Ela
aparece pela expectativa de um evento importante ou pelo medo do desconhecido.
Seja de maneira sutil ou de forma avassaladora, quem nunca usou a frase: “Estou
ansioso (a)”? A psicóloga Tatiane Mosso, da capital paulista explica como o
impacto da ansiedade pode ser profundo quando a ultrapassa os limites normais e
se torna um transtorno.
Segundo
a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% da população brasileira, o
equivalente a 18,6 milhões de pessoas, sofre com o problema. Mas, para entender
quando é natural e até benéfica ou quando a ansiedade se torna, de fato, um
problema, a especialista exemplifica.
“A
ansiedade considerada natural é, em sua essência, é uma reação natural do
corpo. Ela é uma resposta do organismo a situações desafiadoras ou ameaçadoras.
Esse sentimento acende o alerta para a importância de algo e prepara para agir
por colocar o indivíduo em estado de alerta e impulsiona a tomar ações que
podem prevenir resultados negativos”, explica a especialista que complementa:
“Quando essa reação ‘natural’ se torna frequente, intensa e persistente,
interferindo na capacidade de viver de forma plena, como, por exemplo, pensar
constantemente na possibilidade de perder o emprego, sentir um medo excessivo
de estar em locais com muitas pessoas, ou passar noites em claro preocupado com
questões do trabalho, isso pode ser um indicativo de que a ansiedade extrapolou
os limites considerados normais.”
Para
a psicóloga, é a intensidade e a duração desses sintomas que mudam o quadro que
pode levar ao Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), uma condição de saúde
mental mais importante e caracterizada por preocupação excessiva e persistente
que cria um ciclo de sofrimento antecipado difícil de quebrar.
“A
diferença entre a ansiedade comum e o TAG está na forma de lidar com as
preocupações. No TAG, as preocupações são desproporcionais ao risco real e o
sofrimento é constante e pode ter impactos devastadores na qualidade de vida,
pois a pessoa deixa de viver o presente, focando apenas no que poderia dar
errado no futuro e pode até virar um quadro mais preocupante já que quando a
ansiedade é extrema e persistente, como nos casos de Transtorno de Ansiedade
Generalizada (TAG), Transtorno do Pânico ou Transtorno de Ansiedade Social, a
pessoa pode se sentir completamente sufocada pelos sintomas. Essa sensação de
desespero constante pode contribuir para pensamentos suicidas.”
Além
dissso, em muitos casos a ansiedade pode estar associada à depressão. A
presença desses dois transtornos juntos intensifica o sofrimento emocional e a
desesperança, fatores que também aumentam o risco de suicídio.
Lidar com a ansiedade não é uma tarefa simples, mas a especialista afirma que é possível. “Um dos passos mais importantes é o enfrentamento direto do problema e para isso, algumas distrações temporárias podem aliviar a ansiedade momentaneamente, mas não resolvem a raiz do problema, por isso que para realmente superar a ansiedade, é fundamental focar no momento presente e confrontar os pensamentos ansiosos, o que se torna mais fácil e possível com a ajuda de um especialista. Perguntar a si mesmo o que realmente está acontecendo no momento presente ajuda a perceber se está antecipando problemas que podem talvez nem nunca ocorrer. Esse reconhecimento é poderoso e ajuda a separar os pensamentos reais das preocupações infundadas”, finaliza.
Tatiane Mosso - Psicóloga com aprimoramento clínico em Fenomenologia-Existencial pela PUC-SP e especialização em psicologia clínica na perspectiva Fenomenológico-Existencial pelo Instituto de Psicologia Fenomenológico-Existencial do Rio de Janeiro – IFEN.
tatianemossopsicologa
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