientes e do mercado como um todo.

Mais recentemente foi publicada a ISO 56001, de gestão da inovação, que estabelece requisitos para que uma empresa inove de forma consistente e contínua. A metodologia está embasada em oito pilares: Liderança com foco no futuro; Adaptabilidade e resiliência; Abordagem por processos; Gestão de incertezas; Cultura colaborativa; Direção estratégica; Realização de valor e Gestão de insights.  

Contudo, a norma não estabelece o que cada empresa deve fazer, devendo cada uma criar suas próprias estratégias de acordo com os objetivos esperados. “Já temos casos de implementação em empresas de portes e segmentos diferente e, em todas elas, os resultados mostram que inovar é um direito e dever de todos. Estas empresas estão criando ambientes de negócios muito mais seguros e promissores no médio e longo prazo”, garante.

Inovar a partir de um modelo internacional pode ser o caminho mais curto para que o Brasil, país que figura entre as 10 maiores economias do mundo, conquiste uma posição mais adequada no Índice Global de Inovação. “Temos plena possibilidade de nos tornarmos uma referência em inovação. Contudo, precisamos adotar estratégias inteligentes, capazes de elevar o nosso patamar de governança para a inovação de maneira sólida”, finaliza Pierro.

 

ISO de inovação
www.isodeinovacao.com.br


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