Para evitar uma gravidez não planejada, o uso de um método contraceptivo é fundamental. Com as diversas opções disponíveis atualmente, muitas mulheres ficam em dúvida se em algum momento precisam trocar de anticoncepcional e quando essa mudança deveria ocorrer. “Ao indicarmos o uso de um método contraceptivo, sempre buscamos aquele que seja de grande eficácia e que interfira o menos possível na vida da paciente ou que proporcione até melhoras em sua qualidade de vida. No caso de mulheres em uso de contraceptivo hormonal, sua troca deve acontecer caso a paciente desenvolva alguma nova condição clínica ou entre em alguma fase da vida que contraindique o uso do contraceptivo que está em uso”, explica o médico ginecologista e obstetra, Rodrigo Dias Nunes, Doutor em Ciências da Saúde.
De acordo
com o especialista, é importante que a mulher participe do processo de escolha
do método contraceptivo junto ao seu ginecologista para que ela entenda quais
são os benefícios e os eventos adversos esperados para o método escolhido. “Não
necessariamente o que serve para uma mulher serve para outra. Por esse motivo,
a individualização da contracepção é extremamente importante. A função do
ginecologista ou do clínico é fornecer o leque de opções, permitindo a
participação da paciente nesse processo de escolha. Se necessário, a mulher
pode optar por um método temporário para conhecê-lo e permitir sua adaptação para,
posteriormente, optar por uma escolha mais definitiva”, afirma.
A troca do
método contraceptivo não é prejudicial à saúde, porém precisa ser orientada e
realizada da maneira adequada, obedecendo o tempo de adaptação para cada
método, o momento da troca e a forma adequada de uso. Segundo Dr. Nunes, se uma
paciente muda de método contraceptivo a cada 30 dias, período que a grande
maioria dos métodos ainda não alcançou sua eficácia plena, ela nunca estará
protegida, correndo o risco de uma gravidez não planejada. “Por outro lado, se
a paciente não utiliza um determinado método corretamente, independentemente do
seu tempo de uso, a troca se faz necessária, uma vez que existe o risco de
engravidar. Para estes casos, em que há dificuldade da utilização ou intolerância
a algum determinado contraceptivo, recomenda-se os métodos de longa duração,
que não requerem a participação constante ou mesmo diária da paciente, tendo
sua utilização adequada por não sofrer a interferência em sua eficácia”,
comenta o médico, que aponta uma tendência de crescimento mundial para a
utilização dos métodos contraceptivos de longa duração.
Com o
objetivo de ajudar as mulheres a entender quando devem considerar a troca do
método contraceptivo, o Dr. Rodrigo Nunes, a pedido da farmacêutica Organon,
especializada em saúde feminina, fez uma lista dos principais sinais de alerta
que devem ser avaliados para esta decisão. São eles:
Uso incorreto do método
O uso
incorreto do método contraceptivo pode levar à redução de sua eficácia e/ou
aumentar o risco de eventos adversos, principalmente nos padrões irregulares de
sangramento. Os contraceptivos orais possuem dias e horários adequados para
uso; já as trocas de um adesivo ou de um anel vaginal, por exemplo, são
programadas baseadas na dose que é liberada no organismo da paciente. Quando a
paciente esquece ou não toma ou não faz a troca no período adequado, é o
momento de ela considerar outro método contraceptivo que se adeque melhor ao
seu ritmo de vida.
Não se adaptar ao método
Outra
situação comum é a intolerância da paciente a determinados sintomas e eventos
adversos dos contraceptivos. Entre eles: sangramento irregular, cefaleia,
alterações fisiológicas na pele, no cabelo, ganho de peso e retenção de líquido
corporal. De forma geral, o número mágico para a adaptação ao método
contraceptivo seria em três meses de uso. Normalmente, o padrão de sangramento
melhora após esse período e outros eventos, por possuírem um caráter
transitório, também desaparecem. Havendo a persistência de sintomas associados
ao método contraceptivo em uso, deve ser considerada sua troca.
Amamentação
Nenhuma
paciente amamentando pode usar métodos que contenham estrogênio, que é um dos hormônios
presente em alguns métodos contraceptivos hormonais. Existem outros métodos que
são específicos para lactantes ou que também podem ser usados em mulheres que
estejam amamentando, por evitarem a passagem de uma medicação inadequada pelo
leite, que seja imprópria para o bebê, ou mesmo que possa inibir a produção de
leite.
Idade
Atualmente,
a paciente pode usar um método contraceptivo até entrar na menopausa. Só que a
partir de algumas idades, alguns cuidados devem ser seguidos e avaliados. A
partir dos 40 anos, existem contraceptivos que são menos prejudiciais, com
risco menor de fenômenos tromboembólicos. Abaixo de 35 anos, se a paciente não
é tabagista, ela tem liberação para qualquer anticoncepcional, caso não tenha
outra comorbidade. Já a paciente tabagista com mais de 35 anos tem uma
restrição para o uso de algumas categorias. Caso a mulher utilize mais do que
15 cigarros por dia, essa restrição se torna ainda maior devido, novamente, ao
risco crescente de fenômenos tromboembólicos.
Doenças crônicas
Em relação
às doenças crônicas, não existe uma proibição, mas sim uma restrição para a
utilização de alguns métodos contraceptivos hormonais, como pacientes com
diabetes com vasculopatia ou com hipertensão arterial. Para todas as
comorbidades existem métodos alternativos. Apenas pacientes com câncer, como o
de mama e o de endométrio, é que possuem contraindicação absoluta para o uso de
métodos hormonais.
Uso de medicações
Existem algumas medicações que diminuem a eficácia de alguns métodos contraceptivos hormonais. Então durante o uso dessa medicação, se for por um período curto, a paciente não precisaria trocar o seu método, mas ela deveria utilizar um método de barreira acessório, como a camisinha masculina ou feminina. Mas se a medicação for necessária por uso prolongado, recomenda-se a troca do método contraceptivo hormonal para algum que não seja influenciado pela medicação em questão. Existem, ainda, medicações que podem sofrer a diminuição do seu efeito com o uso do contraceptivo. Nesse caso a preocupação é contrária, pois o efeito esperado da medicação em uso pode não ocorrer.
“Por todos
esses motivos, a contracepção é considerada um capítulo especial da história da
ginecologia, sendo necessária a identificação do perfil e desejo de cada
paciente, permitir sua participação na escolha do método e acompanhar com
atenção, respeito e paciência a utilização do método escolhido. Felizmente, as
mulheres possuem inúmeras opções e definir qual delas melhor se adeque a cada
paciente é uma complexa ciência e uma desafiante arte de cuidar”, finaliza o
médico.
Organon
www.organon.com/brazil
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