Esses resultados decorrem de uma análise de casos positivos de COVID-19 assintomáticos em pacientes com câncer durante o surto da variante alfa, entre dezembro de 2020 e fevereiro de 2021.
O novo estudo, liderado pelo professor
Mieke Van Hemelrijck da Escola de Câncer e Ciências Farmacêuticas, analisou
dados de pacientes com câncer que frequentavam o NHS Foundation Trust de Guy e
St Thomas.
Um efeito colateral comum do câncer e
dos tratamentos contra o câncer é a morte das células imunes, reduzindo a
capacidade do paciente de combater infecções como a COVID-19. Como medida de
precaução, os tratamentos e cuidados de acompanhamento para o câncer foram interrompidos
ou pausados durante
a segunda onda.
Para avaliar o risco de infecção em
pacientes com câncer, os autores analisaram as taxas de positividade do
COVID-19 durante a segunda onda (impulsionada pela variante alfa) do COVID-19.
Os dados foram coletados de 1.346
pacientes que testaram positivo com casos assintomáticos de COVID-19 e uma
regressão logística foi realizada. Este modelo estatístico foi usado para
analisar os fatores associados ao COVID-19.
Os resultados, publicados na Future
Oncology, mostraram que um aumento no número de testes feitos por pessoas
assintomáticas e que vivem a menos de 20 km (12,4 milhas) do epicentro da
variante alfa (a área do sudeste da Inglaterra associada ao surto inicial)
foram associados a taxas positivas mais altas.
Este último é um fator particularmente
importante, pois o Guy's Cancer Center atende muitos pacientes que vivem em
Kent e Londres, onde a variante alfa proliferou pela primeira vez.
No entanto, frequentar o NHS Foundation
Trust de Guy e St Thomas não foi associado a uma chance maior de pacientes com
teste positivo.
Esses resultados sugerem que as
diretrizes de EPI e distanciamento social reduziram efetivamente o risco de
pacientes com câncer contraírem COVID-19. Como consequência, os autores apoiam
o tratamento contínuo do câncer e os cuidados aos pacientes.
Essas
descobertas serão importantes para os esforços para melhorar o tratamento do
câncer e os resultados do tratamento, à medida que começamos a avaliar e
gerenciar o impacto dos atrasos e interrupções relacionados ao COVID-19.
Rubens
de Fraga Júnior é professor da
disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná e é
médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.
Fonte: Kathryn Tremble et al, The impact of
hospital attendance on COVID-19 infection in cancer patients: an assessment of
data from Guy's Cancer, Future
Oncology (2022). DOI: 10.2217/fon-2021-1329
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