A chegada do fim de ano aquece o setor
econômico com as compras de Natal e do Ano Novo, principalmente com o
recebimento do 13º salário, para quem trabalha sob regime CLT. Porém, devido à
crise econômica, agravada pela pandemia, há uma oscilação frequente da inflação
que reflete no aumento dos preços dos bens de consumo. Foto: Any Lane/ Pexels
Se você fez mercado nos últimos dois meses, sentirá diferença nos preços dos alimentos da cesta básica. Café em pó, açúcar, óleo de soja... ficaram mais caros. Já o feijão, arroz agulhinha, leite e a carne bovina tiveram preços reduzidos no mês passado, mas continuam inacessíveis para boa parte da população. É o que mostra a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita em abril, o percentual de famílias endividadas atingiu 67,3% em março - segundo maior patamar dos últimos 11 anos. Um estudo do Banco Central revela que famílias que fazem empréstimos reduzem o poder de compra, nos anos seguintes. Com a oferta de crédito com altos juros, a chance de crises econômicas daqui a um ou dois anos é maior.
Diante deste cenário, você deve estar
se perguntando: “como ficam as compras de fim de ano?”, caso pense em fazer
ceias/almoços ou presentear familiares e amigos. A
economista Gabriela Chaves, fundadora e CEO da NoFront - Empoderamento
Financeiro, dá 5 dicas importantes para não se endividar no fim de ano e poder
começar 2022 sem dívidas:
1.Avalie o seu orçamento
O clima de datas comemorativas desperta as compras, muitas vezes, por impulso. É importante avaliar o orçamento de dezembro, priorizando os valores para despesas com alimentação, saúde, transporte, moradia, educação, entre outros. Depois, calcule o saldo final e veja se é possível, conforme a sua realidade, destinar parte para a compra de produtos e serviços para as festas de fim de ano.
2. Decida o que é mais importante
Com parte do orçamento destinada para
as compras, faça uma lista dos itens mais importantes a serem adquiridos.
Depois, selecione quais precisam ser comprados nesse momento e quais podem ser
obtidos em outro momento.
3. Pesquise preços e produtos antes
Após a seleção, pesquise e compare os
preços dos itens, em pelo menos 3 estabelecimentos - sejam físicos ou digitais.
O importante é entender a variação de preços entre as lojas, que podem resultar
em uma economia significativa no seu orçamento.
4. Faça compras conjuntas
Uma outra estratégia é comprar em conjunto com outras famílias, em
atacados. Estes lugares possuem custos e benefícios melhores, se adquiridos separadamente. Para quem quer fazer compras online, esta é uma boa alternativa,
pois alguns sites possuem promoções e descontos para produtos acima de valores específicos e até fretes grátis.
5. Pense em alternativas
Durante a pesquisa de preços, observe se vale a pena comprar o item no momento ideal. Caso não possua saldo suficiente para destinar a outras compras de fim de ano e pense em usar o cartão de crédito ou pedir empréstimo, é preciso planejamento e organização financeira. No caso do cartão, restrinja um valor e planeje quitar a fatura do cartão em 2022, sem comprometer o orçamento com despesas essenciais.
Para empréstimos, faça comparativo das
taxas de juros entre as instituições financeiras, antes de assinar o contrato.
No site do Banco Central é possível comparar taxas de juros entre as
instituições financeiras na guia ‘Estatísticas’, em ‘Taxas de Juros’. Lá, você
observa as modalidades de crédito e quais são as taxas. Lembre-se que ao fazer
um empréstimo, você antecipa um custo futuro que deverá ser pago com um valor
maior.
Gabriela Chaves - economista formada pela
PUC-SP e mestra em Economia Política Mundial pela Universidade Federal do ABC.
É fundadora e diretora executiva da NoFront - Empoderamento Financeiro. Antes
de iniciar sua jornada com a plataforma, trabalhou na Bolsa de Valores como
analista de produtos. É pesquisadora do NEPAFRO - Núcleo de Estudos
Afro-Americanos, nas áreas de gênero, raça e trabalho. Em 2020, lançou o livro
“Economia do Setor Público”, pela Editora Senac São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário