A dra. Patrícia Terrível, pediatra e neonatologista explica como identificar o engasgo e como agir de maneira precisa para evitar o pior. Ela ressalta, que apesar dos perigos é preciso manter a calma para sair bem nas manobras a serem realizadas
O engasgo pode se tornar fatal se não for socorrido
em tempo hábil, o alimento quando para na garganta pode obstruir as vias
respiratórias. Um estudo do Sistema Único de Saúde – SUS, mostrou
que entre 2009 e 2019, o número de mortes por engasgo notificados em
crianças de 0-9 anos de idade, no Brasil, foi de 2.148 óbitos. Do total de
mortes, 72% foram bebês menores de 1 ano, e 21,6% crianças de 1 a 4 anos.
A pediatra, explica que é preciso se atentar na
forma em que os alimentos são oferecidos para as crianças desde a introdução
alimentar, existem cortes ideais que evitam que o alimento pare na garganta da
criança. “A uva por exemplo deve ser cortada na diagonal e em quatro partes,
conforme a criança for crescendo e ter o domínio da mastigação, é possível
mudar o formato e até mesmo oferecer o alimento inteiro”, comenta
Patricia.
A profissional destaca que há formas de observar
que o engasgo está acontecendo, e algumas delas podem ser silenciosas. Por
isso, é importante se atentar a esses sinais durante a alimentação, tais como:
tosse silenciosa, não emite nenhum som, respiração ausente ou acelerada, choro
incessante, vermelhidão no rosto ou esforço ao tentar eliminar o alimento, e no
caso de crianças mais velhas levar as mãos ao pescoço em sinal de socorro.
Ao perceber o engasgo é preciso agir, de maneira
calma e eficaz. “A manobra de Hemlich pode salvar vidas, é importante entender como fazer
e agir. Caso não se sinta preparado, ligue imediatamente para a emergência”,
explica a especialista.
Para bebês até um ano de idade é preciso seguir os
passos:
- Segure
o bebê com uma das mãos, de forma que ele fique de bruços e inclinado para
frente:
- Usando
o punho da outra mão e deixando os dedos estendidos, aplique 5 palmadas no
meio das costas da criança;
- Vire
a criança para que ela fique com a barriga voltada para cima;
- Utilize
dois dedos para comprimir duas vezes a linha entre os mamilos – esse
movimento se assemelha a uma massagem torácica;
- Verifique
se o corpo estranho foi eliminado. Caso negativo, repita o procedimento.
Já para os maiores de um ano, as orientações que a
dra. Patrícia Terrível dá são as seguintes:
- Fique
atrás da criança, abraçando-a em torno do abdômen. É importante ficar na
mesma altura da criança, por isso, pode ser que você tenha que ficar de
joelhos;
- Feche
uma das mãos e coloque o punho na região logo acima do umbigo;
- Com
a outra mão, segure o punho da mão fechada e faça compressões rápidas de
dentro para cima – elas devem ser firmes e não violentas;
- Incentive
a criança a tossir e verifique se o problema foi solucionado. Caso
persista, repita o procedimento.
A pediatra Patrícia Terrível, ressalta que manter a
calma é fundamental para fazer os procedimentos de maneira correta. Mas, caso
não consiga busque ajuda imediatamente através do 192 SAMU ou 193 Corpo de
Bombeiros.
Dra. Patty Terrível - Formada em Medicina pela Universidade de Santo Amaro no ano de 2012,
concluiu a residência em pediatria no Hospital Municipal Doutor Carmino
Cariccho em 2014, especializada UTI Neonatal e UTI Pediátrica pela Faculdade
IBCMED em 2020. Atualmente está em andamento o MBA em Gestão Hospitalar pela
FGV. Além do atendimento presencial, é umas das idealizadoras do curso online
“Papa sem Neura” em parceria com Nutricionista.
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