Bariátrica só deve ser indicada após dois anos de tentativas
clínicas
Paciente deve estar com peso estabilizado até dois anos após
bariátrica para fazer cirurgia plástica reparadora
Dados
recentes da pesquisa Doenças Crônicas e Seus Fatores de Risco e
Proteção: Tendências Recentes do Vigitel, realizada pelo Instituto de Estudos e
Políticas de Saúde (IEPS), apontam que entre 2019 e 2020 foi registrado um
aumento no consumo de álcool de 18,8% para 20,9%. Houve também um crescimento,
no mesmo período, de pessoas que não praticavam atividade física, que passou de
13,9% para 14,9%. Com isso, a obesidade, uma das doenças crônicas mais prevalentes
no mundo, registrou alta de 20,3% para 21,5%.
O
processo de emagrecimento envolve vários fatores que estão, em geral, todos
associados à Medicina do Estilo de Vida. Então, um bom manejo da alimentação,
com mudanças reais de hábitos alimentares, o combate ao sedentarismo, ou seja,
iniciar uma atividade física de forma regular, manejo do estresse, melhora da
qualidade do sono, evitar tabaco e álcool e relacionamentos saudáveis também
podem interferir para a perda de peso.
A
endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato explica que a obesidade, por ser uma
doença crônica e de difícil controle, tem uma série de repercussões negativas
para a saúde do indivíduo, inclusive com a diminuição da expectativa de vida.
“Usar medicamentos é uma forma adequada de tratar a obesidade, os medicamentos
ajudam o paciente na melhora do estilo de vida. A pessoa que usa medicação,
orientada por um especialista, não deve ser vista como um fracassado ou com
falta de força de vontade”, comenta a médica.
Cirurgia
bariátrica – Está indicada para os casos de
obesidade grau 2, aquela com Índice de Massa Corpórea (IMC)
>35 e <40, quando associada a comorbidades relacionadas à
obesidade, inclusive psíquicas como é o caso da depressão, mas também diabetes,
apneia do sono, osteoartrose, hipertensão, ou na obesidade grau 3, quando o IMC é = ou
> que 40, mesmo que sem comorbidades, o que é raro.
“Lembrando que, em geral, a cirurgia bariátrica deve ser indicada após dois
anos de tratamento clínico sem sucesso”, explica Dra. Lorena.
Cirurgia
reparadora - Após uma grande perda de peso, o que
acontece depois da cirurgia bariátrica, a flacidez de pele é algo quase
inevitável. Nesses casos, a cirurgia plástica pode ser indicada para
reconstruir o dano causado pelo excesso de pele, trazendo dignidade para o
paciente ex-obeso.
O
Dr. Fernando Amato, cirurgião plástico e membro da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), explica que o excesso de
tecido que fica após o emagrecimento de uma pessoa que tinha obesidade, por
exemplo, pode causar outras doenças, entre elas dermatite e infecção de
repetição, principalmente, no abdômen. “o excesso de pele pode estar
relacionado a piora da autoestima e qualidade de vida”, salienta o especialista.
A
cirurgia plástica reparadora, por não ser considerada uma questão estética, mas
também de prevenção para outras doenças, pode ter cobertura pelo Sistema Único
de Saúde (SUS) e pelos planos de saúde, principalmente, para dermolipectomia
abdominal em pacientes com abdômen em avental. As demais cirurgias, mesmo que
em caráter reparador, podem ser difíceis de conseguir, e, muitas vezes, acabam
sendo judicializadas. São procedimentos que ainda precisam de uma atenção maior
dos órgãos regulatórios para ajudar esses pacientes
“Existem
vários tipos de cirurgias que estão indicadas para a retirada de excesso de
pele, entre eles a abdominoplastia, cruroplastia, braquioplastia, mamoplastia,
lipoaspiração, lifting facial, torsoplastia e gluteoplastia”, conta o médico, que
ainda faz o alerta: “A indicação é individualizada, ou seja, depende
da análise do especialista e das condições de saúde do paciente”.
Após
a realização da cirurgia bariátrica é preciso que o paciente fique com o peso
estabilizado de seis meses a dois anos para, só então, fazer o
procedimento de retirada do excesso de pele. O tratamento da obesidade é feito
por uma equipe multidisciplinar e reúne psicólogo, nutricionista,
fisioterapeuta, endocrinologista, psiquiatra, gastrocirurgião e cirurgião
plástico.
Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é
endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM) e
endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria. É
doutora pela USP e professora na Universidade Nove de Julho.
https://www.instagram.com/dra.lorenaendocrino/
Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral,
Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro
Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade
Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de
Cirurgiões Plásticos (ASPS).
https://www.instagram.com/meu.plastico.pro/
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