A preguiça ainda é encarada com preconceito pela sociedade, mas pode ser a porta para curar sentimentos de dor, diz psicanalista especializado em jogos de autoconhecimento
Nickson
Gabriel, psicanalista, especialista em jogos de autoconhecimento e fundador do
Instituto O Jogo da Vida, fala sobre os desafios da procrastinação, mal que
pode ser necessário para encontrar o caminho da prosperidade.
A
procrastinação, o ato de adiar tarefas, compromissos e planos, é
impasse na vida de milhares de pessoas no mundo todo. Com as
turbulências enfrentadas pela humanidade nos dois últimos anos,
muitas delas se sentiram paralisadas, começaram a entrar em
crise existencial e passaram a se perguntar com mais frequência sobre
o sentido do que fazem no dia a dia.
A
estagnação, no entanto, pode ser um bom sinal de que precisamos olhar para
dores profundas, para problemas de relacionamento ou situações de raiva do passado,
que nos impedem de prosperar e ter uma vida abundante.
Para
o psicanalista especialista em jogos de autoconhecimento, Nickson
Gabriel, a procrastinação não é apenas uma característica de pessoas
consideradas preguiçosas, mas também dos “workaholics”, que se afogam em
trabalho, mas nem sempre fazem o que é necessário fazer, para não encarar
sentimentos de dor.
“A
estagnação se manifesta nas pessoas, principalmente, como
retração do sentimento de raiva, feridas abertas que nos impedem
de estar com o coração presente para agir naquilo que precisamos”, afirma
Nickson Gabriel, que estuda jogos de autoconhecimento há quase 30 anos e é
fundador do Instituto O Jogo da Vida.
Desmistificando
a preguiça
A
sociedade ainda condena muito a preguiça e, para sair da
procrastinação, é importante desfazer este preconceito.
“É
fundamental, primeiramente, entender que não é apenas preguiça, mas sim algo
mais profundo, que precisa ser respeitado para que possa realmente ser
transformado. É preciso ir além da culpa. Depois, estando consciente
do tamanho do desafio, valorizar cada pequeno passo na direção daquilo que deve
ser feito”, explicou Nickson Gabriel.
O
especialista aproveita para dar um exemplo prático: “Coloque metas
menores em direção ao que precisa fazer. Se precisa escrever um texto, comece
com uma meta de apenas ligar o computador e abrir o arquivo de
texto. Em seguida, coloque uma meta de escrever a primeira
frase. Dê valor e comemore cada pequeno passo e logo o texto
fluirá”.
Encarar
o desafio pode nos colocar em contato com feridas emocionais e isso é
o que muitas vezes nos paralisa. Desde o início da pandemia, Nickson vem
atendendo dezenas de pessoas que se queixam de estagnação, de
crise de identidade, de insatisação com o trabalho e
medo da escassez.
Para progredir, prosperar
e ganhar dinheiro fazendo aquilo que gosta, as pessoas podem identificar as
culpas que sentem e aceitar seus momentos de preguiça, encarar suas dores e
reencontrar seu propósito de vida.
“As pessoas tendem a ridicularizar a preguiça, mas elas se movimentarem no sentido de reconhecer o tamanho do desafio, confiar na capacidade de sentir, perceber suas emoções, dores, raiva e a incapacidade de lidar com a agressividade, elas podem fazer girar a roda da prosperidade” afirma Nickson.
Segundo ele, diante da procrastinação, é importante ser
mais humilde, aceitar as próprias limitações, ser amigo se si
mesmo, ter calma consigo mesmo. Se existe dor, existe algo que precisa ser
cuidado acima de tudo e, depois, estabelecer metas melhores.
NICKSON GABRIEL
- psicanalista, com abordagem em Psicologia Junguiana e especialista em
jogos de autoconhecimento. Criador da metodologia “O JOGO DA VIDA” e, mais
tarde, fundador e diretor do INSTITUTO O JOGO DA VIDA que, através de seus cursos, já
capacitou mais de 4000 psicólogos e terapeutas de diversas partes do Brasil e
exterior, para atuarem com jogos no processo de desenvolvimento
humano. Também é constelador, teatroterapeuta e storyteller, com
experiência em gestão e implantação de projetos educacionais na
rede pública e privada. Atua fazendo pontes entre a psicologia
profunda, jogos e espiritualidade prática.
Nenhum comentário:
Postar um comentário