A atriz Viviane Araújo, aos 46 anos,
engravidou por meio do método que despertou interesse midiático nas últimas
semanas
Ter um filho é o sonho de muitas pessoas, porém,
inúmeros fatores externos e internos podem dificultar que esse sonho possa ser
realizado de forma natural. Com isso, métodos de reprodução assistida como a
ovodoação, passaram a ser opções de mulheres que querem realizar o desejo de
serem mães, mesmo não possuindo mais óvulos ou entrando na menopausa.
“A ovodoação é um
procedimento em que mulheres doam alguns de seus óvulos para que eles sejam
fecundados e transferidos no útero daquelas mulheres que já não possuem reserva
ovariana suficiente para utilizar óvulos próprios”,
explica o Dr. Nilo Frantz, especialista em reprodução assistida.
De acordo com Frantz, o número de
doadoras ainda é pequeno no país e isso pode ser causado por inúmeros motivos,
sendo o principal deles a falta de informação.
Nas últimas semanas, a atriz Viviane
Araújo comoveu o país ao compartilhar que está esperando o seu primeiro filho
aos 46 anos de idade. Um sonho antigo que foi realizado por meio da ovodoação,
já que pela idade não possuía mais óvulos e também já estava na menopausa.
Viviane esperou completar o terceiro mês de gestação, no qual foi recomendado
muito repouso, para comunicar ao público.
Em recente entrevista, Viviane contou
que apesar de sempre ter tido o sonho de ser mãe, priorizou por muitos anos as
oportunidades de trabalho e o seu corpo, até então casar com seu atual marido e
decidir que aquele seria o momento ideal para a maternidade.
“O procedimento é
indicado para quem tem mais de 35 anos de idade (que não conseguem engravidar
naturalmente) ou já entrou na menopausa, não produzindo mais óvulos ou óvulos
de qualidade para a gravidez natural. Mulheres que já vivenciaram falhas de
tratamentos para engravidar ou abortos, falência prematura ovariana ou
alterações genéticas também podem realizar o tratamento. Assim como casais
homoafetivos constituídos por homens também podem receber a doação para a
fecundação do sêmen de um dos parceiros com o óvulo, onde a fecundação ocorra
no útero de outra doadora”, explica Frantz.
Etapas do
procedimento
Atualmente no Brasil, existem duas
modalidades de ovodoação permitida pelo Conselho Federal de Medicina, doação
compartilhada ou altruísta.
O CFM hoje permite que parentes doem
óvulos entre si, desde que não haja consanguinidade.
“Entre as regras,
o processo deve acontecer de forma anônima para que doadores e receptores não
se conheçam. A doadora fica ciente de que não terá nenhum vínculo com a
criança, além de ter características únicas que batam com as características da
receptora”, afirma o especialista.
Tanto a doadora como a receptora dos
óvulos necessitam passar por uma série de exames, como ginecológicos, de
imagem, de sangue e que sejam avaliado todo o seu histórico médico para que
todo o tratamento seja feito com total segurança e com chances de um resultado
positivo.
O procedimento de receber a ovodoação é
indicado para mulheres que estejam em idade avançada, aconselhado realizar o
procedimento até os 50 anos, que não possuam mais óvulos próprios por conta da menopausa
ou de doenças hereditárias, que apresentam falência ovariana precoce ou
apresentem alterações cromossômicas nos embriões.
FIV
Após a coleta, os óvulos são analisados
pelos embriologistas e em seguida é iniciado o processo de preparação do sêmen
para realizar a fecundação e caso observada a divisão celular, fazendo uma
Fertilização in Vitro (FIV), para que, por fim, seja feito a transferência do
embrião no útero da receptora e assim aconteça a gestação.
Quem pode doar?
Para ser doadora em um processo de
ovodoação, é necessário ter no máximo 35 anos e uma boa reserva ovariana,
avaliada através do exame de Anti- Mulleriano (HAM) e contagem de folículos
antrais. Além disso, a candidata a doar óvulos deve fazer testes para
marcadores de doenças infecto-contagiosas como AIDS, Hepatites, Sífilis, entre
outras. Também é preciso fazer testagens para doenças genéticas como Fibrose
Cística e no cariótipo de banda G.
Sendo assim, para complementar a
avaliação, quem deseja compartilhar seus gametas também precisa passar por
consultas com a psicóloga e a enfermeira responsável pelo setor de ovodoação. A
partir de todas essas informações decide-se se a mulher está apta a doar seus
óvulos.
Para realizar a coleta, a doadora passa
por uma indução de ovulação à base de medicamentos. Após a indução, depois de
10 dias é realizado o processo de aspiração, no qual é feita a coleta dos
conteúdos dos folículos. Para que a doadora não sinta dor, é realizada uma
sedação local.
Emocional e taxa de êxito
Como o processo é demorado e cansativo,
cuidar do emocional de todos os envolvidos no tratamento é essencial,
principalmente da futura mamãe, que pode ter receio de se sentir menos mãe por
não estar engravidando de forma natural.
“É importante
lembrar também que receber óvulos doados de uma outra pessoa não diminui em
nada o papel de mãe da paciente e nem a torna menos importante durante esse
processo”, frisa Frantz.
Nilo Frantz Medicina Reprodutiva
Av. Brasil, 1150 - Jardim América - São Paulo
Telefone: (11) 3060-4750
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