Doença vascular se caracteriza pela dor na panturrilha e precisa ser avaliada para evitar complicações
Desconforto nas pernas pode ser um indicativo de
que algo não vai bem com a saúde do membro, e um sinal de alerta para doenças
de origem vascular, como a claudicação intermitente. A condição se caracteriza
por uma forte dor ao caminhar ou se exercitar.
Ao realizar algum esforço, as pernas demandam mais
oxigênio, e as artérias são as responsáveis por distribuir a oxigenação aos
membros. Caso esses vasos possuam algum tipo de obstrução, fica inviável suprir
a demanda metabólica necessária ao músculo. É quando surge a dor, geralmente na
panturrilha, mas também pode acometer o quadril, glúteos, coxas e pés, que pode
ser comparada com uma cãibra ou sensação de aperto. A claudicação intermitente
ainda pode ser confundida com uma dor muscular ou com outras doenças, como a
osteoartrite (artrose), osteoporose, varizes, fibromialgia, dor de coluna e
neuropatia periférica.
Segundo o cirurgião vascular e membro da Sociedade
Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular Regional São Paulo (SBACV-SP),
Dr. Rodrigo Bruno Biagioni, com o repouso, ou a parada do exercício, o
desconforto desaparece, mas ressurge ao iniciar uma nova atividade de mesma
intensidade ou distância. “Os pacientes se queixam de ter que desistir de seu
esporte preferido, ou de mudar sua rotina, o seu dia a dia, e não conseguem
caminhar maiores distâncias. Dessa forma, pequenas atitudes, como ir à padaria,
podem se tornar muito desgastantes pela necessidade de parar frequentemente a
cada aparecimento da dor”.
Além da dor ao andar, a doença pode trazer outros
sintomas, como frieza e palidez do membro ao elevá-lo. “Em casos mais graves,
pode ocorrer perda de pelos no pé e um crescimento lento, ou nenhum, das unhas”,
pontua o cirurgião vascular. A doença arterial periférica pode surgir em
qualquer idade, porém, com maior prevalência após os 60 anos. Em indivíduos
abaixo dos 50 anos, a frequência é inferior a 2%. Aos 70 anos a incidência sobe
para 5%, idade que, de acordo com o Dr. Biagioni, ocorre a forma mais grave da
doença em 10% dos casos. Fatores como o histórico familiar, tabagismo, diabetes
mellitus, colesterol alto, pressão alta, sedentarismo e obesidade influenciam
no desenvolvimento da condição.
O tratamento da claudicação intermitente se inicia
com o cuidado aos fatores de risco. Recomenda-se controlar a pressão arterial,
abandonar o hábito de fumar, monitorar o diabetes, proteger e evitar lesões nos
pés - principalmente entre os diabéticos -, e realizar exercícios para
desenvolver a circulação colateral. E se houver falha do tratamento clínico, é
realizada uma angioplastia, que é a recanalização por cateterismo da artéria
obstruída. Em casos específicos, a cirurgia aberta é recomendada com o uso da
safena ou algum conduto para desviar o fluxo do sangue para a área necessitada.
A amputação é considerada em casos graves,
principalmente quando há a presença de lesões. “Pacientes com claudicação e que
estão estáveis têm um risco pequeno de 1% ao ano de amputações. Indivíduos que
apresentam dor ao repouso ou feridas, por sua vez, apresentam um risco muito
maior, de 15 a 20% ao ano”, esclarece o Dr. Rodrigo Bruno.
Com a visita regular ao médico, é possível
acompanhar a evolução da doença, analisar vias de tratamento e evitar
complicações.
O presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia
e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo, Dr. Fabio Rossi, salienta a
importância do diagnóstico precoce. “A claudicação intermitente, em geral, é a
primeira manifestação clínica da Doença Arterial Obstrutiva Periférica, mas, na
maioria das vezes, o paciente e nem mesmo o médico dão a ela a devida
importância. Apesar de a chance da perda do membro ser muito baixa, sabemos que
a sua presença é um marcador de risco de eventos cardiovasculares graves, como
o infarto agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral nos anos
subsequentes, que são manifestações do acúmulo de placas de gordura chamado de
aterosclerose. É muito importante que o diagnóstico da claudicação intermitente
seja feito logo no início, para que sejam tomadas medidas preventivas para
controlar os fatores de risco, como a interrupção do tabagismo e o controle da
pressão arterial, dos níveis glicêmicos e do colesterol, bem como a adoção de
alimentação saudável e a prática de exercícios físicos”, orienta Dr. Fabio.
A SBACV-SP tem como missão levar informação de
qualidade sobre saúde vascular para toda a população. Para outras informações
acesse o site e siga as redes sociais da
Sociedade (Facebook e Instagram).
Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia
Vascular – Regional São Paulo – SBACV-SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário