Muitas vezes os sinais são sutis, por isso é preciso estar atento às mudanças comportamentais e psicológicas para ajudar quem possa estar em sofrimento
Durante o mês de setembro, a campanha Setembro Amarelo ganha destaque no Brasil, com o objetivo de sensibilizar a população sobre a importância do apoio psicológico às pessoas que demonstram algum sofrimento emocional. Este esforço anual visa desestigmatizar a conversa sobre saúde mental e fornecer recursos para aqueles que estão passando por momentos difíceis.
Setembro Amarelo é uma campanha nacional criada para aumentar a
conscientização sobre o assunto e incentivar as pessoas a buscar ajuda. A cor
amarela foi escolhida como símbolo da campanha devido ao seu significado de
esperança e luz. Desde sua criação, a campanha tem sido fundamental na promoção
de diálogos abertos e na disseminação de informações cruciais para a saúde
mental.
Afinal, conscientizar a população sobre os sinais de alerta em
quem está precisando de apoio psicológico é crucial. Muitas vezes, os sinais
são sutis, tornando essencial estar atento a mudanças comportamentais e
emocionais, como tristeza persistente, isolamento social e alterações no
comportamento habitual.
“Não há como saber o que fazer, como se cuidar e como ajudar o
outro se não falarmos abertamente sobre os assuntos relacionados à saúde mental
e ao suicídio. Quanto mais informações, mais as pessoas saberão como encontrar ajuda
para achar uma saída”, afirma Amanda da Silva Santos, psicóloga hospitalar do
Hospital Evangélico de Sorocaba (HES).
Sinais de alerta
A psicóloga afirma que é preciso criar uma cultura de atenção à
saúde mental. Portanto, o primeiro passo é perceber os sinais de alerta de que
uma pessoa próxima a você não está bem. A atenção deve ser redobrada no caso de
pessoas que já têm algum histórico de questões relacionadas à saúde mental,
como depressão, bipolaridade ou esquizofrenia. Alguns deles são:
- Mudanças drásticas de comportamento: Alterações súbitas na forma de agir, como aumento de
isolamento social ou mudança no padrão de sono.
- Sentimento de desesperança: Expressões de desesperança ou a sensação de que nada vai
melhorar.
- Comportamento autodestrutivo: Adoção de comportamentos perigosos ou impulsivos.
Como ajudar
Se você identificar esses sinais em alguém próximo, ofereça apoio
e encoraje a busca de ajuda de profissionais de saúde mental, como psiquiatra
ou psicólogo, que podem oferecer tratamento adequado e estratégias para lidar
com crises emocionais.
No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV) desempenha um
papel crucial. O CVV oferece atendimento gratuito e sigiloso por telefone, chat
e e-mail, todos os dias, 24 horas por dia. A ligação para o CVV é gratuita e
pode ser feita pelo número 188. O atendimento, feito por voluntários, é
direcionado às pessoas que precisam conversar sobre seus pensamentos,
sentimentos e angústias.
O papel da família e dos amigos é fundamental para o suporte
emocional. Proporcionar um ambiente acolhedor ajuda bastante. Na hora da
conversa, é mais importante ouvir do que falar. “No âmbito de saúde mental, é
de extrema importância que o acolhimento e a escuta ativa sejam conjuntas,
auxiliando a pessoa a se sentir compreendida para que, com a ajuda de
profissionais qualificados, ela possa encontrar meios de enfrentar os problemas
que estão atrapalhando sua saúde mental”, diz a especialista Amanda.
A campanha Setembro Amarelo destaca a necessidade de uma abordagem coletiva para o aculturamento do tema. Educadores, profissionais de saúde e a sociedade em geral desempenham um papel vital na construção de uma rede de suporte na promoção da saúde mental. Conversas abertas e a eliminação do estigma associado ao sofrimento psicológico são passos essenciais para criar um ambiente mais acolhedor e compreensivo.
Neste setembro, lembre-se: se conhece
alguém que possa precisar de apoio, mostre-se disponível para acolher essa
pessoa, escute-a e encoraje-a a procurar especialistas. É possível fazer a
diferença e promover uma vida mais saudável e plena para todos.
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