Mesmo mortas, toxinas ainda podem ter ação e
queimar os banhistas
O mês de janeiro é conhecido por ser o período de
férias e as famílias viajam para o litoral em busca de sol, mar, descanso e
diversão, mas é necessário tomar alguns cuidados para a viagem não se
transforme num problema. Na praia, é preciso estar atento às águas-vivas e
caravelas. Mesmo mortas, elas podem continuar liberando as toxinas que provocam
queimaduras na pele, alerta a professora Maria Fernanda Palanch, da São Judas,
mestre em Fisiologia Geral.
Por isso, a recomendação é não tocar nos animais encalhados na praia, pois as
toxinas ainda podem ter ação, mesmo depois de um tempo da morte do animal. Uma
vez em contato com as toxinas, não se deve esfregar o local do ferimento e é
recomendado lavar com a própria água do mar.
“A água doce potencializa a liberação das toxinas dos tentáculos. Recomenda-se fazer compressas com água do mar gelada para amenizar a dor. O cuidado deve ser redobrado com as crianças, pois essas são mais sensíveis às toxinas das caravelas e águas-vivas”, destaca a especialista.
Outro cuidado é ao avistar uma dessas espécies no mar flutuando na superfície é sempre bom se afastar. “Quando se percebe a presença desses animais na área de banho, o ideal é que os banhistas se afastem, já que os tentáculos podem ser bem compridos, podendo alcançar até alguns metros de comprimento e atingir as pessoas”.
Esses tentáculos apresentam substâncias urticantes presentes em estruturas
semelhantes a pequenas agulhas capazes de liberar toxinas na pele. Essas
toxinas podem provocar desde pequenas irritações na pele até sérias
queimaduras. Em geral, o contato com os tentáculos das águas-vivas deixa
vergões bem marcados na pele. As caravelas possuem toxinas mais fortes e podem
ser responsáveis por uma queimadura grave.
Bagres - No Verão, outro campeão de acidentes são os
bagres. Esses peixes são comuns em águas rasas nos fundos arenosos, ou podem
estar presentes na beira d’água, já mortos. “Os banhistas podem pisar num bagre
e se machucar com os espinhos presentes nas nadadeiras dorsais e peitorais. Os
espinhos podem provocar dor intensa e infecção, necessitando de auxílio especializado
de um médico para a retirada correta do espinho.
Para quem vai mergulhar nas áreas de costões rochosos, como ao lado da Ilha das Palmas, ou nadar próximo à Ilha de Urubuqueçaba, ou caminhar nessas regiões quando a maré está mais baixa e há exposição das rochas, é importante cuidar para não escorregar nas algas ou pisar nas cracas e mexilhões. Esses animais ficam presos nas rochas e um passo mal dado em cima deles pode provocar cortes na pele. A única recomendação é olhar onde está pisando e cuidado quando estiver mergulhando próximo aos costões.
Ainda nessas regiões de costões rochosos existem ouriços-do-mar que possuem seu corpo coberto por espinhos. “Na nossa região, acidentes com esses animais não são muito comuns, pois há poucos ouriços encontrados encalhados na praia. Porém para quem se aventurar próximo aos costões deve ter cuidado com esses espinhos que causam normalmente uma dor intensa. Há necessidade de retirar os espinhos da pele para evitar infecções”.
Como dá para perceber, para garantir que as férias de verão sejam uma boa
lembrança, é preciso cuidado na praia: onde pisa, nada e evitar o contato com
os animais marinhos, já que alguns podem causar acidentes bem chatos, que podem
atrapalhar a diversão”, finaliza Maria Fernanda.
São Judas
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