Objetivo do levantamento foi avaliar o conhecimento geral dos brasileiros sobre a dengue, como formas de transmissão, sintomas, tratamentos e prevenção
Pesquisa inédita realizada pelo Ipec
(Inteligência em Pesquisa e Consultoria), a pedido da biofarmacêutica Takeda e
com coordenação científica da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI),
avaliou a percepção de 2 mil brasileiros sobre a dengue e mostrou que, apesar
de amplamente divulgada, várias informações básicas sobre a doença ainda não
são de pleno conhecimento da população. Além disso, o estudo revelou que a
pandemia de Covid-19 contribuiu para a redução de cuidados com a doença e até
mesmo para mudar a percepção sobre ela.
Nesse contexto, 31% acreditam que a
doença deixou de existir no período e, mesmo que a maioria (53%) avalie que o
risco de contágio da dengue se manteve na pandemia, 22% acreditam que o risco
diminuiu. Entre as razões, 28% afirmaram não ter ouvido mais falar em dengue e
22% dizem que “toda doença agora é Covid-19” e não há casos de dengue.
De acordo com o Ministério da Saúde,
nas seis primeiras semanas deste ano foram registrados 70.555 casos prováveis
de dengue no Brasil, aumento de 43,5 % em relação ao mesmo período do ano
passado.1 Em 2021, houve uma queda no
registro de casos e mortes em relação a 2020. Foram 544.460 casos prováveis de
dengue, enquanto em 2020 os registros chegaram à marca de 1 milhão no país.2
A subnotificação por causa da pandemia pode ser uma das explicações para a
queda.
O fato de considerarem que a dengue
deixou de existir durante a pandemia pode levar ao relaxamento das ações de
controle ao vetor, aumentando o risco de contraírem a doença. Cerca de metade
dos entrevistados considera que os cuidados com a dengue diminuíram no cenário
da pandemia.
“Essa realidade revelada pela pesquisa
é preocupante. Com a urgência da pandemia de Covid-19, muitas doenças
infecciosas, como as arboviroses (dengue), foram colocadas em segundo plano e
até esquecidas. Precisamos retomar a discussão e os cuidados com a dengue,
focando em disseminar informações e campanhas de conscientização que estimulem
a prevenção”, afirma Alberto Chebabo, médico infectologista e presidente da
SBI.
O levantamento também apontou que 30%
dos entrevistados afirmaram já ter tido dengue. Destes, 23% contraíram a doença
duas vezes e 6% acima de três vezes. No geral, 70% conhecem alguém que já teve
a doença. A pesquisa mostrou que são necessárias ações de conscientização da
população, uma vez que dos 30% que relataram ter tido diagnóstico de dengue,
apenas 55% fizeram alguma mudança em casa após adoecerem.
O estudo foi realizado entre os dias 19
e 30 de outubro de 2021, com 2 mil pessoas, a partir de 18 anos, de todas as
classes sociais e regiões do país. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Acesse a pesquisa completa aqui.
Desconhecimento
sobre a dengue
O levantamento apontou dados
preocupantes sobre a falta de conhecimentos básicos sobre a dengue, mostrando
que há um gargalo na conscientização da população. A forma exata de contágio
não é de pleno conhecimento da população: 8% afirmaram que não sabem/não
lembram e 4% mencionaram contato de pessoa para pessoa -- o que é incorreto.
Picada do mosquito (76%) e água parada (24%) aparecem como as mais formas
citadas.
Mesmo tendo grande assertividade para
os locais com maior risco de contágio, mais de 50% associaram como situações de
risco: pessoas que nunca tiveram dengue, mais velhas e com imunidade baixa.
Além disso, 12% desconhecem a forma de contágio da doença.
Outro dado importante revelado foi que
6 em cada 10 entrevistados (59%) não sabem quantas vezes uma pessoa pode
contrair a doença e 16% afirmam que podem contrair um número ilimitado de
vezes. Apenas 2% reconhecem que uma pessoa pode pegar dengue até 4 vezes.
Em relação ao tratamento, muitos
acreditam que remédios são essenciais para o tratamento da dengue, seja
indicado por um médico (30%) ou para dor/febre (25%). Mas junto com isso, tomar
muito líquido (29%) e repousar (21%) também são ações consideradas importantes.
20% não sabem como é feito o tratamento da doença, mas 92% procurariam cuidados
especializados.
Quanto à prevenção, o levantamento
apontou que 9 em cada 10 (91%) brasileiros acreditam que a dengue pode ser
evitada. “A população sabe o que é a dengue e qual a forma de prevenção, mas
vemos poucas ações concretas para diminuir a proliferação do mosquito vetor. O
trabalho dos agentes de saúde é fundamental para mudar esse comportamento”,
afirma Rosana Richtmann, médica infectologista.
Conscientização e
Fake News
A pesquisa também avaliou o interesse
dos brasileiros na busca e interesse por informações sobre a dengue. Apesar de
62% declararem que não buscam informações sobre a doença, quando questionados
sobre o interesse 6 em cada 10 gostariam de receber informações por diversos
canais, sendo a internet citada por 70% dos respondentes.
A pesquisa também buscou entender o
quanto as fake news impactam a comunicação com a população. Quando
questionados sobre a verificação de assuntos de saúde, 81% disseram checar a
veracidade das informações. A internet foi citada como a maior fonte: Google
(32%) e sites de notícias (30%).
Para contribuir com a disseminação de
informações confiáveis e educativas a respeito da doença, a biofarmacêutica
Takeda lançou o site Conheça
Dengue. O
portal, que traz dados atuais, mitos e verdades, informações sobre sinais e
sintomas para identificar a dengue, tem como objetivo ser mais uma fonte
confiável de informações e ajudar na conscientização e combate à doença no
Brasil.
“Os resultados da pesquisa do IPEC
confirmam que ainda precisamos falar sobre a dengue e não deixar que a doença
caia no esquecimento da população. Existe um longo caminho para a
conscientização e estamos empenhados em contribuir com esse objetivo, levando
informações que ajudem a combater a dengue no país”, explica Abner Lobão,
Diretor Executivo de Medical Affairs da Takeda no Brasil.
SOBRE A DENGUE
A dengue é uma doença infecciosa, que pode evoluir para formas
graves, acometendo bebês, crianças e adultos. Existem quatro sorotipos do vírus
da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). 3,4 A dengue está
presente em mais de 100 países de regiões tropicais e subtropicais e está
diretamente relacionada a fatores climáticos, como chuvas, temperaturas mais
elevadas, umidade relativa do ar, além de outros fatores, como a crescente
urbanização não planejada, globalização, aquecimento global etc. Além do
impacto físico, a doença acarreta um importante ônus socioeconômico e impõe um
grande desafio para a saúde pública onde está presente.3
A dengue é transmitida a humanos por meio da picada do mosquito
infectado (fêmeas) Aedes aegypti. Outras espécies do gênero Aedes também
podem atuar como vetores, porém desempenham um papel secundário ao Aedes
aegypti. 3,4 A
dengue é a doença transmitida por vetor que cresce de forma mais rápida no
mundo, e sua incidência cresceu dramaticamente nas últimas décadas. Como a
grande maioria dos casos é assintomática ou leve e, mesmo os sintomáticos,
muitas vezes, não são notificados, os números reais são subestimados.3
A suspeita de infecção por dengue acontece quando o paciente
apresenta febre alta (> 38°C) acompanhada por pelo menos dois dos seguintes
sintomas: dor atrás dos olhos, manchas vermelhas na pele, náusea e vômito,
linfonodos inchados, dor de cabeça severa, dores musculares e articulares.1
Não existe um tratamento específico para a dengue. As medidas adotadas devem
visar o controle dos sintomas. Pacientes com suspeita de dengue devem buscar
orientação médica logo ao surgirem os primeiros sintomas da doença. Em casos de
dengue grave, o atendimento médico é fundamental para a manutenção do volume de
fluido corporal.3
A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do
mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada para impedir
possíveis criadouros, como em vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas,
piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como
tampas de garrafas.5
Takeda Pharmaceutical Company Limited
https://www.takeda.com/pt-br/
Referências
- Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico Vol. 53 Nº 06.
Disponível aqui. Acesso em fevereiro de 2022.
- Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico Vol. 53 Nº 01.
Disponível aqui. Acesso em fevereiro de 2022.
- World Health Organization - OMS. Disponível aqui. Acesso em fevereiro de 2022.
- Niyati Khetarpal. Dengue Fever: Causes, Complications, and
Vaccine Strategies. J Immunol Res. 2016; 2016:
6803098
5. Ministério da Saúde. Saúde de A a Z. Dengue. Disponível aqui. Acesso em dezembro de 2021.
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