Transplante de Medula Óssea é o tratamento que apresenta mais chances de cura
Fevereiro começa trazendo o alerta sobre a leucemia
e reforçando a importância da doação de medula óssea. Existem vários tipos de
leucemia, sendo 4 deles os principais: Leucemia Mielóide Aguda (LMA), Leucemia
Mielóide Crônica (LMC), Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) e a Leucemia
Linfocítica Crônica (CLL).
A medula óssea, também conhecida como tutano, fica
localizada dentro dos nossos ossos e é responsável por fabricar todos os
elementos do nosso sangue através de células-tronco hematopoiéticas que são
capazes de se diferenciar nos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.
A leucemia é um câncer que tem início nas
células-tronco da medula óssea fazendo com que as células sanguíneas doentes atrapalhem
a produção das células sanguíneas saudáveis da medula óssea. O quadro clínico e
a evolução da doença variam conforme o tipo de leucemia. O tratamento também
varia conforme o tipo de leucemia podendo ser com quimioterapia, radioterapia,
imunoterapia, terapias alvo e com transplante de células-tronco hematopoéticas
(TCTH). O TCTH consiste na substituição de uma medula óssea doente ou
deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de
reconstituição de uma medula saudável.
Lorena Bedotti, hematologista do Grupo SOnHe,
explica que o TCTH é um procedimento indicado para o tratamento de leucemias,
linfomas, distúrbios benignos da medula óssea, doenças autoimunes, entre
outros. “Apesar de ser um tratamento complexo, de alta demanda e com riscos, o
TCTH é ainda indicado por ser a melhor chance de cura para diversas doenças”,
reforça a hematologista.
O TCTH pode ser autólogo, quando as células-tronco
vêm do próprio paciente ou alogênico, quando vêm de um doador. A busca tem
início entre os familiares pois, geralmente, irmãos são os que apresentam maior
chance de ter 100% de compatibilidade. Quando isso não ocorre, é necessário
buscar no REDOME, o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea, um doador
compatível, sendo por isso importante o cadastro de doadores. As células
hematopoiéticas podem ser obtidas pela coleta da medula óssea, pelo sangue por
meio de um procedimento chamado aférese e pelo sangue de cordão umbilical. “No
transplante de medula, a rejeição é relativamente rara, mas pode acontecer. Os
principais riscos se relacionam às infecções, às toxidades às drogas
quimioterápicas utilizadas durante o tratamento e, no caso dos transplantes
alogênicos, a doença do enxerto contra hospedeiro (DECH),
que é o ataque das células novas a alguns órgãos do paciente; complicação
relativamente comum, porém tratável”, explica a hematologista Lorena Bedotti.
Quem pode doar e como doar?
Pessoas saudáveis, entre 18-35 anos, sem doenças
infecciosas, incapacitantes, neoplasias, doenças hematológicas ou autoimunes
podem se cadastrar nos bancos de sangue dos Hemocentros para serem doadores não
aparentados no REDOME e, assim, ajudar esses pacientes a aumentarem suas
chances de cura. Nesta etapa de cadastro há somente a coleta de uma amostra de
sangue.
A doação de medula pode ocorrer de duas formas: na
primeira o doador é anestesiado em centro cirúrgico e são realizadas punções no
osso da bacia para retirada da medula; na segunda forma, o doador injeta um
medicamento que estimula a produção de células da medula que serão então
retiradas pelas veias dos braços pelo procedimento chamado aférese. Nos dois
casos, a medula óssea do doador se recompõe em cerca de 15 dias. Em Campinas o
cadastro da medula pode ser feito no Hemocentro da Unicamp. O telefone para
informações é 0800 722 8432.
www.sonhe.med.br
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