Evolução legal e
desenvolvimento de novas tecnologias devem influenciar ações de empresas e
consumidoresFreepik
Vazamentos gigantescos, golpes pelas redes sociais,
mensagens de texto disparadas para celulares cobrando dívidas com grandes
marcas. O tratamento dispensado aos dados pessoais no Brasil segue sendo um
grande desafio para as empresas - e o pouco cuidado com essas informações ainda
é fonte de uma série de problemas para os consumidores. De acordo com um
relatório elaborado pela consultoria Statista Research Department, cerca de 52
milhões de violações de dados pessoais foram registradas apenas nos últimos
três meses de 2022.
Apesar da regulamentação gerada pela Lei Geral de
Proteção de Dados (LGPD), de 2018, esse tipo de ocorrência continua acontecendo
país afora. Para a diretora de Tecnologia e DPO da Tecnobank, Adriana
Saluceste, o mercado ainda está se adequando. “A regulamentação existe e
deveria ser o bastante para que as pessoas estivessem protegidas, mas
infelizmente isso ainda não acontece em todos os casos. Vemos que golpes que
utilizam informações que deveriam ser privadas seguem sendo muito comuns. Esse
cenário deve começar a mudar conforme as empresas passem a adotar novas formas
de proteger os dados de seus clientes e usuários”, pontua. Responsável justamente
por esse setor em uma empresa especializada em tecnologia para registro de
contratos de financiamento de veículos, ela faz uma lista das tendências de
privacidade de dados que devem dominar o mercado em 2023.
- Privacidade
por design
Em um passado recente, a preocupação com a
privacidade dos dados vinha depois de todas as outras etapas de desenvolvimento
de um projeto. Agora, as empresas começam a incluir a proteção de dados no
início do processo de desenvolvimento. No caso da privacidade por design (privacy by
design), algumas práticas aparecem como ferramentas para aumentar o
nível de proteção. Entre elas, estão a já conhecida criptografia e a
anonimização de dados.
- Aumento
da regulamentação
Ao contrário do que acontece no Brasil, muitos
países pelo mundo ainda não têm leis especificamente desenhadas para garantir a
responsabilização das empresas pelos dados que coletam, utilizam e armazenam.
E, mesmo nos países que possuem esse tipo de legislação, a rigidez das regras e
da fiscalização são duas tendências aguardadas para este ano.
- Mais
liberdade de escolha
“Utilizamos cookies para melhorar sua experiência”:
esse tipo de frase tem presença garantida na maior parte dos sites. Em muitos
casos, o usuário consegue acessar configurações e determinar quais dados quer
compartilhar, mas, em outros, isso ainda não é possível. “Uma das tendências em
privacidade de dados é, justamente, uma maior liberdade para fazer essa
escolha. Em breve deve ser possível, por exemplo, retirar as próprias informações
de sites, aplicativos e serviços que você não utiliza mais”, explica Adriana.
- Transparência
Seguindo a mesma onda, a forma como empresas
coletam os dados de seus usuários e consumidores também deve sofrer mudanças,
principalmente quanto à transparência. Explicar às pessoas quais informações
estão sendo coletadas, porque elas são necessárias e de que forma serão
utilizadas deve se tornar uma prática cada vez mais frequente, opina a
especialista.
Tecnobank
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