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Ainda que a
pandemia tenha acelerado o processo de digitalização, ainda há uma crise global
de habilidades digitais - e uma necessidade urgente de ação. De acordo com o
novo Global Digital Skills Index, estudo global da Salesforce,
especialista em soluções de gestão de relacionamento com clientes (CRM), aponta
que 73% dos trabalhadores não se sentem preparados para aprender as habilidades
digitais hpje necessárias exigidas pelas empresas
Realizada com
mais de 23 mil trabalhadores em 19 países, incluindo o Brasil, a pesquisa
revela ainda que, apesar de 82% planejarem aprender novas competências nos
próximos cinco anos, neste momento apenas 28% estão ativamente envolvidos em
programas de aprendizado e treinamento destas capacidades.
Enquanto isso,
o cenário no Brasil é mais otimista, com apenas 37% dos entrevistados afirmando
não estarem preparados com as habilidades digitais necessárias para o futuro do
trabalho - o menor índice entre todos os países pesquisados -, sendo que 79%
dos trabalhadores brasileiros estão planejando aprender novas habilidades, seja
para crescer na própria carreira ou em busca de um novo caminho profissional.
LACUNA GLOBAL
Essa lacuna é
uma preocupação, mas também Uma oportunidade. Com empresas em todo o mundo em
rápida transição para modelos digitais, aumentou muito a demanda por
funcionários com habilidades digitais.
“Existe uma
lacuna entre a fronteira da inovação e as habilidades necessárias para usar
essas inovações”, disse Peter Schwartz, vice-presidente sênior de planejamento
estratégico e Chief Futures Officer da Salesforce. “Isso, por si só, não é
novidade. Mas o que é novo é o alcance dessa inovação, quão difundida ela é, e
como ela permeia todos os aspectos da vida. É difícil fazer quase qualquer
coisa hoje em dia sem alguma forma de interação digital”.
A pontuação
global dos 19 países pesquisados no Salesforce Index para prontidão digital,
avaliada em termos de preparação, nível de habilidade, acesso e participação
ativa em requalificação digital, hoje de apenas 33 de 100.
Os países
representados na pesquisa variaram de pontuações de 63 a 15, destacando que,
embora alguns países se sintam mais preparados digitalmente do que outros, como
o Brasil, que possui uma pontuação de 53, há urgência em fazer investimentos
para diminuir a lacuna de habilidades digitais e construir uma força de
trabalho mais inclusiva.
Mesmo com a boa
pontuação do Brasil no Salesforce Global Digital Skills Index, é importante
ressaltar que a mensuração é feita a partir da autoavaliação dos respondentes.
Apesar de grande parte dos profissionais consultados se considerarem bem
preparados para o futuro profissional, associações de classe no país indicam
desafios para preencher vagas mais qualificadas, como na área de tecnologia da
informação.
COTIDIANO X
LOCAL DE TRABALHO
Habilidades
cotidianas, como mídias sociais e navegação na web, não se traduzem
necessariamente nas principais habilidades digitais do local de trabalho
necessárias para as empresas impulsionarem a recuperação, a resiliência e o
crescimento.
No mundo, mais
de dois terços (64%) de todos os entrevistados da Geração Z dizem ter
habilidades avançadas de mídias sociais - apoiando o estereótipo de domínio
digital entre a geração mais jovem. Porém, menos de um terço (31%) acreditam
ter as habilidades avançadas de trabalho digital necessárias hoje pelas
empresas.
No Brasil, ao
fazer a mesma comparação há uma percepção mais otimista sobre as habilidades
digitais aplicadas ao trabalho, mas as habilidades do dia-a-dia também tendem a
superar o nível de conhecimento das habilidades relacionadas ao trabalho.
Segundo o estudo, 75% do público da Geração Z no país que participou do
levantamento considera usar de forma avançada as mídias sociais, e 66% se
sentem muito preparadas com habilidades digitais aplicadas ao ambiente de
trabalho.
Contudo, quando
olhamos para a habilidade em e-commerce e comércio digital, considerada a mais
importante no ambiente de trabalho pelos consultados no Brasil, apenas 32% dos
jovens da Geração Z consideram ter um nível avançado, em linha com o observado
com os respondentes das demais faixas etárias.
“A tecnologia
faz parte da vida do brasileiro, mas nem sempre o conhecimento que se tem sobre
ela é o que fará a diferença na carreira”, destaca Fabio Costa, general manager
da Salesforce. “Assim como a transformação digital impacta empresas e
colaboradores constantemente, capacitar-se também é uma jornada. E ela exige
profundidade nos interesses do indivíduo e nas demandas do mercado”, completa.
LACUNA
GERACIONAL
O Salesforce
Index também revela que os entrevistados mais jovens têm maior confiança e
ambição para aprender novas habilidades -mais de um terço da Geração Z está aprendendo
e treinando ativamente as habilidades que serão necessárias nos próximos cinco
anos, em comparação com 12% dos baby boomers (53 a 71 anos).
A discrepância
geracional no Brasil é similar, com quase metade dos Gen Z (45%), ativamente se
preparando com as habilidades necessárias para o futuro, contra apenas 24% dos
baby boomers.
Curiosamente,
no Brasil, existe uma pequena parcela de respondentes (5%) que afirmam que seus
planos são permanecer na mesma carreira sem aprender nenhuma nova habilidade. Este
percentual é menor entre os jovens da Geração Z (3%) e maior entre os baby
boomers (9%). Globalmente, este percentual alcança 18%.
“Com mais de 25
anos de experiência em sistemas de TI e CRM, reconheço em atividades de
voluntariado e em implementações que apoiei o quanto o jovem se dedica a
desenvolver suas habilidades em tech”, aponta Rosângela Sousa, arquiteta sênior
de soluções na Salesforce. “Apoiar-se em ferramentas fáceis de usar e com menos
ou sem necessidade de código tendem a ajudar jovens profissionais a
solucionar desafios e inovar."
Habilidades em
tecnologia de colaboração são vistas como a habilidade digital mais importante
para os trabalhadores no ambiente de trabalho, hoje e nos próximos cinco anos,
segundo o Salesforce Index.
Mas, apesar da
destreza dos entrevistados com a tecnologia de colaboração cotidiana, como
mídias sociais, apenas 25% se classificam como avançados nessas habilidades
especificamente para o local de trabalho.
No Brasil, a
maior parte dos respondentes (66%) avaliam suas habilidades em tecnologia de
colaboração, considerada a terceira mais importante pelos brasileiros, como
iniciante e intermediário, e apenas 34% as classificam como avançadas. Ao
analisarmos a habilidade em e-commerce e comércio digital, 32% dos brasileiros
se classificam como avançados, enquanto os demais se consideram intermediários
(40%) ou iniciantes (28%).
Da equipe de jornalistas do
Diário do Comércio
https://dcomercio.com.br/categoria/gestao/63-dos-brasileiros-se-consideram-preparados-para-o-futuro-do-trabalho
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