Pequenas alterações vasculares ou venosas nada tem a ver com aneurisma cerebral
“O relato de que um aneurisma ‘desapareceu’ espontaneamente deve ser cuidadosamente analisado: é preciso ter acesso aos exames de quem faz essa afirmação, que chega a ser perigosa, pois, em geral, o aneurisma cerebral verdadeiro não regride espontaneamente”, afirma o neurocirurgião Dr. Ricardo Santos de Oliveira.
O médico relata que existem outras alterações que ocorrem na
circulação cerebral que não são aneurismas cerebrais e que, eventualmente,
podem desaparecer como, por exemplo, pequenas alterações vasculares ou venosas
que nada tem a ver com aneurisma cerebral.
Os aneurismas cerebrais são dilatações de artérias
intracranianas que surgem por uma alteração numa das camadas que compõem uma
artéria cerebral. Ele pode ser diagnosticado de forma incidental, quando ocorre
realização de exames como a ressonância nuclear magnética ou, até mesmo, a
tomografia de crânio.
O aneurisma cerebral pode se romper e
a hemorragia pode levar a cenários extremamente graves - e até mesmo a óbito –
em situações em que o paciente chega ao hospital, após o relato de uma forte
dor de cabeça, e se constata a presença de um aneurisma cerebral, através dos
exames radiológicos como a tomografia computadorizada do crânio e a
arteriografia cerebral ou a angiotomografia.
“Em geral quando, há o diagnóstico de um aneurisma cerebral,
a recomendação é o tratamento específico, que se dá
através de duas técnicas: a cirúrgica, que ocorre por meio da microcirurgia, da
identificação do aneurisma e da clipagem deste excluindo-o da circulação
cerebral. A outra técnica é chamada de técnica endovascular, que é feita
através da colocação de ‘molinhas’ dentro do aneurisma e a oclusão deste
aneurisma da circulação cerebral”, explica o neurocirurgião.
Segundo ele, existem alguns casos que são apenas dilatações
dos vasos não aneurismáticos, que podem ser acompanhadas com exames
radiológicos. Entretanto, na maioria dos casos, o diagnóstico de um aneurisma
cerebral verdadeiro deve ser tratado.
É importante frisar que alguns fatores de risco podem
aumentar a chance do sangramento de um aneurisma cerebral, tais como, a
hipertensão arterial, o diabetes, o tabagismo, e a obesidade.
Dr. Ricardo de Oliveira - Graduado em Medicina pela
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRPUSP).
Doutor em Clínica Cirúrgica pela Universidade de São Paulo, com pós-doutorados
pela Universidade René Descartes, em Paris, na França e pela FMRPUSP. É
orientador pleno do Programa de Pós-graduação do Departamento de Cirurgia e
Anatomia da FMRPUSP e médico assistente da Divisão de Neurocirurgia do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
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