Plásticos biodegradáveis e bioplástico têm o potencial de mudança na indústria e varejo e já são realidade no Brasil e no mundo
Um estudo realizado pela WWF mostra que o Brasil é o quarto país
que mais gera plástico no mundo e recicla menos de 2% desse total, muito abaixo
da média mundial de 9%. Para se ter ideia, a produção de lixo plástico é de 1kg
semanal por brasileiro. Em meio à crescente preocupação global com a poluição,
alternativas ao plástico convencional, como o plástico biodegradável e os
bioplásticos, podem ser uma opção para indústrias, varejo e consumidores.
Um estudo
da Mordor Intelligence mostra que o tamanho do
mercado de embalagens biodegradáveis mundial é estimado em US$ 105 bilhões em 2024, e deve crescer 5,97% até 2029, quando deve passar de US$ 140 bilhões. Essas novas soluções,
formuladas com materiais que se comportam e têm a
mesma utilidade do plástico convencional para a indústria, empresas e consumidores, têm menos efeitos
negativos para o meio ambiente e podem reduzir a pegada ecológica.
As alternativas podem ser feitas à base de matéria-prima de
origem vegetal, os chamados biobaseados, ou com formulações que podem até
incluir materiais de origem fóssil, mas com a vantagem de ser biodegradável, ou
seja, o material serve de comida para microrganismos e fungos quando descartado
em diferentes condições ambientais.
Para Ybellise Azocar, Head of Science na Bioelements – referência
em soluções inovadoras e sustentáveis para o mercado de embalagens –, é preciso
entender que para ser biodegradável, uma embalagem não precisa ser 100% de
origem vegetal. “Um material 100% biobaseado ou fabricado exclusivamente a
partir de matérias-primas renováveis não é necessariamente biodegradável, e
para ser considerado biodegradável, um material não precisa ser totalmente
biobaseado. A biodegradabilidade não depende exclusivamente das matérias-primas
utilizadas, mas da sua estrutura química. Em nosso laboratório, trabalhamos
continuamente em pesquisa e desenvolvimento para reduzir gradativamente o uso
de matérias-primas fósseis em nossas formulações, oferecendo cada vez mais
produtos biodegradáveis e de base biológica a partir de resíduos derivados de
milho, cana-de-açúcar, mandioca ou batata”.
A eficácia da biodegradabilidade também pode variar dependendo do ambiente, como solo, água doce ou marinho, composteira industrial ou doméstica, para garantir sua decomposição adequada. Adriana Giacomin, Country Manager no Brasil, explica que “as mais de 30 formulações desenvolvidas pela Bioelements nos permitem oferecer diversas alternativas sustentáveis. Temos uma linha inovadora de embalagens que se biodegradam em até 20 meses em diferentes condições ambientais, uma linha compostável e também trabalhamos com embalagens feitas 100% de material biobaseado. Tudo isso conforme os requisitos dos clientes, as regulamentações de cada país onde atuamos e o tipo de produto. Temos parcerias estratégicas com instituições científicas em cada país, que certificam ou validam que cada produto final atenda a características como: conteúdo de material biobaseado, capacidade de biodegradar, compostagem e/ou ausência de biotoxicidade, em conformidade com as normas nacionais e internacionais”.
Além disso, Adriana ressalta a importância de envolver todos os
atores interessados em construir um futuro melhor para o planeta. “É preciso
que todos estejam conscientes sobre os impactos das embalagens dos produtos que
utilizamos. As embalagens que saem dos nossos laboratórios, passam pelas
grandes indústrias e chegam até a casa das pessoas têm que ser eficazes e
ambientalmente responsáveis. O problema da poluição devido à acumulação de
resíduos exige o esforço e a colaboração de diferentes atores. A partir do
mundo privado podemos contribuir para um futuro mais sustentável, ousando
inovar e adotando embalagens ambientalmente responsáveis”.
Consumidor quer mudanças
Um estudo realizado pela consultoria de estudos sobre
consumidores La Vulca e Netquest, em parceria com a Bioelements revelou a
percepção do consumidor sobre a utilização das embalagens de plástico e a
presença desse material em residências no Brasil, Chile e México. Os dados
levantados pela pesquisa, em fevereiro de 2024, revelam uma alta consciência
ambiental entre os latino-americanos, com 78% dos participantes reconhecendo o
impacto negativo do plástico convencional em suas vidas.
Os dados reforçam que um chamado para transformação é percebido
pela ampla maioria dos entrevistados: 78% dos brasileiros gostariam de ter mais
ajuda das empresas na gestão das embalagens ao final de sua função; 82% dos
latinoamericanos questionados estão dispostos a escolher produtos sustentáveis
se estes forem equivalentes em qualidade e preço e 93% consideram os produtos
biodegradáveis uma opção favorável. Além disso, mais de 78% dos brasileiros
consideram que uma marca melhoraria a sua imagem em relação ao consumidor se
adotasse plásticos biodegradáveis em seus negócios, número que chega a 75%
entre os latinoamericanos.
Bioelements
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