57% dos brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de ameaça de morte pelo atual parceiro ou ex; 37% conhecem uma mulher que sofreu tentativa ou foi vítima de feminicídio íntimo.
Para 9 em cada 10, o
local de maior risco de assassinato de mulheres é dentro de casa, por um
parceiro ou ex
93% dos entrevistados
concordam que a ameaça de morte é uma forma de violência psicológica tão ou
mais grave que a violência física. 97% concordam que mulheres que permanecem em relações
violentas estão correndo risco de serem mortas e para 87%, terminar a relação é
a melhor forma de acabar com o ciclo da violência doméstica e evitar o
feminicídio.
Ao mesmo tempo, o momento
percebido como de maior risco de assassinato da mulher que sofre violência
doméstica pelo parceiro é justamente o do rompimento da relação para 49%,
embora para 28% seja a qualquer momento.
90% sabem o que significa feminicídio e apenas
7% nunca ouviram falar sobre a lei do feminicídio
Menos da metade sabe o
significado do termo “feminicídio íntimo”, mas após serem apresentados ao
significado, 98% dos entrevistados reconhecem a gravidade do assunto e para 96%
a frequência dos casos de feminicídio íntimo tem aumentado nos últimos 5 anos Entre
as mulheres, 93% consideram que esse crime tem aumentado muito nos
últimos 5 anos, enquanto entre os homens são 77%. Para 86%, os feminicídios
estão se tornando mais cruéis e violentos do que os cometidos no passado.
68% dizem saber ao
menos um pouco sobre a lei do feminicídio e apenas 7% nunca ouviram falar sobre
ela.
Para a maioria, diferentes grupos de mulheres
são igualmente vulneráveis
Embora as mulheres
heterossexuais, as moradoras da cidade e das periferias e as mulheres pobres e
negras sejam percebidas como mais vulneráveis, a maioria considera que todos os
grupos de mulheres correm o mesmo risco de feminicídio.
57% dos entrevistados conhecem uma mulher que foi vítima de ameaça de morte pelo (ex) parceiro; 37% conhecem uma mulher que sofreu tentativa ou foi vítima de feminicídio íntimo – entre as mulheres, são 43%
30% das mulheres já
sofreram ameaça de morte por ao menos um parceiro ou ex-parceiro; 7% foram
ameaçadas por mais de um parceiro
Uma em cada 6 brasileiras já foi vítima de tentativa de feminicídio íntimo
16% das mulheres declaram já
terem sofrido tentativa de assassinato por ao menos um parceiro; entre as
mulheres negras são 18%. Chama atenção que, entre as mulheres que já sofreram
ameaça de morte pelo atual ou ex-parceiro, mais da metade (53%) disseram também
terem sido vítimas de tentativa de feminicídio.
Mais destaques da pesquisa
Responsabilização dos homens x culpabilização da
mulher: 65% consideram que o homem
que comete feminicídio é o responsável pelo crime e deve ser punido. Contudo, 1 em cada 3 culpa a mulher pelo feminicídio: 30%
culpam ambos (homem e mulher) e 3% culpam a própria mulher.
Saídas para as mulheres sob ameaça: Para 91%, a
delegacia da mulher é o principal serviço que a mulher ameaçada de feminicídio
deve buscar; espontaneamente, 67% citam o telefone da Polícia Militar (190) como referência para
mulheres que estejam sendo agredidas ou ameaçadas por um (ex-) parceiro e
corram o risco de serem assassinadas.
População demanda aumento da rede de apoio e
melhoria dos serviços existentes: 85% acreditam que os serviços de atendimento à mulher agredida sejam bons, mas estão presentes em poucas cidades e não dão conta de
atender as mulheres em todo o país. Maioria é a favor da promoção de campanhas para sensibilizar a
população sobre essas questões e estimular a denúncia e também apoiam a capacitação dos profissionais dos serviços de assistência
para avaliarem o risco das mulheres, até porque, para 93% da população, mais importante do que punir o assassino é evitar o
assassinato da mulher.
Sobre o estudo
A pesquisa Percepções
da população brasileira sobre feminicídio foi realizada pelo Instituto Patrícia
Galvão e Instituto Locomotiva, com apoio do Fundo Canadá. Participaram do
estudo online 1.503 pessoas (1.001 mulheres e 502 homens), com 18 anos de idade
ou mais, entre 22 de setembro e 6 de outubro de 2021. A margem de erro é de 2,5
pontos percentuais.
’A pesquisa mostra
que a violência doméstica e o risco de feminicídio assombram o cotidiano das
brasileiras: 30% das mulheres já foram ameaçadas de morte por um parceiro ou
ex, sendo que 7% disseram já terem sido ameaçadas por mais de um parceiro.
Chama atenção que, entre as mulheres que já sofreram ameaça de morte pelo atual
ou ex-parceiro, mais da metade (57%) terminaram o relacionamento, mas 12%
disseram que não tomaram nenhuma atitude. E das mulheres que foram ameaçadas,
53% disseram também terem sido vítimas de tentativa de feminicídio, o que
reforça a importância de que as ameaças sejam levadas a sério, tanto pela
mulher como pelas autoridades quando ela faz uma denúncia”, alerta Jacira Melo,
diretora executiva do Instituto Patrícia Galvão.
Na avaliação de
Jennifer May, embaixadora do Canadá no Brasil, “os resultados da pesquisa,
organizada pelo Instituto Patrícia Galvão em parceria com o Fundo Canadá, nos
trazem análises fundamentais sobre a percepção social e os efeitos do
feminicídio em nossas comunidades e, mais ainda, uma oportunidade para
discutirmos as formas de combater essa violência tão atroz, que afeta mulheres
e meninas em todo o mundo”.
Acesse na íntegra o relatório da pesquisa
, com apoio do Fundo CanadáFonte: https://agenciapatriciagalvao.org.br/institucional/pesquisas/30-das-mulheres-ja-foram-ameacadas-de-morte-por-parceiro-ou-ex-uma-em-cada-6-ja-sofreu-tentativa-de-feminicidio/?utm_term=Aviso+de+Pauta++Pesquisa+revela%3A+30+das+mulheres+ja+foram+ameacadas+de+morte+por+parceiro+ou+ex%3B+uma+em+cada+6+ja+sofreu+tentativa+de+feminicidio&utm_campaign=Jornalistas&utm_source=e-goi&utm_medium=email
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