Procedimento de implante está entre os mais realizados no país, mas pode apresentar complicações
As cirurgias estéticas são um fenômeno mundial e,
no Brasil, os números são um reflexo desta onda e, ao total, conta com
2.565.675 procedimentos estéticos, cirúrgicos ou não, sendo as principais
intervenções realizadas a lipoaspiração, o implante nos seios e a
abdominoplastia.
Famoso entre celebridades e grandes personalidades
nacionais e internacionais, o implante de silicone nos seios está na lista de
procedimentos favoritos entre a população brasileira, porém vale ressaltar que
esse tipo de intervenção possui riscos e contraindicações como qualquer outra
cirurgia. Segundo Vivian Milani, médica radiologista especializada em mamas,
que atua na Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem
(FIDI), apesar de se tratar de um procedimento comum e considerado seguro, com
uma porcentagem de risco de apenas 2%, existem algumas complicações que podem
decorrer da colocação das próteses, quando nem tudo sai como esperado.
“Com o passar dos anos, os implantes podem
apresentar, roturas (rompimento de alguma estrutura anatômica), contratura
(rejeição) ou até uma mudança do eixo da prótese (rotação), por exemplo. Essas
alterações podem evoluir lentamente para rupturas maiores, causando dor e
desconforto”, destaca.
Trocar ou retirar?
Ainda de acordo com Dra. Milani, a retirada das
próteses acontece em casos mais extremos, mas existem, sim, fatores que podem
contribuir para este caminho, principalmente quando surgem essas ou outras
complicações decorrentes da cirurgia, como é o caso de infecções, contratura,
rotura e até mesmo dificuldade na cicatrização causada pelo volume muito grande
da prótese. Além disso, por questões estéticas, muitas mulheres decidem voltar
atrás e realizar a retirada. “Algumas ficam insatisfeitas com o tamanho das
próteses, outras ganham peso, o que resulta no aumento do volume das mamas e,
em alguns casos, também há o medo de desenvolver outras doenças associadas ao
silicone”, completa a médica radiologista.
Entretanto, a situação é mais crítica quando há o
agravamento de quadros como o desenvolvimento de linfoma anaplásico de grandes
células, infecção na mama resistente ao tratamento, rompimento ou contratura.
Nestes casos, o explante mamário deve ser feito o quanto antes, sendo realizado
por meio de um procedimento cirúrgico no qual, em geral, pode-se usar a mesma
cicatriz feita para a colocação da prótese de silicone.”
Cuidados básicos
Para evitar ser surpreendida por dores, incômodos
ou complicações mais sérias, Dra. Milani afirma ser essencial o acompanhamento
da prótese por meio de exames de rotina, como ultrassom e mamografia e até
mesmo ressonância magnética. Também vale considerar que próteses mais antigas
possuem data de validade e devem ser trocadas no período de 10 a 25 anos. “Já
os implantes mais recentes, chamados de texturizados (feitos de gel coesivo),
geralmente não necessitam ser trocadas tão cedo, embora uma consulta com o
médico que realizou o procedimento possa ser realizada a cada 10 anos, com o
intuito de garantir que tudo está dentro do esperado.”
Além disso, a médica alerta que a cirurgia, que
geralmente se configura como um procedimento seguro de acordo com as indicações
de um profissional adequado e especializado, não é indicada para pessoas
menores de 16 anos, gestantes e lactantes, pacientes com tumores nas mamas sem
o tratamento adequado ou com doenças reumáticas como lúpus eritematoso e
artrite reumatoide.
FIDI é uma Fundação privada sem fins lucrativos que reinveste 100% de seus
recursos em assistência médica à população brasileira, por meio do
desenvolvimento de soluções de diagnóstico por imagem, realização de atividades
de ensino, pesquisa e extensão médico-científica, ações sociais e
filantrópicas. A Fundação também trabalha na proposição de soluções inovadoras
para a saúde pública, como o sistema de análise de imagens de tomografia computadorizada
por inteligência artificial, e participou da primeira Parceria Público-Privada
de diagnóstico por imagem na Bahia.
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