O Dia dos Namorados é uma data especial para celebrar o amor e a conexão entre casais. Nessa ocasião, é interessante explorar como a neurociência pode ajudar a compreender o complexo funcionamento do cérebro apaixonado.
A neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o Cérebro, Livia Ciacci, explica que o cérebro apaixonado consegue criar um padrão de ativação cerebral mais complexo do que a estimulação de todos os sentidos ao mesmo tempo, esses são os conhecidos efeitos da paixão!
“A paixão desencadeia atividade aumentada nas áreas subcorticais que estão associadas à euforia, recompensa e motivação. São elas a área tegmentar ventral, núcleo caudado e putâmen, todos ricos em neurônios dopaminérgicos”, detalhou.
A paixão pode ser uma montanha-russa emocional, repleta de sentimentos intensos, vulnerabilidade e incerteza. Vamos desvendar 15 dicas da neurociência que mostram como a paixão interfere no cérebro e oferecem insights valiosos para os apaixonados.
1. O cérebro apaixonado é dominado por uma dança maluca de várias substâncias. Temos os hormônios sexuais, tais como testosterona, estradiol e progesterona, e os neurotransmissores, como a dopamina, a serotonina, a norepinefrina, as endorfinas, que têm um efeito opiáceo, e a feniletilamina, cujo efeito é próximo ao da anfetamina. A sensação de euforia descrita pelos amantes é causada por esta última substância de nome difícil!
2. A paixão diminui a atividade da amígdala: A amígdala, região do cérebro associada ao medo e à ansiedade, tem sua atividade amenizada durante o período apaixonado, levando a uma redução da sensação de medo do julgamento e aumentando a coragem para se expor emocionalmente.
3. O cérebro apaixonado busca a reciprocidade: O sistema de recompensa do cérebro é ativado quando há reciprocidade nos sentimentos, levando a uma sensação de satisfação e segurança.
4. A paixão diminui o juízo crítico: Durante o período apaixonado, o cérebro tende a ignorar os defeitos e focar apenas nas qualidades da pessoa amada, gerando uma idealização.
5. O cérebro apaixonado está ligado à dependência: O bem-estar que sentimos na proximidade da pessoa amada está relacionada com aumento de dopamina, o neurotransmissor que nos motiva a buscar mais. Perder repentinamente essa pessoa, e consequente supressão desta substância pode causar a mesma dor e desconforto físico que sente um viciado em drogas em síndrome de abstinência.
6. A incerteza alimenta a paixão: A falta de certeza e a ambiguidade geram uma maior liberação de dopamina, mantendo a chama da paixão acesa.
7. A paixão afeta a memória: O cérebro apaixonado tende a lembrar mais facilmente de momentos positivos e a esquecer ou minimizar os negativos, criando uma visão distorcida da realidade.
8. O cérebro apaixonado é mais criativo: A paixão estimula áreas cerebrais relacionadas à criatividade, levando a uma maior capacidade de pensar fora da caixa e encontrar soluções inovadoras.
9. A paixão pode levar à obsessão: Em alguns casos, a paixão intensa pode desencadear comportamentos obsessivos, como a constante busca pela presença do parceiro e a monitorização excessiva de suas ações.
10. O cérebro apaixonado tem dificuldade em tomar decisões racionais: A intensidade emocional da paixão pode interferir na capacidade de avaliar situações de forma objetiva, levando a decisões baseadas principalmente em emoções.
11. A paixão pode causar alterações na percepção da dor: Estudos mostram que estar apaixonado pode reduzir a sensibilidade à dor física, possivelmente devido à ativação do sistema de recompensa do cérebro.
12. O cérebro apaixonado está ligado ao aumento da empatia: A paixão pode ampliar a capacidade de se colocar no lugar do outro, gerando uma maior compreensão e conexão emocional.
13. A paixão pode levar à busca por novidade: O cérebro apaixonado busca estímulos novos e excitantes, buscando manter a sensação de novidade e excitação na relação.
14. O cérebro apaixonado é sensível à rejeição: A paixão intensifica a resposta do cérebro à rejeição, ativando áreas associadas à dor emocional e também física.
15.A paixão tem fim: Altas doses de dopamina e serotonina produzem sensações associadas à paixão: aumento de energia, hiperatividade, falta de sono, tremor, respiração acelerada e coração pulsante. Mas nós não permanecemos assim por muito tempo! Com base nos trabalhos de Dorothy Tennov, esse estado fisiológico dura, em média, de 18 meses a três anos. Após esse período, se o casal construiu uma convivência saudável e criou vínculo, a substância ocitocina será a responsável por manter um amor mais tranquilo e estável.
A neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci lembra que a neurociência nos oferece uma perspectiva fascinante sobre o funcionamento do cérebro apaixonado. Ao compreendermos as nuances dessa experiência, podemos lidar de forma mais consciente com as emoções e desafios que surgem nos relacionamentos amorosos.
“Lembre-se de que a paixão é uma jornada repleta de altos e baixos, mas também de descobertas e crescimento pessoal. Aproveite as dicas da neurociência para nutrir seu relacionamento e construir uma conexão amorosa baseada na compreensão mútua e na valorização do outro”, concluiu.
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