Dia de São Valentim, 12 de
junho, traz a tona o motivo de muitos divórcios, as finançasInternet
A falta de organização financeira está entre as
principais causas de discussões entre casais. No Brasil 57% dos divórcios
realizados na última década foram motivados por problemas financeiros. O dado
foi levantado pelo IBGE em 2018, mas outros levantamentos mais recentes apontam
para a mesma direção.
Um estudo realizado pelo Serviços de Proteção ao
Crédito (SPC), em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
(CNDL), mostrou que 46% dos casais brasileiros brigam por causa de dinheiro.
Segundo a Consultora Financeira especializada em
Finanças Pessoais, Raquel Benatti, infelizmente, os dados confirmam a causa de
separação. “Tem um ditado que me vem à mente quando falo nesse assunto, 'quando
a dívida entra pela porta, o amor sai pela janela’. Para algumas pessoas o dinheiro
é motivo de divórcio, porque um dos parceiros visa a segurança financeira mais
que o outro”, a especialista reflete.
Com o Dia dos Namorados chegando, Raquel responde
alguns questionamentos que surgem em suas consultorias com casais. Confira:
1 - Quais são os principais desafios financeiros
que os casais costumam enfrentar e como podem superá-los?
A consultora orienta que, para superar esses desafios, é importante estabelecer
uma comunicação aberta e regular sobre dinheiro, criar um plano financeiro conjunto,
buscar orientação profissional quando necessário e desenvolver habilidades de
negociação para encontrar soluções que atendam às necessidades e metas de ambos
os parceiros.
2 - Como os casais podem estabelecer metas financeiras em conjunto e garantir que estejam alinhados em relação aos seus objetivos financeiros?
Estatísticas mostram que a definição de metas financeiras em conjunto é crucial para o sucesso financeiro e a estabilidade do relacionamento. Segundo uma pesquisa do American Psychological Association, casais que compartilham metas financeiras têm maior probabilidade de relatar satisfação com o relacionamento.
“Para garantir alinhamento, é importante discutir e estabelecer metas específicas,
mensuráveis, alcançáveis, relevantes e com prazo definido (metas SMART). Também
é essencial revisar e ajustar essas metas regularmente para acompanhar mudanças
nas circunstâncias financeiras e pessoais”, aconselha Raquel.
3 - Quais estratégias podem ser adotadas para evitar conflitos e tomar decisões financeiras de forma colaborativa dentro do relacionamento?
“Para evitar conflitos e tomar decisões colaborativas, é importante estabelecer
um ambiente de comunicação aberta, praticar a escuta ativa, buscar compromisso,
dividir responsabilidades financeiras equitativamente e considerar a consulta a
um consultor financeiro para mediar questões complexas”, instrui a
especialista.
4 - Além do compartilhamento de contas bancárias, quais são as práticas recomendadas para garantir uma gestão financeira saudável e equilibrada para casais?
Raquel diz que, quando os dois parceiros possuem renda, o primeiro passo para pensar em uma divisão justa seria descobrir a renda conjunta e o percentual que cada um gera. Um exemplo: uma das pessoas recebe R$ 3.000 por mês enquanto a outra recebe R$ 7.000. Neste caso, a renda conjunta do casal é de R$ 10.000 mensais. Como as duas pessoas contribuem de formas diferentes, aquela com o salário maior é responsável por 70% da renda enquanto a outra é responsável por 30%. “Neste caso, a divisão de despesa mais justa seria de forma proporcional à renda”, afirma a consultora financeira.
Ainda neste exemplo, ela sugere que se a despesa total mensal for de R$ 7.000,
quem ganha R$ 3.000 deveria contribuir com R$ 2.100 (30%) e quem ganha R$
7.000, contribuiria R$ 4.900 (70%). Forma mais simples, porém não existe regra,
é somar rendas, entender contas fixas e variáveis do casal e determinar quanto
irão investir todo mês sem esperar sobras.
Além do compartilhamento de contas bancárias, a
consultora recomenda estabelecer um orçamento familiar, criar uma reserva de
emergência, evitar dívidas excessivas, planejar e discutir grandes despesas com
antecedência, e buscar aconselhamento financeiro quando necessário. Manter a
transparência, confiança e colaboração na tomada de decisões financeiras também
é essencial para a saúde financeira do casal.
Raquel Benatti
Especialista em Finanças Pessoais da W1 Consultoria Financeira
@raquelbenatti.consultora
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