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quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Campanha nas redes sociais arrecada fundos para tratamento de bebê com doença rara e degenerativa

Família de Gabriela corre contra o tempo para impedir a progressão da doença cujo remédio custa R 9 milhões; trata-se da medicação mais cara do mundo

 

Com apenas três meses de vida, Gabriela Giannaccari já pode ser considerada uma vencedora. Desde que nasceu, a bebê convive com uma doença rara e degenerativa que causa atrofia muscular e a impede de realizar ações que o corpo humano não precisa ser ensinado a fazer, como engolir e respirar. Denominada de AME, a Atrofia Muscular Espinhal Tipo 1 é uma doença genética, progressiva e muitas vezes letal, que afeta aproximadamente um em cada 10 mil nascidos vivos. Inclusive, é a principal causa genética de morte em bebês.

A cada dia que passa, Gabriela perde funções que permitem que ela se movimente, respire e mame sem a ajuda de aparelhos. "Esta doença não espera. Como todos os pais do mundo, sonhamos que nossa menina possa crescer cheia de vida e ser feliz. Mas, infelizmente, sozinhos, nós não vamos conseguir", afirma a mãe, Juliane, ao lado de seu esposo, Gustavo Giannaccari. Ela se refere à medicação que impede a progressão da doença e paralisa a atrofia, chamado Zolgensma, cujo preço é de R 9 milhões. É a medicação mais cara do mundo.

Produzido pela suíça Novartis, o Zolgensma impede a progressão da Ame por construir uma cópia funcional do gene humano que produz a proteína responsável pelos neurônios vinculados à atividade motora - desde que seja tomado antes de Gabriela completar seis meses. Estudos apontados pela Anvisa mostraram que o uso da substância garante sobrevida aos pacientes. Entretanto, por ser uma medicação extremamente cara, os pais de Gabriela correm contra o tempo para obter ajuda por meio de doações.

"Um grupo de amigos e de familiares entrou em ação no Instagram, de forma voluntária, e aos poucos foram chegando mais colaboradores. Uma equipe não profissional nos dá o apoio possível, criando posts, imagens, vídeos sobre o dia a dia de Gabriela. A ajuda vem, inclusive, de pessoas que já passaram pela dificuldade de conseguir um tratamento de custo tão inacreditavelmente alto", diz a mãe.

Nas redes, eles tentam mostrar com leveza o dia a dia da Gabriela na UTI do hospital. "Divulgamos rifas de produtos variados que são doados para esse fim, e buscamos, incessantemente, conseguir ajuda e apoio. Temos esperança de que pessoas que já tenham se mobilizado com causas semelhantes nos ajudem também", explica Juliane.

Conforme ela conta, quando a notícia chegou à região de Guaxupé, cidade onde a família paterna da Gabriela morou desde 1987, a campanha ganhou muita força e as arrecadações aumentaram. Além da contribuição individual para a campanha, dezenas de lojas e grupos se juntaram em ações como rifas, sorteios, jogos esportivos beneficentes, doação de porcentagens do faturamento de seus negócios, fabricação de peças destinadas exclusivamente a vendas revertidas para a campanha. "A partir daí, recebemos o apoio de várias mídias locais, foram feitas publicações em revistas e jornais, entrevistas em rádios e na TV da região do Sul de Minas. Recebemos também apoio para a divulgação da campanha de várias figuras públicas e de mais de 50 influencers com número expressivo de seguidores", revela a mãe da bebê.

A primeira figura pública a apoiar a campanha foi Marcos Frota e, depois, Milton Neves, que se prontificaram a gravar vídeos para ajudar assim que souberam do caso - ambos são da região de Guaxupé. Depois, veio apoio de atores e atrizes como Humberto Martins, Giovanna Lancelotti e Pedro Lemos, e de cantores, como Trio Parada Dura, Gian e Geovani e de outros. Recebemos também apoio aberto do Corinthians Futebol Clube, com divulgação e entrada do time em campo com uma faixa alusiva ao caso. Flamengo e Ponte Preta também doaram camisas autografadas, que foram rifadas.

"Precisamos chegar a muitas pessoas. Não importa o valor das doações; contanto que as pessoas se mobilizem a ajudar nossa pequena, toda ajuda é valiosa. A cada dia, Gabriela perde funções que não voltam, mesmo com a medicação da Novartis (o que ela perdeu não retornará nunca mais). Por isso, precisamos de muita divulgação para salvá-la", diz Juliane.

Atualmente, a bebê Gabriela sente muitos incômodos na UTI porque precisa utilizar sonda no estômago para se alimentar e um respirador não invasivo, na cabecinha, para ajudar a respiração. "Ver minha filha vivendo desta forma é muito dolorido, mas tenho fé que conseguiremos o dinheiro para propiciar o melhor tratamento possível para ela".

Gabriela já tomou algumas medicações para retardar o avanço da doença, entre elas o EVRYSDI® (Risdiplam) e o SPINRAZA (Nusinersena). As duas medicações ajudam no controle da Ame, mas pelo diagnóstico extremamente precoce e pela idade da bebê, o melhor resultado possível é adicionar a esses dois a terapia gênica, o Zolgensma.

O Zolgensma não é disponibilizado pelo SUS, apesar de ter registro e ser autorizado para uso no Brasil. Com ele, Gabriela poderá voltar a ter movimentos, com a possibilidade de chegar até mesmo a andar, respirar sem ajuda de equipamentos e se alimentar por via oral. "As perdas que ela já tiver sofrido não serão totalmente revertidas, por isso o tempo faz toda a diferença", esclarece a mãe.

Para ajudar Gabriela, basta doar qualquer quantia nas seguintes contas:

PayPal

Vakinha

PIX (Itaú) - Não esqueça de colocar o A no meio de ame a Gabriela :)

Campanha Instagram: @ame.gabriela

 

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