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terça-feira, 21 de junho de 2022

Mudanças na educação: 7 métodos de ensino que já existem e vão além do tradicional

                                    

Divulgação
Experiência BeGreen
A previsão é que até 2030 ocorram mudanças expressivas no cenário educacional mundial

 

Quando o assunto é educação, o que vem em mente para a maioria dos brasileiros é aquela visão tradicional de uma sala de aula, em que os alunos estão em suas mesas e cadeiras e o professor à frente discorrendo sobre determinada matéria. Mas, graças à tecnologia, à necessidade nas mudanças em educação e ao aparecimento de startups e empresas dispostas a mudar o mercado, outras metodologias já vem sendo aplicadas na formação de estudantes e profissionais brasileiros. 

O último relatório do World Innovation Summit for Education (WISE) mostrou, inclusive, que até 2030 devem ocorrer mudanças expressivas no cenário educacional mundial, impactando professores e alunos. Abaixo você confere sete métodos de ensino que já existem e estão em prática, transformando a educação no Brasil e no mundo. 

 

·         Design thinking 

Ao aprender por meio desse método, a pessoa busca a resolução de problemas por meio do pensamento visual. Ele também estimula o trabalho em equipe, a colaboração e a coletividade, uma vez que seu processo une aspectos sociais, como visão de mundo e cultura, com o intuito de obter uma solução mais completa para os problemas enfrentados. A partir do design thinking, o estudante é convidado a compreender as necessidades “humanas” do sujeito a ser impactado pela solução proposta. E ainda mais interessante é que essa metodologia pode ser utilizada em qualquer área, visto que visa a satisfação do “agente problema”, o que só pode ser alcançado quando trabalhado tendo a empatia com base da solução da questão. No Brasil, esse tipo de ensino é muito aplicado em empresas, uma vez que foi identificado seu poder para a transformação no trabalho, elevando a criatividade. Exemplo disso é o trabalho que a Isvor executa em suas consultorias de educação corporativa. 

 

  • Streaming para o Novo Ensino Médio 

Em um catálogo de cursos contendo opções como "Novas Mídias: Podcast + Cinema + YouTube" e "Money: Educação Financeira”, o estudante do ensino médio escolhe o conteúdo que considerar mais relevante, pode pausar para continuar a assistir depois e ainda descobrir novas habilidades pelo caminho. Esse recurso é uma das opções de aprendizado criadas após as mudanças na lei para o Novo Ensino Médio e foi desenvolvido pela edtech ICE Play. “A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional estabeleceu novas carga horária e modalidade de aulas a serem totalmente aplicadas até 2023, mas muitas escolas já escolheram começar em fevereiro deste ano para que seus alunos não tenham acúmulo de disciplinas. São 600 horas a mais, totalizando 3 mil horas/aula durante todo o Ensino Médio, com 60% de conteúdos tradicionais (como Português, Matemática e História) e 40% de novos conteúdos (os chamados, itinerários formativos), o que significa que as escolas devem ofertar novas disciplinas, capacitar ou contratar novos professores e providenciar a infraestrutura necessária”, explica o professor e CEO da startup Gabriel Gonçalves. O formato de streaming de cursos para o Ensino Médio da ICE Play é voltado às habilidades do futuro e conta com 10 cursos por semestre. Alguns dos mais procurados dentre os disponíveis para os 1200 alunos que já usufruem do sistema, estão o "We Program I: Programação de Websites" e "Solta o Verbo: curso de oratória". 

 

  • “Work base learning” 

Imagine que você é um estudante e tem a oportunidade de experimentar solucionar a questão de uma grande empresa antes de estar inserido no mercado de trabalho. Seria no mínimo interessante, não? Muito utilizada no Canadá e nos Estados Unidos, a metodologia de “aprendizagem baseada em trabalho” tem como objetivo preparar os alunos para o mercado de maneira eficaz, indo além do ensino teórico e técnico como os modelos tradicionais fazem. No Brasil, esse método é utilizado pela Escola Korú (www.escolakoru.com.br). Os estudantes devem desenvolver soluções para problemas reais das empresas parceiras da Korú. As práticas de trabalho funcionam da seguinte forma: começam com o processo de ‘discovery’ [descoberta], que é investigar o problema que deve ser solucionado; depois, os estudantes criam um MVP [produto mínimo viável] e, por fim, realizam um pitch para a empresa parceira, que pode aceitar ou ajustar a solução em diálogo com os alunos. “Tal prática  permite o desenvolvimento e a aprendizagem de habilidades interpessoais  e aumenta a possibilidade de empregabilidade”, diz Raíssa Florence, cofundadora da Korú. 

 

·         Ágil 

Ir além da tarefa e exercer a pró-atividade é desafiador, mas mais fácil do que você imagina para a metodologia de ensino Ágil. Tal método foi criado como uma resposta aos formatos tradicionais, mais pesados, para o desenvolvimento de softwares e é baseada em quatro pilares: (1) indivíduos e interações são mais que processos e ferramentas; (2) softwares em funcionamento são mais que documentação abrangente; (3) colaboração com o cliente é  mais que negociação de contrato; e (4) responder às mudanças deve ser mais do que seguir o plano. Deste modo, essa  metodologia prevê que o aluno seja o protagonista de seu aprendizado, dispondo de um ensino menos conteudista e mais prático.  

 

  • Método Montessoriano 

Febre entre os influenciadores digitais que compartilham a rotina dos processos educativos dos filhos pelas redes sociais, o Método Montessoriano é aplicado em também em escolas infantis no Brasil e se estende até as residências das famílias adeptas. A ideia é dar mais autonomia e liberdade individual às crianças como, por exemplo, com mobiliário compatível com a estatura dos pequenos. Em busca de sempre manter o respeito aos limites do desenvolvimento de cada um, o método desenvolvido pela médica italiana Maria Montessori, engloba as habilidades sociais, físicas e psicológicas da criança. Para isso, dois pontos podem ser destacados como fundamentais: (1) o aprendizado por si mesmo, de acordo com o desenvolvimento natural e períodos sensíveis da criança, respeitando o próprio ritmo como seres individuais; e (2) o ambiente propício ao aprendizado, pensado para atender as necessidades específicas dos pequenos. 

 

·         Educação Maker 

Você acredita que pode construir ou, se preciso, consertar seus próprios objetos? Então você é parte da cultura maker e pode se dar bem com esse método de aprendizagem. Tal metodologia foge dos padrões das aulas expositivas, pois as sessões de ensino são focadas em oficinas, em “colocar a mão na massa”. Por meio dela, os alunos têm a oportunidade e também os recursos necessários para desenvolver e testar novas ideias. Essa metodologia é vista, no Brasil, mais em instituições que proporcionam experiências e as escolas fazem visitas e imersões para diversificar seu ensino. É o caso, por exemplo, da BeGreen. A rede de fazendas urbanas oferece a escolas e universidades visitas às estufas, onde os participantes plantam e colhem hortaliças, além de vivenciar, na prática, a aplicação da tecnologia para transformações sustentáveis na produção de alimentos. “Vivenciar é uma poderosa forma de aprendizagem, tem o poder de impactar as escolhas individuais e coletivas que os estudantes farão dali pra frente”, afirma Matheus Ramalho, gerente de Marketing da BeGreen. O compartilhamento, a experimentação e o desenvolvimento de ideias é o que faz com que os alunos sejam protagonistas no aprendizado por meio da transdisciplinaridade.  

 

  • Americana 

Talvez o mais conhecido desta lista tenha esse posto devido ao sucesso de temáticas envolvendo o “high school” em séries e filmes. Nos enredos é possível ver os alunos trocarem de sala de aula, estudantes da mesma idade em níveis diferentes da mesma matéria e muitas outras peculiaridades. O motivo é simples: o sistema educacional americano funciona com base em créditos, isto é, cada matéria tem um valor atribuído a ela, e o estudante deve ter uma quantidade mínima de pontos em área de estudo específicas para se formar, além de um número mínimo de pontos somando todas as áreas de estudo. Cada estado americano pode definir quais são as matérias ou número de créditos necessários para obter o diploma. Na maior parte dos casos, o aluno deve cursar matemática, inglês, uma matéria da área de ciências sociais e uma matéria da área de ciências. Além das disciplinas obrigatórias, as escolas americanas oferecem outras eletivas. Essas matérias não são compulsórias individualmente para a formatura, mas o estado americano pode exigir que o estudante tenha um número mínimo de créditos de qualquer matéria eletiva para se formar.


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