As mulheres vêm conquistando, ao longo dos anos, espaços na sociedade e no mercado de trabalho, ampliando a sua voz e presença em diversos segmentos. Ao decidirem conciliar a vida de mãe e esposa com o papel de profissional, elas mudaram um padrão de comportamento, adquiriram independência financeira, mas também fizeram uma escolha (consciente ou não): de enfrentar, diariamente, o desafio de se posicionar.
Ser mulher e profissional significa lidar com a tripla jornada (trabalhar,
cuidar da família e de si) e com a desigualdade salarial, saber agir em caso de
assédio e situações machistas, e lutar para garantir visibilidade e direitos
básicos. Segundo dados recentes do IBGE, as mulheres ganham, em média, 20% a
menos do que os homens ao ocuparem os mesmos cargos. Entre diretores e
gerentes, a diferença é ainda maior: elas chegam a receber apenas 62% do
rendimento dos homens.
Entretanto, as perspectivas são otimistas. O relatório Women in
Business 2021, realizado pela Grant Thornton, revela que a pandemia
fez com que as empresas olhassem mais atentamente para as questões de
diversidade. O levantamento aponta um crescimento na paridade de gênero, com a
ultrapassagem de 31% dos cargos de liderança ocupados por mulheres, em todo o
mundo (quase 1 terço!). Outro marco significativo atingido é que nove em cada
dez empresas têm pelo menos uma mulher nas equipes de liderança. Ao todo, foram
ouvidas 5 mil executivas de diversos setores, em 29 países, incluindo o Brasil.
Por entender a necessidade de promover uma mudança cultural e avançar nas
questões de diversidade de gênero no ambiente corporativo, a Roost, empresa de
tecnologia, criou o projeto #ROOSTDELAS. O objetivo é pontuar é desconstruir
falas e atitudes machistas enraizadas, tanto entre os homens como nas próprias
mulheres, para construírem juntos uma nova realidade.
A empresa também passou a integrar, em 2022, a plataforma dos Princípios de
Empoderamento das Mulheres (WEPs, na sigla em inglês), que faz parte da rede
global das Nações Unidas. Ela foi criada para orientar as empresas a empoderar
as mulheres e promover a equidade de gênero em todas as instâncias do negócio.
Transformar uma cultura não é tarefa fácil, nem algo que ocorre da noite para o
dia. Mostrar que as mulheres possuem grande potencial para o mercado de
trabalho e para o desenvolvimento da sociedade deve ser um exercício diário. A
promoção da equidade de gênero é mais do que levantar uma bandeira social, é
uma questão socioeconômica. Estudo da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), mostra que o Brasil poderia expandir sua economia em até R$ 382 bilhões
caso aumentasse em 1/4 a participação feminina no mercado de trabalho até 2025.
Muitos ainda não entenderam que a diversidade amplia a capacidade de visão do
mundo, dos riscos e das oportunidades. A criação de um ambiente de trabalho
mais justo e tolerante se reflete em criatividade e impacta positivamente os
resultados da empresa e o desempenho econômico de um país. Os tempos atuais são
de luta pelo reconhecimento e empoderamento feminino. Essa discussão - que
começou no mundo corporativo deve ser levada para dentro de casa, para que a
mudança impacte o quanto antes a próxima geração!
Ana Paula Gonçalves Francisco - Advogada e Sthefany da Silva Bernal Trainee Inside Sales/Marketing da Roost, empresa de tecnologia especializada em soluções com foco em automação IoT.
Nenhum comentário:
Postar um comentário