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segunda-feira, 17 de julho de 2023

Por que o ser humano tem tanta dificuldade de mudar? Novo estudo analisa a resistência a novas ideias


Estudo brasileiro analisa as características que dificultam o ser humano de lidar bem com mudanças
 

 

Mudar é essencial para se adaptar a novos cenários, no entanto, essa nem sempre é uma tarefa fácil para a maioria das pessoas e esse tipo de resistência, pode não ter ligação apenas com saudosismo, mas também com características neurais.

 

É o que aponta um novo estudo intitulado “Doenças do lobo frontotemporal: Dificuldades de aprendizado”, publicado na revista científica “Cuadernos de Educación y Desarrollo”.

Dr. Bora Kostic, Médico, Cirurgião Geral e pesquisador do Centro de Pesquisas e Análises Hieráclito - CPAH, um dos autores do estudo, juntamente com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu e o Médico Ortopedista Dr. Luiz Felipe, explica que aspectos biológicos podem interferir na compreensão do ser humano.

O ser humano por sua essência já possui certa dificuldade na assimilação de novas opiniões [...],, mas a dificuldade de aceitar uma realidade pode se dar por meio de disfunções” Afirma no estudo.

 

Por que mudanças de comportamento podem ser tão difíceis?


Existem diversas características que podem influenciar a resistência a alterações em rotinas, comportamentos e hábitos, como genética, ambiente e até mesmo patologias.

A genética influencia diretamente a habilidade cognitiva do ser humano, mas também podem ser influenciadas por fatores externos como trauma ambiental, problemas no nascimento, deficiências nutricionais e necessidades sociais [...] As redes sociais e a internet são de grande impacto na vida cotidiana, onde as pessoas tendem a se tornar dependentes dessas tecnologias para estarem incluídos na sociedade”. 

Memórias já consolidadas podem inferir diretamente sobre a capacidade de aceitação de novas ideias, e doenças instauradas nas regiões frontal e temporal do cérebro podem dificultar a capacidade da pessoa em interpretar interações sociais, vista a atividade neurológica do córtex pré-frontal como as habilidades cognitivas e habilidades de julgamento pertinentes à esta área” Ressalta o estudo.

 

O impacto de transtornos no controle do comportamento


Apesar de a dificuldade em controlar o comportamento e as alterações em sua forma estarem relacionadas a características do cérebro, alguns transtornos também podem gerar essa dificuldade e alterar a forma como o cérebro interpreta esse tipo de informação.

O lobo frontal do cérebro é a região mais fortemente relacionada ao comportamento, ele é responsável pelo controle de funções executivas que envolvem planejamento, controle inibitório, tomada de decisões e memória de trabalho, entre outras, que também podem ser afetadas por transtornos.

O lobo pré-frontal é uma região cerebral que é modulada pela dopamina e está relacionada à tomada de decisões, planejamento, controle emocional e comportamental. Indivíduos com disfunções nessa região cerebral podem apresentar uma visão distorcida da realidade, influenciada por suas emoções”.

Eles podem ter um raciocínio emocional, no qual suas decisões e comportamentos são baseados em suas emoções e urgências emocionais. Essas pessoas podem ser extremamente sensíveis à crítica e interpretar qualquer comentário negativo como um ataque pessoal. Além disso, podem ter um comportamento rude, exigente, dependente e ingrato, agindo de forma oposta aos seus sentimentos sensíveis” Afirma no estudo.

 

 

Dr. Velibor Kostić - conhecido como Bora Kostić, se formou em Medicina na Universidade Federal de Belgrado, na Sérvia, chegando a servir na guerra de 1999. Especializou-se em Cirurgia Geral e em Cirurgia Plástica no Hospital Geral de Bonsucesso. Fez estágio no Departamento de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Microcirurgia do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Rio de Janeiro, revalidou o diploma de Medicina na Universidade Federal de Santa Catarina. Bora é membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e membro ativo da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica e da Sociedade Americana de Cirurgia Estética.

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