Visto
de turismo continua sendo o mais popular, e crescem emissões de vistos para
pilotos de avião e profissionais com pós-graduação, indicando fuga de cérebros
do País
O governo dos Estados
Unidos concedeu 120.652 vistos para brasileiros entre janeiro e fevereiro deste
ano, um número 6,6% maior do que a quantidade total de emissões em todo o ano
de 2021 (113.123). Os dados são de um levantamento realizado pelo escritório de
advocacia imigratória AG Immigration a partir de informações oficiais do
Departamento de Estado americano.
Desde que os consulados
dos EUA foram reabertos, em 8 de novembro, as atividades de emissão de vistos
foram aos poucos se normalizando. Naquele mês, 30 mil brasileiros tiveram algum
tipo de visto aprovado. O número saltou para cerca de 50 mil em dezembro,
passou para 51 mil em janeiro e, em fevereiro, chegou a exatos 68.705.
“Obviamente, com os
consulados fechados durante quase o ano de 2021 inteiro, não dá para comparar
um período com o outro. No entanto, percebemos uma curva crescente na demanda
por viagens aos Estados Unidos. Em parte, isto se explica pela normalização
gradual das atividades consulares e, em outra, pela demanda reprimida dos
brasileiros, que ficaram quase dois anos sem poder tirar seus vistos”, explica
Rodrigo Costa, CEO da AG Immigration.
Visto de turismo: o mais procurado
Como tem acontecido nos
últimos meses, o visto B1/B2 – usado para negócios e turismo nos EUA – foi o
mais popular entre os brasileiros, com 63.763 emissões em fevereiro, ou seja,
92,8% do total de vistos concedidos no mês.
O número representa a
quarta alta seguida na emissão das autorizações de turismo para brasileiros, o
que, na opinião de especialistas, deve continuar a crescer nos próximos meses,
conforme a atividade turística se reestabelece no País e nos EUA.
Outro visto que
apresentou crescimento significativo entre fevereiro e janeiro foi o C1/D,
destinado para tripulantes de voos e embarcações. Entre um mês e outro, as
emissões deste tipo de documento cresceu de 387 para 610 (57,6%). “Os Estados
Unidos estão sofrendo uma grave escassez de mão de obra, especialmente de
pilotos de avião. Com isso, a quantidade de profissionais estrangeiros que está
sendo contratada pelas companhias aéreas americanas não para de crescer. E os
pilotos brasileiro acabam se beneficiando deste momento aquecido do mercado de
aviação comercial”, analisa Costa.
Green cards em alta
Os vistos de imigração –
que, ao contrário dos vistos temporários, concedem a seu portador o direito de
morar permanentemente nos EUA (o famoso green card) – cresceram 83% de janeiro
para fevereiro de 2022.
O destaque fica por
conta dos chamados vistos EB (sigla em inglês para “Baseado em
Empregabilidade”), que são concedidos a um estrangeiro com base na sua formação
acadêmica e trajetória profissional. “São vistos que os EUA utilizam para
atrair mão de obra estrangeira, especialmente profissionais altamente
qualificados, com pós-graduação, e que, consequentemente, poderão contribuir
com o desenvolvimento tecnológico e científico do país”, diz Costa.
No entanto, como
atualmente a escassez de mão de obra é generalizada em todos os setores da
economia americana, os vistos EB também têm sido utilizados para contratar
profissionais sem formação acadêmica, para ocupar vagas em segmentos como
varejo, logística e alimentação.
Em fevereiro, os dois
vistos de imigração mais concedidos foram o EB-2 (E2) e EB-3 (EW). O primeiro,
com 330 emissões, pode ser requisitado por profissionais com “habilidades
excepcionais” no campo das artes, ciências, educação, esportes e negócios. Já
quanto ao segundo, com 107 aprovações, trata-se especificamente de uma
categoria do visto destinada para trabalhadores sem nenhum tipo de experiência
ou especialização.
Juntos, os dois vistos representam 46,2% de todos os vistos
imigratórios concedidos a brasileiros em fevereiro.
AG Immigration
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