Leitura dos resultados exige cuidados para compreensão dos desafios para a política educacional nos próximos anos
Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) serão divulgados nos próximos dias. Calculado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o indicador nacional avalia, entre outros fatores, a qualidade da oferta educacional no Ensino Médio de escolas públicas. Para obter o resultado, são consideradas a taxa de rendimento escolar (aprovação) e a média do desempenho no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que avalia conhecimento em Língua Portuguesa e Matemática.
Em 2019, os resultados indicaram um avanço considerável no IDEB do Ensino Médio público, que avançou 0,4 ponto na média nacional, de 3,5 a 3,9 - o maior crescimento desde a primeira edição do índice, em 2005. A expectativa para este ano, porém, é de que os dados evidenciem nos resultados a influência do período mais agudo da pandemia, com suspensão das aulas presenciais e diversificação da oferta de conteúdo por meio do ensino remoto.
Com isso, de um lado, há mudanças nos parâmetros de acompanhamento (como o registro de aulas ofertadas, frequência dos alunos e meios avaliativos), fundamentais para o cálculo da taxa de rendimento do índice; de outro, grandes implicações na saúde física e emocional dos estudantes, além de queda no engajamento, gerando efeitos significativos em sua aprendizagem.
Diante deste contexto, o superintendente-executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques, alerta que as análises dos resultados precisam ser realizadas com cautela e cuidado. Além disso, o especialista destaca que a gestão escolar, baseada em evidências, deve ser priorizada. “Por meio do programa Jovem de Futuro, que tem como foco a melhoria da Educação Pública no Ensino Médio, temos desenvolvido estratégias orientadas e mobilizado os gestores no desenvolvimento de ações que promovam a recomposição da aprendizagem dos estudantes, sua permanência na escola e a redução das desigualdades”, diz.
Atualmente, cinco estados - Ceará,
Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais e Piauí - são parceiros do Instituto
Unibanco nesta iniciativa, que, por meio do fortalecimento dos profissionais
responsáveis pela gestão escolar, objetiva melhorar a aprendizagem dos
estudantes, reorganizar e aprimorar o currículo, além de reduzir a evasão
escolar e as diferenças educacionais. A iniciativa, em parceria com as
secretarias estaduais de Educação, foi atuante durante a pandemia e permanece
ativa na promoção de ações de busca ativa, formações variadas, assessorias
técnica e pedagógica, entre outros.
Ricardo
Henriques - Economista
e superintendente-executivo do Instituto Unibanco. Foi Secretário Nacional de
Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) do Ministério da
Educação e Secretário Executivo do Ministério de Desenvolvimento Social, quando
coordenou o desenho e a implantação inicial do programa Bolsa Família. No Rio
de Janeiro, foi Secretário Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos e
Presidente do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP), quando
desenvolveu e implantou o Programa UPP Social. Foi pesquisador e diretor
adjunto da área social do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA),
assessor especial do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico
e Social (BNDES). Presidiu o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da
Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro, a Conferência de Educação na 34ª
Conferência Geral da UNESCO (2008) e a Rede de Vice-Ministros de Redução da
Pobreza e Desenvolvimento Social do BID. Foi membro do Conselho de
Administração do Internacional Institute for Education Planning (IIEP-UNESCO)
e, atualmente, é membro dos Conselhos: Anistia Internacional (Brasil), Centro
de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades (CEERT), Fundação Itaú
Educação e Cultura (FIEC), Instituto Natura, Instituto República e Pacto pela
Equidade Racial.
João
Marcelo Borges - Mestre em economia e política internacional pela London
School of Economics e pesquisador do Centro de Desenvolvimento da Gestão
Pública e Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas. É responsável pela
Gerência de Pesquisa e Inovação (GPI) do Instituto Unibanco, que abarca as
áreas de Pesquisa e Avaliação, Articulação & Disseminação de Conhecimento e
Inovação em Políticas Educacionais, o Centro de Pesquisa Transdisciplinar em
Educação, o Observatório de Educação e o relacionamento com universidades e centros
de pesquisas internacionais, bem como a articulação com parceiros. Borges
também traz em sua bagagem know-how para responder sobre Ensino Médio,
legislação e financiamento educacional, governança (incluindo Sistema Nacional
de Educação) e políticas intersetoriais para crianças, adolescentes e jovens,
entre outras áreas da educação.
Instituto Unibanco
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