Geração
de vagas cresceu quase 28%, na passagem de junho para julho
Em julho,
o Estado de São Paulo registrou a maior alta para o ano na criação de postos de
trabalho celetistas no comércio. De acordo com a Pesquisa do Emprego (PESP) da
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP), no mês, foram criadas 16.273 vagas com carteira assinada –
aumento de 27,6% em relação a junho. Além da maior variação mensal, o saldo
também representa o melhor desempenho observado no setor desde novembro de
2021, quando foram gerados 37.923 empregos.
Dentre as divisões que formam o comércio, o varejo se destacou, com a geração
de 10.473 vagas. A retomada ocorreu, principalmente, nas atividades que
comercializam mercadorias de consumo não adiável, como é o caso do segmento de
gêneros alimentícios. Os hipermercados e supermercados, por exemplo, foram
responsáveis pela criação de 3.039 postos de trabalho. Já as divisões do
atacado e do comércio e de reparação de veículos geraram, respectivamente,
4.487 e 1.313 vagas.
Os programas e as iniciativas do setor público para injeção de recursos na
economia, em geral, contribuem para a evolução do mercado de trabalho, bem como
para o avanço do crédito (e, consequentemente, do endividamento familiar). Este
cenário é propício para as receitas empresariais e o avanço da confiança do
empresário, impulsionando a geração de novos empregos.
Apesar da evolução mensal, a criação de vagas no comércio ficou 32% menor do
que a registrada em julho de 2021. No acumulado até o sétimo mês deste ano, o
setor apontava a formação de 34 mil empregos em todo o Estado, puxada pela
divisão do comércio varejista (20.197), em especial pelo varejo de ferragens,
madeira e materiais de construção (3.497).
Já na capital paulista, o mês de julho terminou com a geração de praticamente 5
mil vagas (4.994). Nos sete primeiros meses de 2022, a cidade gerou 13.309
postos de trabalho, com forte influência do comércio atacadista: com quase 7
mil vagas. Ao todo, o comércio paulistano ultrapassou um total de 858 mil
empregos.
Geração de emprego nos serviços é a menor do ano
Na contramão do comércio, o setor de serviços paulista apresentou, em julho, a
menor geração de vagas do ano. Foram 20.030 empregos com carteira assinada,
alavancados pelos serviços de transportes, armazenagem e correio (4.579 vagas);
pelos serviços de saúde e sociais (4.459); e pelos serviços de alojamento e
alimentação (3.991).
Embora positivo, o resultado é praticamente metade dos saldos observados em
junho (38.766) e no mesmo período do ano passado (40.762). Para a FecomercioSP,
entretanto, é prematuro afirmar que o setor esteja passando por um
arrefecimento consolidado do ritmo do mercado laboral, ainda mais por ser o
carro-chefe da geração de empregos no Brasil e no Estado de São Paulo.
Será preciso observar de perto os resultados dos meses seguintes para avaliar
se é visível uma desaceleração na criação de vagas. Além disso, é necessário
considerar que o emprego nos serviços, nos últimos meses, vinha se beneficiando
da recuperação tardia do pós-pandemia. Assim, uma desaceleração na criação de
novos empregos até pode ocorrer, mas não será tão relevante a ponto de reverter
a trajetória positiva do setor.
No ano, os serviços foram responsáveis pela criação de 250 mil vínculos
empregatícios no Estado. Na capital paulista, em julho, houve geração de 7.295
postos – praticamente um terço do registrado no mês anterior (21.123). Já nos
sete primeiros meses, a cidade de São Paulo gerou pouco mais de 95 mil
empregos. Dentre os segmentos, chama a atenção os bons resultados dos serviços
de alojamento e alimentação (17.540 vagas) – impactados pela atividade de bares
e restaurantes (11.096) – e dos serviços de informação e comunicação (17.184),
com destaque para as atividades de serviços de tecnologia da informação
(11.662).
Nota metodológica
A Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP) sofreu uma reformulação em
sua metodologia e, agora, analisa o nível de emprego celetista do comércio e
serviços do Estado de São Paulo a partir de dados do novo Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, passando a se
chamar, portanto, PESP Comércio e Serviços.
FecomercioSP
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