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sexta-feira, 16 de junho de 2023

Único medicamento aprovado para o tratamento do câncer adrenocortical é suspenso

Médicos aguardam o Ministério da Saúde para restabelecer fornecimento


“Estamos extremamente preocupados com a falta do único medicamento para tratar o câncer adrenocortical e, principalmente, com a falta de resposta do Ministério da Saúde, que foi acionado por nós em 02 de março deste ano, e até, agora, estamos sem resposta” alerta a Dra. Maria Candida Barisson Villares Fragoso, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo – SBEM-SP.

 

A empresa cadastrada na ANVISA para importação do mitotano informou em ofício à agência sanitária, em 25 de março de 2022, a suspensão e a comercialização do quimioterápico no Brasil, deixando centenas de pacientes adultos e pediátricos com risco de morte. Com isso, o Ministério da Saúde ficaria obrigado a importar diretamente o medicamento da indústria, o que demanda programação para que os pacientes não tenham o seu tratamento interrompido. Mas até agora nada foi feito.

 

O carcinoma adrenocortical é um câncer raro, considerado um dos cânceres sólidos mais agressivos apresentando baixa sobrevida, sendo mais frequentemente detectado em mulheres a partir da segunda década, atingindo um pico entre a quarta e quintas décadas de vida.

 

De acordo com os especialistas, o carcinoma adrenocortical pode ocorrer em qualquer idade. Em adultos, a doença atinge cerca de 1 a 2 pessoas a cada 1 milhão, por ano. Na faixa etária pediátrica, há uma incidência global que corresponde a 1 décimo da incidência dos adultos. Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, essa incidência é cerca de 15 a 18 vezes maior, devido peculiaridades genéticas.

 

“O mitotano é o pilar do tratamento clínico do carcinoma adrenocortical em contexto neoadjuvante, adjuvante ou paliativo. Não temos outra droga com o mesmo efeito adrenolítico e inibidor da síntese hormonal para substituí-lo. Sem esse medicamento, estamos condenando a sobrevida dos pacientes”, reforça a médica endocrinologista, que assina a carta enviada ao Ministério da Saúde em 02 de março de 2023 ao lado de colegas que representam o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), o Hospital das Clínicas da FMUSP, o Hospital das Clínicas da UFBA, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e a Associação Brasileira Addisoniana (ABA). 



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