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Preconceito impede autonomia para realização de atividades rotineiras, dificultando, inclusive, o vínculo afetivo, afirma especialista do CEJAM
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) apontam que cerca de 300 mil brasileiros vivem atualmente
com Síndrome de Down. A condição genética, causada pela presença de um
cromossomo extra, pode ser diagnosticada ainda no útero materno.
Caracterizada por olhos oblíquos, rosto arredondado e pés e mãos menores, a
diferenciação física torna-se coadjuvante na vida deste público, já que é o
preconceito o principal obstáculo para que tenham uma vida normal.
Nesse sentido, o Dia Internacional da Síndrome de Down, lembrado em 21 de
março, foi criado com o intuito de conscientizar a população sobre a
importância de integrar o grupo à sociedade e ajudar a minimizar as
dificuldades do dia a dia.
“O preconceito impede que estas pessoas alcancem o desenvolvimento da autonomia
e independência durante a vida, seja para trabalhar, desenvolver habilidades
acadêmicas e até mesmo manter o vínculo afetivo”, afirma o Supervisor Técnico
de Saúde Fernando Lemos Vila Nova.
Fernando pertence à Estratégia Acompanhante de Saúde da Pessoa com Deficiência
(APD) Campo Limpo, um serviço desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde,
em parceria com o CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João
Amorim", para promover a inclusão de pessoas com deficiência intelectual –
Síndrome de Down, Autismo e Paralisia Cerebral – na sociedade, reduzindo a
invisibilidade por meio do empoderamento pessoal e da cultura.
O serviço conta com uma equipe multidisciplinar, composta por enfermeiros,
psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e acompanhantes, que
realiza saídas com os pacientes para eventos, parques, palestras e oficinas.
“Nosso foco é dar suporte à socialização, por meio da ampliação do repertório
cultural e de vida aos pacientes, sempre com foco no desejo e solicitação do
mesmo. Realizamos, inclusive, ações de estímulo à autonomia no domicílio.”
Atualmente, o CEJAM gerencia as equipes Capão Redondo, Campo Limpo e M'Boi
Mirim, na zona Sul da capital paulista. Segundo Fernando, cada grupo é
responsável pelo atendimento mensal de cerca de 70 pessoas, totalizando 210
pacientes.
O Supervisor Técnico ressalta que o acompanhamento é realizado com o propósito
de incentivar o desenvolvimento cognitivo em todo o círculo de vida destas
pessoas, inclusive sensibilizando e conscientizando os que não possuem nenhuma
destas condições.
“Seja em território ou nas residências dos pacientes, nossas ações de
orientação e acompanhamento têm como objetivo evidenciar a autonomia e
independência dos pacientes, destacando sempre a importância de serem
protagonistas da sua própria vida.”
Qualquer pessoa com Síndrome de Down ou autismo pode participar da Estratégia
APD. Em casos de pessoas com deficiência intelectual, é necessário que os
pacientes possuam um grau considerado leve ou moderado.
A inserção de novos pacientes é feita via Sistema Integrado de Gestão de
Atendimento (SIGA), presente nas unidades onde os acompanhamentos acontecem ou
por meio de busca ativa dentro dos territórios de abrangência dos bairros Capão
Redondo, Campo Limpo e M'Boi Mirim.
CEJAM
- Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
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