Pesquisar no Blog

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Educação financeira e sustentabilidade: 5 dicas para incentivar a economia circular nas escolas

A gestora de projetos da BEĨ Educação, Natalia Alonso, mostra como a reflexão sobre economia circular pode incentivar comportamentos financeiros mais sustentáveis

 

De acordo com o Panorama dos Resíduos Sólidos, publicado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), foram gerados cerca de 81,8 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos no Brasil em 2022. Esse número equivale a uma pilha de 85 milhões de carros populares que, enfileirados, dariam a volta ao mundo 7,6 vezes.

Apesar de a quantidade de resíduo produzida em 2022 ter sido menor que a de 2021 – 82,5 milhões de toneladas –, o índice de reciclagem ainda é preocupante. Do total de resíduos gerados no último ano, somente 4% foram reciclados. Nesse contexto, assuntos como economia circular precisam estar no radar de debates da população e a escola tem um papel fundamental nessa conscientização.



O que é economia circular?


A economia circular é um modelo econômico que busca minimizar o desperdício de recursos e reduzir o impacto ambiental. Nesse sistema, os produtos são projetados para serem duráveis, reparáveis e atualizáveis, de modo que sua vida útil seja maximizada. Quando um produto chega ao fim de sua vida útil, os materiais que o compõem são recuperados e reintroduzidos na cadeia produtiva, seja por meio da reciclagem, da remanufatura (recondicionamento) ou da compostagem. Dessa forma, os recursos são mantidos em circulação por mais tempo, evitando a extração excessiva de matérias-primas virgens e reduzindo a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários ou descartados de forma inadequada.


“Os benefícios da economia circular são diversos, incluindo a redução da emissão de gases de efeito estufa, a preservação dos ecossistemas naturais, a criação de empregos na área de reciclagem e reutilização, a diminuição da dependência de recursos escassos e a promoção de uma economia mais resiliente e sustentável”, explica Natalia Alonso, gestora de projetos da BEĨ Educação, especializada em projetos educacionais para o ensino básico com foco em experiências transformadoras.


 

Como a educação financeira pode ser aliada nessa jornada?


Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), temáticas como “educação financeira” e “educação para o consumo” e devem ser contempladas em habilidades dos diferentes componentes curriculares. Para isso, o estudo da economia circular pode ser um importante aliado dos educadores, uma vez que repensar o consumo é uma lição que compete ao âmbito da educação financeira. Nesse sentido, as escolas precisam saber como tratar esse tipo de assunto de forma contextualizada, transversal e interdisciplinar, relacionando-o a práticas concretas e ao cotidiano dos estudantes.


“Quando aplicada à economia circular, a educação financeira pode desempenhar um papel importante ao conscientizar sobre o ciclo de vida dos produtos, a importância da durabilidade e da qualidade dos produtos adquiridos, bem como a necessidade de considerar os impactos financeiros e ambientais ao fazer escolhas de consumo”, explica Alonso. 


A reflexão sobre a economia circular estimula o pensamento crítico dos estudantes, ajudando-os a compreender os desafios ambientais e financeiros enfrentados pela sociedade atual. “É necessário que os estudantes questionem o consumo excessivo e aprendam desde cedo a importância de reduzir, reutilizar, reciclar e reparar produtos, evitando o desperdício”, explica Natalia. “Ao refletir sobre o assunto, os estudantes aprendem sobre planejamento financeiro, consumo e consumismo, o que pode incentivá-los a adotar comportamentos financeiros mais sustentáveis”, afirma a gestora.


 

Confira as cinco dicas que a Natália trouxe para incentivar os jovens a promoverem a economia circular no dia a dia!


1. Reduzir o consumo! A primeira forma, e talvez a mais importante, de promover a economia circular é reduzir o consumo de produtos descartáveis. Além disso, é importante a conscientização acerca do consumo versus consumismo, antes de adquirir um novo item, pergunte-se se realmente precisa dele e se pode optar por uma alternativa mais durável e sustentável.



2. Reutilizar e consertar: Itens antigos ou quebrados podem ser de grande valia! Explore maneiras de reutilizá-los ou consertá-los. Roupas podem ser customizados, objetos podem ser transformados em artesanatos, aparelhos eletrônicos podem ganhar upgrade ao invés de serem substituídos, além de ganhar outras utilidades.



3. Reciclar de forma correta os materiais: Em primeiro lugar, é preciso entender quais materiais são recicláveis e quais não são e isso também pode variar de região para região, de acordo com a coleta seletiva. Faça a separação dos resíduos, estabelecendo um sistema de coleta seletiva dentro de casa. Ah, não se esqueça de incentivar a família e os amigos a fazerem a mesma coisa!



4. Compartilhar e/ou trocar: Ao invés de constantemente comprar coisas novas, pense em explorar opções de compartilhamento e trocas. Organize eventos de troca de livros, brinquedos ou roupas com amigos e colegas. Isso ajuda a prolongar a vida útil dos itens e reduzir o desperdício.



5. Cultivar uma horta em casa: Ter uma horta ou participar de projetos de jardinagem comunitária é uma forma prática de economia circular. Além de cultivar alimentos frescos, você pode aproveitar os restos de alimentos para compostagem, transformando-os em adubo natural para a sua horta. E mais: sem nenhum tipo de agrotóxico!



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados