Incidência da doença só
aumenta e hoje há epidemia de Hepatite C no mundo
Hepatites
virais, inflamações causadas por vírus que atingem o fígado, podem ocasionar
graves problemas como câncer e levar a óbito, se não forem diagnosticadas
precocemente. Por isso, uma das melhores formas de prevenção é fazer a testagem regularmente. A boa notícia é que o
Brasil é um dos poucos países do mundo que, por meio do SUS (Sistema Único de
Saúde), fornece testes rápidos, sorologias e o tratamento para qualquer forma e
grau de lesão de hepatite.
As considerações são da dra.
Dagmar Kistemann, clínica geral do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), por
ocasião da campanha Julho Amarelo e do Dia Nacional de Luta Contra as Hepatites
Virais (27 de julho). Instituída pela Lei 13.802/2019, a campanha visa reforçar
as ações de vigilância, prevenção e controle das hepatites virais.
Hepatites virais são um
grave problema de saúde pública, causadas principalmente pelos vírus A, B, C, D
e E. O Ministério da Saúde estima que entre 2000 e 2023 foram notificados mais
de 785 mil casos novos de hepatites virais no Brasil. Dados da Organização
Mundial de Saúde (OMS) registram 1,3 milhão óbitos/ano dessa doença no mundo,
sendo 83% de Hepatite B e 17% de Hepatite C.
“A incidência desta doença
só aumenta. As Hepatites B e C são silenciosas e, quando seus sintomas se
manifestam, a saúde da pessoa já está gravemente abalada. Daí o cuidado em não
se infectar, vacinar-se para prevenir a Hepatite B e fazer a testagem
regularmente, ao menos uma vez na vida após os 45 anos de idade”, afirma a
médica.
Sintomas e vacinação
De acordo com a dra. Dagmar,
a Hepatite A está relacionada às condições de saneamento básico e higiene, e
corresponde ao maior número de casos. Hepatite B é o segundo tipo de maior
incidência, sendo transmitida por via sexual e sanguínea. “A Hepatite C, cujo
meio principal de transmissão é sanguíneo, se constitui na maior epidemia da
humanidade hoje: calcula-se que o número de infectados pelo vírus HCV seja 5
vezes superior ao número de pessoas vivendo com HIV/Aids”.
Os sintomas são
inespecíficos como cansaço, febre, mal-estar, tonturas, enjoo, dor abdominal,
pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
“Existe vacinação efetiva
para Hepatite A e B, não há vacina para Hepatite C. A vacina da Hepatite A faz
parte da Carteira de Vacinação da criança e está disponível para grupos
especiais de adultos no SUS. A vacina da Hepatite B está disponível no SUS para
toda a população e protege contra a Hepatite D.
Prevenção
Segundo a dra. Dagmar, na
Hepatite A a transmissão é fecal/oral, por meio de alimentos ou água
contaminada. “Lavar as mãos com água e sabão é a melhor maneira de prevenir”.
Para prevenir as Hepatites B
e C – prossegue –, deve-se evitar contato com sangue contaminado, usar
preservativos, não compartilhar itens, equipamentos ou utensílios de uso
pessoal (lâminas de barbear, escova de dente, alicates). “Há risco acrescido
para pessoas em hemodiálise, que realizam tatuagens e colocam piercings ou
compartilham objetos como cachimbos de craque para uso de droga injetável”.
Já na Hepatite E, a
transmissão é via fecal/oral, provocando grandes epidemias. “Não cronifica,
porém mulheres grávidas infectadas podem apresentar quadro grave”, conclui.
Veja mais detalhes sobre as
hepatites virais e sua prevenção, em artigo de Priscyla Reis Pagliuso Santos,
enfermeira do Seconci-SP: https://www.seconci-sp.org.br/as-hepatites-virais.html
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