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quarta-feira, 15 de junho de 2022

Infertilidade masculina causa dificuldades para engravidar entre 50% dos casais com o problema

A boa notícia é que existem tratamentos com taxas de até 85% de sucesso 

 

Apesar de ser um problema comumente atrelado à saúde da mulher, os homens também podem sofrer com a infertilidade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a incidência de infertilidade conjugal no mundo hoje é de 20%. Levantadas pelas sociedades de reprodução assistida, em parceria com a European Society for Human Reproduction and Embriology e a American Society for Reproductive Medicine, as estatísticas destacam a dificuldade que casais apresentam ao tentar engravidar. Desse montante, 50% dos casos diagnosticáveis devem-se à infertilidade masculina, um problema que, embora seja cercado de tabus, tem tratamento. 

Embora não exista uma idade mais propensa para que a esterilidade masculina ocorra, na adolescência o tratamento apresenta melhoras mais significativas. “Por esse motivo, afastar precocemente as causas mais associadas ao problema é fundamental para evitar a incidência futura”, destaca o ginecologista da Clínica de Reprodução Humana Origen BH, dr. Rodrigo Hurtado.  

Mestre e doutor em Saúde da Mulher, ginecologista da Clínica Origen e professor do Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), dr. Hurtado explica que há quatro causas mais importantes: doenças genéticas que incluem alterações cromossômicas; alterações hormonais, influência ambiental ou ocupacional (toxicidade por metais pesados, altas temperaturas, tratamentos hormonais, pesticidas); estilo de vida (uso de álcool, drogas, tabaco, stress emocional, exposição a fatores infecciosos) e algumas doenças, como varicocele, infecção sexualmente transmissível, traumatismo testicular, complicações de processos infecciosos na infância (caxumba, rubéola, doenças autoimunes. Além disso, o volume testicular diminuído (atrofia testicular) é fator de risco importante por ter relação direta com baixa produção de espermatozoides. 

Uma situação que, infelizmente, vem se tornando cada vez mais comum, e com consequências cada vez mais graves, é o uso de esteroides anabolizantes como potencializadores de ganho de massa muscular e aceleradores de perda de gordura corporal. O indivíduo que usa testosterona, oxiandrolona, DHEA (dihidroepiandrosterona), para promover melhor performance durante os treinos causa uma supressão da produção de androgênios pelo próprio organismo, e isso leva a uma diminuição muito acentuada da produção de espermatozoides, além de risco aumentado para infarto miocárdico, derrame cerebral, insuficiência hepática e até mesmo câncer de testículo. Esse é o motivo pelo qual as sociedades de Endocrinologia e Reprodução Humana não endossam o uso de esteroides anabolizantes como adjuvantes para prática esportiva, e os comitês esportivos o condenam.

Dependendo das doses utilizadas e do tempo de uso, a supressão pode comprometer a produção espermática de maneira irreversível. 

 

Tratamento e taxas de sucesso 

A boa notícia é que todos os casos podem ser tratados por meio de técnicas de reprodução assistida. O que varia é o tipo de tratamento proposto, que abrange uso de medicamentos, inseminação intrauterina, passando por fertilização in vitro, biópsia testicular, até uso de sêmen heterólogo (banco de sêmen). Consultar um especialista em infertilidade é o passo mais importante no processo de tomada de decisão sobre as formas de tratamento e suas indicações. “O médico infertileuta é capaz de otimizar os resultados reprodutivos, combinando informações sobre genética, fisiologia reprodutiva, terapia hormonal, cirurgia urológica e técnicas de reprodução assistida. Uma vez delineada a estratégia de tratamento, outros especialistas são acionados contribuindo com o resultado”, explica dr. Rodrigo. 

O somatório de diferentes tratamentos clínicos ou cirúrgicos realizados de forma correta e, principalmente, no momento adequado, é o que define o melhor prognóstico. “Tratamentos conhecidos, como de baixa complexidade, atingem taxas de sucesso de 20-25% por tentativa. Já tratamentos mais sofisticados, como a fertilização in vitro alcançam resultados de 50-60% por tentativa. As taxas cumulativas, após até três tentativas, superam 85%”, orienta o médico. Dr. Hurtado ressalta a importância de começar pelo diagnóstico correto. De acordo com a causa da infertilidade masculina, o especialista indicará o tratamento mais adequado e o procedimento ideal a ser adotado. 

 

Clínica Origen de Medicina Reprodutiva


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