Beber menos de seis copos de álcool padrão australiano por semana está associado ao menor risco de desenvolver fibrilação atrial, mas nem todo álcool é criado da mesma forma, mostra uma nova pesquisa da Universidade de Adelaide.
Fibrilação atrial (FA)
é uma frequência cardíaca irregular e rápida que pode aumentar o risco de
acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca e outras complicações
relacionadas ao coração. Os sintomas incluem palpitações cardíacas, falta de ar
e fraqueza.
Pesquisas anteriores
mostraram que o consumo excessivo e grandes quantidades de álcool, aumentam o
risco de desenvolver fibrilação atrial, mas não estava claro se o consumo de
baixas quantidades de álcool aumenta o risco de desenvolver FA.
Este estudo, publicado
hoje em JACC: Clinical Electrophysiology, usou dados do UK Biobank, um banco de
dados de pesquisa em grande escala com informações de saúde coletadas de meio
milhão de voluntários do Reino Unido.
O autor principal,
Samuel Tu, do Centro de Distúrbios do Ritmo Cardíaco da Universidade de
Adelaide, disse que os pesquisadores descobriram que aqueles que consumiam
menos de seis bebidas alcoólicas padrão australianas por semana tinham o menor
risco de desenvolver FA.
"Também
descobrimos que o consumo de cerveja e cidra foi associado a um risco maior de
fibrilação atrial, em comparação com o consumo de vinho tinto e branco",
disse ele.
"Nossas
descobertas sugerem que o consumo responsável de álcool até seis doses por
semana é seguro em termos de minimizar o risco de fibrilação atrial. Para
aqueles que consomem álcool atualmente, beber vinho tinto ou branco pode ser
uma alternativa mais segura a outros tipos de bebidas alcoólicas".
"É importante
ressaltar que essas descobertas não se aplicam a pessoas que já sofrem de
fibrilação atrial, que podem descobrir que reduzir o consumo de álcool pode
reduzir seus sintomas".
Os pesquisadores
também investigaram se o número recomendado de bebidas por semana era diferente
para homens e mulheres.
"Uma questão
chave que buscamos responder neste estudo é se o efeito do álcool é diferente
em mulheres e homens em termos de desenvolvimento de fibrilação atrial",
disse Tu.
"A resposta é não
- menos de seis drinques por semana é o limite para homens e mulheres."
Rubens de Fraga Júnior - professor titular da disciplina de gerontologia
da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e
gerontologia pela SBGG.
Fonte: Samuel J. Tu et al, Risk Thresholds for Total and
Beverage-Specific Alcohol Consumption and Incident Atrial Fibrillation, JACC:
Clinical Electrophysiology (2021). DOI: 10.1016/j.jacep.2021.05.013
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