Tatiana Fanti,
empresária e fundadora da Escola Prima Donna, revela que memes se tornaram
comuns nas mídias sociais de companhias e startups, mas recomenda cautela em
alguns casos
Durante a última cerimônia de premiação do Oscar,
atores, diretores e os próprios filmes saíram dos holofotes e deram lugar ao
tapa de Will Smith em Chris Rock, após uma piada direcionada à esposa do ator
durante o evento. O assunto rapidamente se espalhou pelas redes sociais,
gerando memes e discussões na internet.
Muitas empresas utilizam as plataformas digitais
para interagir com seu público, seja em publicações institucionais ou pegando
carona em grandes acontecimentos da cultura pop para criar memes em busca de
engajamento. E nesse caso não foi diferente.
Para Tatiana
Fanti, empresária e fundadora da escola de empreendedorismo e comunicação
para mulheres Prima Donna,
o sucesso desse tipo de conteúdo está diretamente ligado a como ele é recebido
pelos usuários. “Em tempos de crise, com pandemia e guerras, os memes tornam as
coisas mais leves e, mesmo que seja por apenas um momento, trazem uma sensação
de bem-estar e divertem as pessoas”, relata.
Para a empreendedora, alguns fatores são
responsáveis pela popularização desse tipo de publicação no meio comercial.
“Além da facilidade de ser produzido, ele ajuda a entrar na bolha desse
conteúdo viral, aumentando o seu alcance com o uso de hashtags
e outras técnicas. Os memes também têm a capacidade de gerar mais engajamento
na página, já que a probabilidade de interações em uma piada é muito maior do
que em posts sobre os serviços que você oferece”, pontua.
No entanto, é necessário ter cautela ao apostar
nesse tipo de postagem, sempre levando em consideração os fatores legais e
morais antes de publicá-las. “A questão legal se aplica, principalmente, ao uso
de imagens de alguém de forma indevida, enquanto a parte moral diz respeito
diretamente ao conteúdo, que pode, de alguma maneira, ser ofensivo para algumas
pessoas, como o caso da própria esposa do Will Smith em relação a piada do
comediante Chris Rock”, revela Tatiana.
Jada Pinkett Smith, apresentadora, atriz, cantora e
esposa de Will Smith sofre de alopecia. A artista aderiu ao visual careca após
descobrir a condição que desencadeia a perda de cabelo entre homens e mulheres,
mas foi alvo da piada do comediante justamente por este motivo, fato que
desencadeou toda a confusão que foi televisionada mundialmente durante a
premiação.
De acordo com a empresária, as publicações precisam
estar alinhadas aos valores institucionais das empresas, que não podem ser
deixadas de lado em detrimento da busca por engajamento. “Se você for analisar
friamente, ao fazer uma brincadeira com a imagem de um tapa, você está
compactuando com aquela situação. Se sua empresa se posiciona contra a
violência, automaticamente você está se contradizendo ao realizar esse tipo de
postagem”, alerta.
Para remar contra a maré, Tatiana revela que uma das saídas pode ser a empatia em relação às pessoas que sofrem com o mesmo problema de Jada. “Um nutricionista, por exemplo, pode usar esse acontecimento para explicar como a alimentação pode afetar pessoas que sofrem com alopecia, enquanto uma psicóloga pode falar quais são as implicações psicológicas que as mulheres sofrem no processo de perda capilar”, finaliza.
Tatiana Fanti - CEO & Fundadora da Prima
Donna. Também publicitária por formação, relações públicas por vocação e
brasileira morando na Alemanha.
https://www.escolaprimadonna.com.br/
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