A convite da Inspirali, Dr Evaldo Stanislau alerta para o risco do sentimento se transformar em doença
Apesar de ser um
processo normal e socialmente aceito, o luto é um período de extremo sofrimento
mental e, às vezes até físico, que, se não tiver um acompanhamento adequado,
pode se tornar uma doença. De acordo com as Sociedades de Psiquiatria, quando o
luto passa dos seis ou 12 meses, ele vira uma doença chamada de Síndrome do
luto prolongado que afeta cerca de 3 a 10% das pessoas que perdem um ente amado
por causas naturais. Porém, a incidência aumenta muito quando decorrente de
morte violenta ou inesperada.
Segundo o infectologista
Dr. Evaldo Stanislau, professor da Universidade São Judas e gerente de Pesquisa
Acadêmica da Inspirali, principal ecossistema de educação médica do país, toda
perda gera uma tristeza e o que muda é a profundidade da dor. “No processo de
luto, quando este tempo não é administrado da melhor forma possível, pode haver
um grande impacto na saúde mental”, esclarece o médico.
Dr. Evaldo explica
que, entre os sintomas do luto prolongado que devemos observar, destaca-se um
intenso sofrimento emocional, sonolência excessiva, solidão extrema, sensação
de perda de identidade, descrença, negação de tudo que remeta a perda
irreversível da pessoa amada, dificuldade em retomar as relações e atividades
cotidianas e sentir que a vida perdeu o sentido. “É preciso entender o quanto é
sofrer demais a perda de um ente amado. Três ou mais destes sintomas já nos
deve fazer suspeitar da doença. Então, é importante estarmos atentos e cuidar
da pessoa acometida, levando-o, necessariamente, para uma avaliação
psiquiátrica”, complementa.
Para tratar o
sofrimento, o médico recomenda a psicoterapia e outras práticas não
medicamentosas. “Penso que o uso de antidepressivos muitas vezes é um atalho
ruim e frequentemente utilizado, mas não se mostra como medida principal”,
finaliza.
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