Cerca de um terço das mortes por câncer no mundo são
causadas por riscos comportamentais e alimentares, os chamados riscos
modificáveis
70% das mortes por câncer ocorrem em
países de baixa e média renda. No Brasil, o número de novos casos pode chegar a
625 mil em 2022
Fevereiro é o mês da conscientização sobre o câncer. Segundo
dados da Union for International Cancer Control (UICC), 10
milhões de pessoas morrem de câncer todos os anos. É a segunda principal causa
de óbito em todo o mundo, sendo que 70% delas ocorrem em países de baixa e
média renda. No Brasil, dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam
625 mil novos casos a cada ano para o triênio 2020-2022. A boa notícia é que,
segundo a UICC, milhões de vidas podem ser salvas com a implementação de
estratégias que contemplem a prevenção por meio de fatores de risco
modificáveis e detecção precoce.
Para promover a construção de um acesso mais equitativo ao
tratamento do câncer no mundo, assim como maior conscientização sobre a redução
à exposição de fatores de risco, a UICC lança neste mês de fevereiro a campanha
“Feche a Lacuna de Cuidados”. "Pode parecer repetitivo, mas temos que
reforçar sempre mensagens que estimulem a conscientização. Além dos fatores
genéticos, alguns hábitos influenciam bastante no aparecimento da doença, como
a exposição ao sol e agentes químicos, tabagismo, sedentarismo, má alimentação
e consumo de álcool podem estar associados a alguns tipos de câncer”, declara
Rafael Schmerling, médico credenciado Omint, oncologista clínico da
Beneficência Portuguesa de São Paulo e presidente do Grupo Brasileiro de
Melanoma.
No Brasil, conforme as estimativas do INCA, o câncer de pele
não melanoma será o mais incidente no triênio 2020-2022 (177 mil), seguido
pelos cânceres de mama e próstata (66 mil cada), cólon e reto (41 mil), pulmão
(30 mil) e estômago (21 mil). São previstos cerca de 10 mil casos novos de
leucemia, sendo 5.920 em homens e 4.890 em mulheres. E para câncer de boca e
orofaringe espera-se em torno de 11.180 casos em homens e 4.010 em mulheres. Os
casos de câncer infantojuvenil esperados para o Brasil são 8.460, sendo 4.310
para o sexo masculino e 4.150 para o sexo feminino.
Redução à exposição aos fatores de risco
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) complementam
esse cenário do câncer no mundo e suas principais causas. Cerca de um terço das
mortes por câncer é causado por riscos comportamentais e alimentares:
obesidade, tabagismo, uso de álcool, sedentarismo e baixo consumo de frutas e
vegetais. Estão ainda entre os fatores de risco modificáveis as infecções, como
hepatite e papilomavírus humano (HPV). Os agentes infecciosos causam cerca de
2,2 milhões de mortes por câncer anualmente. Nos países de baixa e média renda,
são responsáveis por aproximadamente 30% dos casos de câncer.
Os fatores de risco não modificáveis estão relacionados à
genética, idade e sistema imunológico.
Detecção precoce
A detecção precoce é outra grande aliada para reduzir a
mortalidade por câncer. A OMS aponta três etapas neste processo:
conscientização e acesso a cuidados; avaliação clínica, diagnóstico e
preparação; e acesso ao tratamento.
“A detecção precoce é eficaz na maioria dos cânceres. Como
não existe um sintoma-chave que possa ser identificado em todos os casos, vale
a atenção para alguns sinais como: cansaço excessivo sem motivo, dores muito
recorrentes, sangramentos, perda de peso, vômito, manchas assimétricas na pele.
Por isso a recomendação do acompanhamento médico regular, de manter uma rotina
mais saudável, equilibrada e ao notar qualquer sintoma recorrente, consultar o
médico”, afirma Schmerling.
Apoio no ambiente de trabalho
As empresas podem
contribuir muito na luta contra o câncer. Para o diretor médico da Omint,
Marcos Loreto, “oferecer informações confiáveis sobre prevenção, sintomas e
tratamentos adequados da doença é o primeiro passo. Programas de apoio e
acolhimento são fundamentais para dar mais conforto a quem está com diagnóstico
confirmado, como a atenção à saúde emocional. Sob a ótica de que a saúde
compreende o bem-estar físico, mental e social das pessoas, é necessário estar
atento a casos que necessitam de acompanhamento específico”, esclarece
Omint
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