Condição, mais comum na infância, é caracterizada
por alterações neurológicas permanentes que afetam o desenvolvimento motor e
cognitivo
A paralisia cerebral é uma lesão neurológica
ocasionada por danos que ocorrem no cérebro em desenvolvimento, afetando as
habilidades motoras e cognitivas. Tais danos levam ao surgimento de falhas na
coordenação, deficiência intelectual, perda de equilíbrio, gestos
involuntários, problemas na fala ou caminhada e, em alguns casos, epilepsia e
problemas na visão e audição.
Considerada um distúrbio grave, que tem como
principal causa o desenvolvimento anormal do cérebro antes do nascimento e a
falta de oxigênio relacionada ao trabalho de parto, a paralisia cerebral atinge
cerca de sete a cada mil nascidos vivos no Brasil, segundo dados da Associação
Brasileira de Paralisia Cerebral (ABPC). Os dados ainda apontam que existem
aproximadamente 17 milhões de pessoas que vivem com essa condição no mundo.
De acordo com Nelson Tatsui, Diretor-Técnico
do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, a paralisia
cerebral, apesar de ser considerada incurável e gerar grandes sequelas, pode
ser atenuada com o uso de células-tronco, uma das maiores apostas da medicina
regenerativa para diversas doenças. “As células-tronco do sangue e tecido do
cordão umbilical podem ser utilizadas na atenuação de sintomas e também no
tratamento de mais de 80 tipos de patologias, devido a capacidade de se
autorregenerarem”, destaca.
O especialista explica que diversos ensaios
recentes envolvendo o uso de células-tronco apontam que o material é capaz de
recuperar alguns neurônios e tecidos danificados. “As células-tronco podem ser
usadas no tratamento da paralisia cerebral por incentivarem os processos de
regeneração, originar células características do sistema nervoso e modular a
ação imunológica, reduzindo a inflamação”, enfatiza.
Nelson ainda afirma que o material biológico são
células não-diferenciadas e não-especializadas, que apresentam a capacidade de
regenerar diferentes linhagens celulares. “Elas têm o potencial de se
multiplicar indefinidamente sem perder suas características. Essa capacidade de
auto renovação é essencial para a reparação de tecidos danificados ou para a
substituição de células que vão morrendo, tornando-se, então, a peça-chave na
melhoria de diferentes doenças, como a paralisia”, reitera.
O médico também ressalta que várias pesquisas vêm
sendo realizadas há anos, comprovando sua eficácia. “O tratamento com
células-tronco já é uma realidade e a ideia é que ela se torne reconhecida nas
diversas esferas da medicina. Para isso, é de enorme importância que a população
se convença de como esse material e seu armazenamento são importantes”,
finaliza.
Criogênesis
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