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segunda-feira, 20 de maio de 2024

Alerta para procedimentos estéticos: pinta preta não deve ser tratada por profissionais não médicos

Micro agulhamento, entre outros tratamentos oferecidos por não médicos para tratar manchas e pintas podem acelerar o melanoma, um dos cânceres mais invasivos e silenciosos.

 

É unanime, quando se trata de problemas de pele, principalmente no rosto, não há quem não se incomode e busque por soluções estéticas para tratar. Hoje o mercado oferece uma infinidade de métodos que prometem acabar de vez com manchas indesejadas, e muitas vezes esses procedimentos são executados por não médicos, ou seja, profissionais incapazes de avaliar condições sérias de saúde. 

Há diversas profissões habilitadas para oferecer esses tratamentos, e isso é ótimo, pois dá ao cliente a oportunidade de optar por métodos mais acessíveis, mas, nem sempre essa é a melhor opção, principalmente por não saber identificar o que é um problema estético e o que é uma doença. 

A médica dermatologista Paula Sian, conta que recentemente um paciente chegou ao consultório, após iniciar um tratamento para retirada de uma pinta, com um resultado inverso, ao invés de sumir a mancha aumentou de tamanho. “Assim que o paciente entrou já reconheci os sinais de um possível melanoma, e após a avaliação e exames, constatamos que tratava-se de um câncer de pele, que infelizmente foi acelerado por conta do procedimento”. 

De acordo com Paula, não há problema em optar por esses atendimentos, desde que, antes certifique-se com um médico que não há sinais de alguma patologia. “Existem tratamento altamente qualificados para cuidados superficiais, inclusive, já fiz uso de muitos, mas tem muita gente despreparada para atuar no mercado, colocando vidas em risco” – explica a médica. 

Dados do Ministério da Saúde, colhidos em 2019, apontaram 1.978 mortes por cancro da pele no país, sendo 1.159 homens e 819 mulheres. Só em 2022, o Instituto Nacional de Cancro (INCA), contabilizou 185.600 novos casos de cancro da pele, sendo 177.000 casos de cancro não melanoma, o mais comum e menos agressivo. 

“O melanoma é um câncer silencioso e muito invasivo, que na maioria dos casos é ignorado pelo paciente, por confundir com uma pinta comum. Quando é reconhecido, muitas vezes, já está em um estado avançado, comprometendo a vida do paciente” – alerta Paula. 


Mas afinal, o que é o melanoma e como reconhecer? 

O melanoma é um tipo de cancro da pele que surge nos melanócitos, as células responsáveis por produzir a melanina, o pigmento que dá cor à pele e pode aparecer em qualquer parte do corpo (pele, mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais). O melanoma é considerado um cancro mais agressivo pois possui mais chances de se espalhar e formar metástases.

Os sinais mais suspeitos são:

  • Pintas que mudam de cor, tamanho ou formato;
  • Pintas que coçam ou sangram;
  • Pintas que apresentam qualquer tipo de alteração ao longo do tempo; 

É importante ressaltar que, embora o melanoma seja o cancro de pele menos frequente, tem o pior prognóstico e o maior índice de mortalidade. Se detectado precocemente, tem altos índices de cura, superiores a 90%. Porém, se for diagnosticado em estágio avançado, tem a probalidade de se espalhar para outras áreas do corpo e causar metástase, que é quando o câncer atinge outros órgãos.  

Os tratamentos disponíveis são: Cirurgia em casos iniciais e quimioterapia e imunopterapia nos estágios mais avançados.  

Por fim, a dermatologista sugere que antes de iniciar tratamentos estéticos oferecidos por não médicos, passe em consulta e descarte a possibilidade de ser algo que necessite de intervenção médica. Paula também alerta para ter recomendações do profissional. “Quase todos os dias nos deparamos com notícias sobre clinicas e profissionais que cometeram erros graves em pacientes/clientes, comprometendo sua aparência para sempre ou até mesmo, sua vida. Por isso, conheça profundamente o profissional” – finaliza.  





Dra. Paula Sian (Dermatologista) - Dermatologista desde 2007, Paula Sian Lopes é formada pela Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP), onde também fez residência em Clínica Médica e Dermatologia. Especializou-se em Farmacodermia e Dermatoses Imunoambientais na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e em Medicina Chinesa e Acupuntura na Associação Médica Brasileira de Acupuntura (AMBA). Desde 2011, Paula atende em seu consultório próprio com o viés em Dermatologia clínica, estética e cirúrgica, tanto para adultos como crianças. Além disso, a especialista realizou serviços voluntários no ambulatório de alergias da UNIFESP, de 2013 a 2017. A médica também é escritora e acaba de lançar o “Um burnout para chamar de seu”, um livro que relata, pelo ponto de vista do paciente como é conviver com o burnout.CRM: 111963-SP RQE Nº: 38348
https://www.instagram.com/pelecomalma/


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