Do controle da glicose até o acompanhamento no
processo de perda de peso, esses profissionais são fundamentais na avaliação do
metabolismo e de quaisquer alterações hormonaisFreepik
Algumas doenças são silenciosas e se manifestam sem
que o organismo dê sinais visíveis. Um dos exemplos mais evidentes é a
diabetes, que teve um avanço de 11,6% no público adulto das capitais
brasileiras no ano de 2020, segundo dados da Pesquisa de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2020). Com o
cenário pandêmico propício para o sedentarismo e hábitos alimentares ruins, os
check-ups médicos anuais são ainda mais importantes para evitar surpresas ruins
como a “doença silenciosa”.
Algumas situações, como alterações hormonais em
exames de rotina, podem indicar que é hora de procurar um endocrinologista,
profissional que analisa os hormônios e metabolismo. O acompanhamento dos
médicos com essa especialidade também é importante para idosos, pessoas com
osteoporose, mulheres na menopausa, com alterações menstruais, excesso de pelos
no corpo ou dificuldade de ter filhos. Na lista abaixo, veja quatro outras
situações que indicam que é hora de ter uma consulta com um endocrinologista
já.
1. Níveis altos de glicose e colesterol
Alto nível de glicose no sangue, como casos de
pré-diabetes e diabetes, indica a necessidade urgente de acompanhamento médico.
O acompanhamento de endocrinologistas também é fundamental nos casos de
colesterol alto, sensação de agitação ou lentificação exagerada.
2. Excesso de peso em qualquer grau
Pacientes que estão em processo de perder peso
contam com o trabalho dos endocrinologistas para identificarem os motivos para
o acúmulo de gordura, seja por causas hormonais ou não. Esses profissionais,
nesses casos, fazem o acompanhamento dos pacientes a longo prazo com
medicamentos aprovados, eficazes e seguros.
“Nosso corpo faz de tudo para conservar a gordura que ganhou! Os processos de
acúmulo de tecido adiposo são facilitados e os de perda e emagrecimento ficam
mais difíceis à medida que se ganha mais gordura”, explica o endocrinologista
Luis Bianchi, da Clínica Corporeum, de Brasília. “Durante a perda de peso, os
hormônios que dão saciedade diminuem, o metabolismo basal cai e os hormônios da
fome aumentam. Por isso é bem mais difícil emagrecer do que engordar”,
complementa o médico.
3. Disfunções hormonais
Outro papel do endocrinologista é dosar hormônios
de acordo com as necessidades dos pacientes. Entretanto, é fundamental evitar
automedicação, sobretudo quando se trata de hormônios. “Hormônios são
extremamente potentes e podem desregular toda a engrenagem do nosso metabolismo
quando mal indicados”, adverte Bianchi. “Em alguns casos, recomendo que os
pacientes parem de tomar hormônios e tratem as complicações do uso incorreto,
dadas as proporções que a medicação indiscriminada dessas substâncias ganhou”.
Para as mulheres, que apresentam casos mais
frequentes de hipotireoidismo, vale dosar os hormônios da tireoide (TSH e T4
Livre) periodicamente. Nos demais casos, a dosagem é recomendada somente quando
há suspeita de alguma doença ou dificuldade de engravidar. A testosterona, por
exemplo, pode ser dosada quando há suspeita no aumento dos níveis, provocando
efeitos como excesso de pelos, engrossamento da voz, queda de cabelo e aumento
do clitóris.
Os homens também devem ficar atentos às suspeitas
de doença da tireoide e dosar os hormônios TSH e T4 Livre quando necessário.
Outros exemplos são a testosterona, LH e FSH, recomendados quando ocorre o
chamado hipogonadismo masculino. Os sintomas podem incluir indisposição, queda
de pelos, crescimento mais lento da barba, perda de massa muscular e/ou óssea,
diminuição de libido e potência sexual. Vale destacar, contudo, que quase todos
os homens adultos apresentam algum desses sintomas sem que exista doença
hormonal.
4. Mudanças na libido
A diminuição da libido pode estar ligada tanto a
doenças psíquicas, como a ansiedade e a depressão, como a distúrbios hormonais,
incluindo diabetes descompensada, excesso ou falta de hormônios da tireoide, ou
o já mencionado hipogonadismo.
Entre os cuidados para manter a libido saudável, o
profissional recomenda uma boa alimentação, aliada à prática de exercícios
físicos e um sono de qualidade, além do acompanhamento de doenças como
hipertensão e diabetes.
Em relação à mente indica a
prática de hobbies e atividades de lazer, a construção de boas relações e o
fortalecimento da autoestima, além da ajuda de psicólogos e psiquiatras quando
necessária. “Não se comparar com os outros também é importante, pois cada
pessoa tem sua individualidade em relação ao desejo sexual, e a cobrança piora
tudo”, acrescenta Luis Bianchi.
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