Após o decreto entrar em vigor, ainda
existem dúvidas sobre como a regra será aplicada aos imunossuprimidos;
Especialista comenta decisão e pontua importância da vacinação contra a
covid-19
Após o uso de máscaras deixar de ser
obrigatório em ambientes fechados no Estado de São Paulo na quinta-feira, 17 de
março, surgiram dúvidas sobre como essa medida será aplicada aos pacientes
oncológicos.
A partir do decreto nº 66.575, que já
tem efeito imediato, o governador João Doria explicou a medida e pontuou que no
transporte público, assim como locais de acesso (estações de trem, metrô e
terminais de ônibus), hospitais e serviços de saúde, o uso de máscaras deve ser
mantido. No caso de aeroportos e aviões, a regra também deve ser seguida.
Vale pontuar que tanto nos espaços
fechados como abertos, que não entram nas exceções, o uso de máscara é
opcional. Porém, de acordo com o governador, é importante que a população
continue seguindo todos os cuidados, como a lavagem das mãos e o
distanciamento.
Quais são as
recomendações para os pacientes oncológicos?
De acordo com a Sociedade Brasileira de
Oncologia Clínica (SBOC), a orientação é de que os pacientes oncológicos
continuem usando máscaras, mesmo em locais abertos. "O cuidado também deve
ser mantido, por todos, em ambientes fechados, como hospitais, clínicas e
centros de saúde", reforça o comunicado da entidade.
Segundo o Dr. Filipe Prohaska,
infectologista do Grupo Oncoclínicas, no grupo dos imunossuprimidos, como é o
caso dos pacientes oncológicos, o uso de medicações acaba diminuindo a
imunidade e isso interfere diretamente na resposta das vacinas, inclusive na da
covid-19.
“Os pacientes oncológicos tomaram a
terceira dose antes da população geral e também a quarta dose, enquanto nós
ainda estamos discutindo essa possibilidade para todos. Essa decisão foi tomada
porque o câncer diminui a resposta imunológica e faz com que haja a necessidade
de reestímulo da imunidade com uma certa frequência. Isso não é uma
exclusividade da covid-19. Quem faz transplante de medula óssea ou uso de
quimioterápico à base de anti-plasmocitário, por exemplo, também precisa
realizar mais doses de hepatite b - em vez de três, é necessário cinco - e
também o dobro da dose normal. Isso acaba impactando na necessidade de fazer
mais doses de vacina em perfis específicos de paciente”, explica.
Quanto ao uso de máscaras, o
infectologista comenta que o cenário é bastante semelhante. “Se o sistema
imunológico não tem a resposta adequada, é necessário usar máscara para se
proteger. A ideia de que a vacinação se amplie no restante do público é que
essas pessoas imunizadas sirvam como ‘barreiras’ para impedir as pessoas
imunossuprimidas de ficarem doentes. É de vital importância reforçar a
necessidade de vacinação das pessoas que convivem com pacientes oncológicos e
imunossuprimidos e ainda a permanência do uso de máscaras nesse mesmo perfil de
paciente”, comenta o infectologista.
De olho na saúde
O Dr. Daniel Gimenes, oncologista da
Oncoclínicas em São Paulo, reforça ainda que é muito importante que os
pacientes com comorbidades de alto risco, sintomas gripais ou ainda que não
estejam com o seu esquema vacinal completo continuem usando máscaras como uma
maneira de prevenir a contaminação pela covid-19.
"Todos os pacientes oncológicos e
também aqueles que estão passando por tratamentos que resultem na baixa da
imunidade devem continuar seguindo as medidas preventivas. Ou seja, realizar a
higienização das mãos, álcool gel, evitar aglomerações e manter o uso de
máscaras. Reforço ainda que é extremamente necessário a vacinação contra a
covid-19, de modo geral, nos pacientes oncológicos. É fundamental ter um
cuidado criterioso com a saúde e continuar aplicando todas as maneiras de
prevenção", finaliza o oncologista.
Grupo Oncoclínicas
https://grupooncoclinicas.com/
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