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segunda-feira, 21 de novembro de 2022

TDAH: conheça detalhes da doença que ganhou fama nas redes sociais

Especialistas explicam quais são os sintomas e a importância do diagnóstico correto para que crianças e adultos portadores do transtorno tenham mais qualidade de vida

 

Nas últimas semanas, o termo TDAH ganhou espaço nas redes sociais e muitas pessoas passaram a conhecer o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), uma condição neurológica que causa três sintomas principais: falta de atenção, hiperatividade e impulsividade. Mas, com base nesses indícios, os internautas começaram a se autodiagnosticar com o transtorno.   

A neurologista do Instituto de Neurologia de Goiânia, Louise Lobo, explica que, para ser de fato TDAH, esses sintomas devem ser intensos o suficiente ao ponto de prejudicar o desempenho escolar ou profissional do paciente. Ela explica que o diagnóstico deve ser feito por profissionais, pois são  múltiplos sintomas, frequência, intensidade e impactos importantes na vida de um indivíduo. 

“O diagnóstico é feito através da consulta com neurologista, psiquiatra ou pediatra. O médico irá excluir outras condições que podem se confundir com TDAH. É prudente que haja uma avaliação neuropsicológica também. Para fazer o diagnóstico de TDAH de maneira correta, é necessário realizar uma avaliação criteriosa em diferentes aspectos da vida do paciente”, diz Louise. 


Ainda de acordo com Louise, os sintomas se iniciam na infância, por isso é mais comum ser diagnosticado nessa faixa etária, a partir dos 6 anos, mas podem ser diagnosticados na adolescência e até mesmo na vida adulta. Um TDAH leve pode passar despercebido por toda a infância e ser notado apenas na vida adulta. A neurologista conta como é feito o tratamento e quais podem ser os desafios. 


“Os prejuízos podem ir desde a vida no trabalho até a social: dificuldade de cumprir tarefas monótonas, dificuldade de organização e baixa autoestima. O tratamento necessita da combinação entre medicação e terapia cognitivo comportamental. Algumas crianças precisam de suporte de professor de reforço escolar. Não existe cura, mas existe uma tendência a melhorar ao longo dos anos e na fase adulta”, completa a especialista. 


Como lidar com a doença

O também neurologista do Instituto, Hélio van der Linden, reforça a importância de um diagnóstico sério, descartando a possibilidade de outras doenças. Segundo o neurologista, muitos adultos passaram a vida sendo rotulados de preguiçosos, lentos, quando na verdade viveram boa parte da vida com o transtorno.  

“É Importante salientar que é fundamental descartar problemas como déficit visual, auditivo, doenças como anemia, hipotireoidismo, dentre outros. Além disso deve ser avaliada a saúde do sono, pois muitas pessoas que têm distúrbios do sono e não dormem bem a noite, podem demonstrar sinais que simulam o TDAH, mas que são decorrentes de uma privação de sono e consequentemente um comprometimento do rendimento diurno”, conta o especialista.  

Dr. Hélio relata também que, crianças com problemas escolares podem necessitar de acompanhamento psicopedagógico de apoio ou intervenção com profissionais da psicologia e/ou fonoaudiologia, dependendo da necessidade individual de cada caso. Segundo ele, a orientação familiar e da escola são fundamentais. Além do apoio, alguns medicamentos podem ser utilizados, como conta o especialista. 

“As principais medicações usadas são os psicoestimulantes, que estimulam a atenção e reduzem a hiperatividade e impulsividade. Crianças que iniciam cedo o tratamento podem até parar a medicação com o tempo, dependendo da resposta clínica e da evolução”, conclui o neurologista. 

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