Oftalmologista
do Hospital Japonês Santa Cruz explica motivos para explosão de casos da doença
O olho começa a
ficar vermelho, a produção de lágrima aumenta, a pálpebra incha e uma coceira
intensa não vai embora. Esses são sintomas clássicos da conjuntivite, condição
que explodiu nos consultórios no início de 2024 no estado de São Paulo.
Dados da
Secretaria de Estado da Saúde (SES) revelam um aumento alarmante nos casos de
conjuntivite na rede pública estadual, com 12.290 procedimentos clínicos
ambulatoriais registrados no início de 2024. Em comparação aos 7.660
procedimentos no mesmo período de 2022, isso representa um crescimento de 60%.
A conjuntivite é
uma inflamação da conjuntiva, a membrana transparente que cobre a parte frontal
do globo ocular e o interior das pálpebras. Existem diversos tipos de
conjuntivite, classificados de acordo com o agente causador, incluindo viral,
bacteriana e alérgica. As conjuntivites virais são as mais comuns e, devido à
sua alta contagiosidade, são frequentemente responsáveis por surtos e
epidemias.
De acordo com a
Dra. Tatiana Tanaka, coordenadora da oftalmologia do Hospital Japonês Santa
Cruz, o aumento dos casos pode ser explicado “pela facilidade que o vírus tem
de circular dependendo da época do ano e do maior número de pessoas aglomerados
nos mesmos locais”. “O calor e a umidade do início do ano fazem com que os
vírus circulem com mais facilidade no ar”, afirma.
Assim como
tendência em todo o estado, o Hospital Japonês Santa Cruz também percebeu
aumento nos casos de conjuntivite registrados nos dois primeiros meses do ano,
passando de 353 em 2023 para 449 em 2024: crescimento de 27%.
Sintomas
Os sintomas
típicos da conjuntivite incluem irritação ocular, lacrimejamento, olhos
vermelhos, secreção que pode ser purulenta (no caso de infecções bacterianas)
ou aquosa (em infecções virais), sensação de areia nos olhos, maior
sensibilidade à luz (fotofobia) e pálpebras inchadas. A doença geralmente afeta
ambos os olhos e pode durar de 7 a 15 dias.
De acordo com a
Dra. Tatiana, o paciente deve sempre procurar o oftalmologista se apresentar
esses sinais. “O profissional vai avaliar. Se for conjuntivite, o paciente
receberá as orientações adequadas para tratamento e como evitar a transmissão
para outras pessoas.”
Transmissão
e precaução
A transmissão da
conjuntivite ocorre tanto por contato direto com mãos e secreções dos olhos
contaminados quanto por contato indireto através de objetos como toalhas,
maquiagem, lenços e fronhas.
A especialista
ressalta que, para evitar o contágio, é importante o isolamento de contato da
pessoa com diagnóstico de conjuntivite viral. “Quem estiver com diagnóstico não
deve ter contato com as pessoas, pois a secreção que ela produz é a fonte de
transmissão do vírus. Os objetos acabam contaminados e as pessoas que tiverem
contato e levarem as mãos aos olhos podem ser contaminadas”, salienta.
Inclusive, é
importante tomar cuidado com as crianças também. "Deve-se fazer esse
isolamento de contato para evitar a transmissão para outros membros da família.
É fundamental lavar as mãos sempre que manipular qualquer objeto e não
compartilhar lençóis e toalhas de rosto”, conclui a oftalmologista.
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