No final de 2021, o número passou de 31.884 pessoas, segundo censo
De acordo com o Censo da População em Situação de
Rua, feito pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social
(SMADS) da Prefeitura, o número de pessoas morando nas ruas da cidade de São
Paulo atingiu a marca de 31.884 no final de 2021. A pesquisa foi realizada
depois do início da crise sanitária causada pela pandemia de covid-19.
“Entre as pessoas em situação de rua que já tive
contato, encontrei muitos músicos qualificados e pessoas com formação superior
completa. Percebo que um período em situação de rua, transforma a pessoa física
e mentalmente, adquirindo hábitos e modos que dificultam seu retorno ao
convívio social, profissional e familiar”, afirma a especialista Pérola
Felipette Brocaneli, professora de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Presbiteriana Mackenzie que realiza trabalho voluntário com população de rua e
famílias carentes há dez anos.
O levantamento apontou que aumentou a quantidade de
pessoas acompanhadas por alguém que consideram como integrantes da família,
mais um desdobramento da crise econômica e social da pandemia. Continua sendo o
perfil majoritário de pessoas em situação de rua o masculino, em idade
economicamente ativa e de média de idade 41 anos, mas o percentual de mulheres
passou para 16,6% do total.
Entre os principais motivos apontados pelos
entrevistados que estão em situação de rua, estão os conflitos familiares
(34,7%), a dependência de drogas e álcool (29,5%) e a perda de renda (28,4%).
“A moradia em situação de rua, pode ser temporária ou tornar-se um modo de
vida, pois a pessoa se incomoda com a situação ou se acomoda na situação,
assumindo um contexto de moradia na rua ou em albergues devido à dificuldade em
resolver os próprios conflitos e em obedecer às regras de convívio social”,
completa a especialista.
Ao serem questionados sobre o que os fariam sair
das ruas, os entrevistados apontaram como desejo emprego fixo (45,7%), moradia
(23,1%), retornar para a família ou resolver conflitos (8,1%) e superar a
dependência de drogas (6,7%). “As pessoas em situação de rua precisam de nossa
atenção e respeito, e ainda de nosso empenho para criar meios de tratá-los,
acolhê-los e ampará-los”, finaliza Pérola.
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