Angiologista e cirurgiã vascular, Maria Clara Sanjuan esclarece que temperaturas mais amenas e a menor exposição solar contribuem para a recuperação do paciente
Varizes e vasinhos são
problemas comuns que afetam cerca de 38% da população brasileira, segundo a
Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular. Essa condição crônica
pode não apenas ser esteticamente desagradável, mas também causar desconforto e
complicações médicas se não for tratada adequadamente. Com a chegada das
estações mais frias, vem o período ideal para começar o tratamento das varizes,
já que as temperaturas estão mais amenas e as pernas podem ficar protegidas do
sol.
De acordo com a angiologista e cirurgiã vascular Maria Clara Sanjuan, sócia da Clínica Sanjuan, o melhor momento para cuidar das varizes e vasinhos é aquele em que o paciente escolhe e se planeja para o tratamento, seja no verão ou no inverno. “No entanto, se programar para tratar as varizes no outono e inverno é muito mais confortável, uma vez que nesse período há menor demanda de exposição solar. E o principal cuidado no tratamento a laser realizado no consultório é evitar a exposição ao sol enquanto houver marquinhas na pele, o que pode levar uma semana ou mais, a depender de cada caso”.
As temperaturas mais baixas levam naturalmente a uma diminuição da dilatação dos vasos sanguíneos. É por isso que, durante o inverno, os sintomas como dor, inchaço e sensação de peso nas pernas costumam incomodar menos e a recuperação dos pacientes pode ser facilitada, explica a angiologista.
A estação mais fria do ano é ainda mais propícia para a utilização da meia elástica, acessório essencial para otimizar os resultados e acelerar a recuperação, mas que pode ser mais desconfortável quando usada no verão. “As meias de compressão são ferramentas maravilhosas para tratar as varizes. Elas exercem pressão, o que ajuda na circulação do sangue, fator essencial para tratar as varizes e vasinhos que ocorrem quando as válvulas venosas não conseguem fazer um retorno eficiente do sangue para o coração”, destaca Maria Clara.
Além de evitar qualquer tipo de
exposição solar durante a recuperação, no período indicado pelo médico, o
paciente não pode realizar o tratamento com a pele bronzeada, ressalta a
angiologista. “Se a pele está bronzeada, significa que está inflamada e
sensível, por isso, o risco de queimaduras é maior. Quando o paciente costuma
ir com muita frequência à praia ou piscina, minha recomendação é buscar o
tratamento no inverno”.
Tratamentos e cuidados
Diante dos avanços tecnológicos da medicina vascular, a maioria dos tratamentos podem ser feitos em consultório, de forma minimamente invasiva, com a ajuda de ferramentas que otimizam os resultados. “Para muitos tipos de varizes e vasinhos, os tratamentos mais indicados são laser transdérmico e escleroterapia com glicose. As técnicas costumam ser associadas em um só procedimento, o CLACS, e o paciente já sai da sessão pronto para realizar suas atividades normalmente”.
No entanto, cada caso precisa ser avaliado
individualmente antes de indicar o protocolo de tratamento mais adequado,
alerta a angiologista. Apesar de a tecnologia ser um facilitador para o
tratamento de varizes, as recomendações indicadas pelo médico devem ser
seguidas à risca. “A radiação ultravioleta estimula a fixação de manchas
escuras indesejáveis e precisa ser evitada após o tratamento. Se o quadro do
paciente exigir uma intervenção maior, ele não deve fazer exercícios físicos em
excesso, por exemplo. Tudo isso é fundamental para evitar desconfortos e
garantir um resultado satisfatório para o paciente”, comenta.
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