Opinião
Ao
longo do ano de 2023 a Associação Médica do Rio Grande do Sul trabalhará de
forma intensa em algumas bandeiras importantes na área da saúde que são
benéficas não só para o médico, mas para toda a sociedade. Seguimos convictos
no apoio à exigência do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos
(Revalida), processo que deve ser obrigatório para brasileiros ou estrangeiros
residentes no Brasil, que obtiveram diploma de graduação em instituições
estrangeiras reconhecidas no país de origem. Defendemos não só a manutenção
deste exame, mas também a imposição de um alto nível de exigência nas questões
de modo que seja assegurada ao paciente a certeza da mais alta qualidade do
profissional que está zelando pela sua saúde.
Estamos
atentos, também, ao risco trazido pela criação, cada vez mais descontrolada, de
escolas de Medicina. Somos favoráveis à parametrização dos Cursos e a formação
acadêmica que deve ser de excelência. A qualidade do ensino médico no Brasil e
dos novos formandos é cada vez mais preocupante, principalmente àqueles
oriundos de Escolas Médicas que não oferecem campos de estágio, hospitais de
ensino e outras condições para a boa formação acadêmica. Uma assistência em
saúde qualificada depende, sobremaneira, de uma formação acadêmica com capacitação
completa.
O
crescimento inusitado e acelerado da força de trabalho médico foi impulsionado
pela abertura de novas Escolas.
De
acordo com dados atualizados, recentemente, o Brasil tem 562,5 mil médicos,
mais do que o dobro que tinha no início do século (estudo Demografia Médica no
Brasil 2023). Temos profissionais suficientes para atender a população
brasileira, no entanto o problema está na sua distribuição. O Rio Grande do Sul
tem 14 mil 703 médicos habilitados na capital e 18.927 no interior. O estado
gaúcho tem a quinta maior densidade de médicos por 1 mil habitantes no país,
ficando atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.
Considerando apenas a capital, ficamos na terceira posição com a maior
proporção de médicos por habitante.
Portanto,
não faltam médicos, mas é preciso uma distribuição equilibrada no território
brasileiro. Trabalharemos nesta direção através da representação da AMRIGS em
grupos de trabalho e visitas às Instituições e órgãos públicos. Manteremos o
tema em pauta junto com a Associação Médica Brasileira e demais entidades
médicas de nosso estado. Estaremos à disposição dos governantes para que
possamos juntos, construir um futuro cada vez melhor para todos.
Dr. Gerson Junqueira Jr. - Presidente
da AMRIGS
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