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quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Setembro amarelo: cresce o número de casos de ansiedade e depressão entre os brasileiros

 Piora na saúde mental pode ser reflexo dos efeitos negativos do afastamento social decorrente da pandemia

 

 

Pesquisas recentes revelam um aumento no número de casos de ansiedade e depressão no Brasil. É o que comprova dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apontam um crescimento no diagnóstico de depressão para 34,2% em seis anos.

 

Outra pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a COVIDPsiq, com mais de seis mil pessoas, concluiu que 65% delas tiveram uma piora da saúde mental, após adotarem as medidas de afastamento social. Os dados tornam-se ainda mais alarmantes, pois apenas 32,4% dos participantes relataram algum diagnóstico prévio de doenças mentais. 

 

E o mês de setembro, que leva a cor amarela como símbolo para conscientização da população da prática de suicídio, traz debates sobre este tema. Para as psicólogas, Katia da Silva Muchao e Raquel Martins dos Santos, da MedicalSeer, clínica de saúde com foco em tratamentos personalizados, o fim dos preconceitos com doenças mentais é fundamental para evitar as mortes por suicídio, especialmente em tempos de pandemia, quando os casos tendem a aumentar significativamente.

 

Desde o início de 2020, elas perceberam um aumento expressivo de casos de crises de pânico, ansiedade, depressão e estresse agudo em função do distanciamento imposto pelo coronavírus. "Por isso, este é o momento de prestar atenção nas pessoas que estão por perto, sejam elas amigos ou familiares", alerta Raquel.

 

Com este cenário preocupante, Katia salienta a importância de pedir ajuda ou oferecê-la a quem está por perto. "Muitas pessoas não buscam auxílio em saúde mental por se sentirem envergonhadas, fracas e incapazes de lidarem com suas questões pessoais ou por motivos religiosos também. Elas acabam com receio por conta de tabus existentes na sociedade e, muitas vezes, se fecham com problemas muito graves", explica. 


 

Sinais de alerta

 

Algumas vezes, as mudanças de atitude podem ser silenciosas, mas, ainda assim, são possíveis de serem identificadas. Os principais sinais são retraimento, queda na satisfação em viver, queda no desempenho escolar e profissional, mudança no sono (dorme a mais ou a menos), sentimento de culpa e vergonha, irritabilidade, pessimismo ou apatia, mudança no hábito alimentar, falar de morte ou suicídio, cartas de despedida e frases depreciativas sobre si mesmo.

 

Segundo ela, há vários transtornos psiquiátricos que podem ser indícios de ideação ou tentativa suicida, como o transtorno de personalidade borderline, depressão, psicoses, entre outros.

 

"Podemos também salientar que o abuso de álcool e drogas podem desencadear distúrbios psiquiátricos e assim os pensamentos e comportamentos suicidas podem ocorrer. Na grande maioria dos casos, há sinais que foram demonstrados. É preciso agir e olhar com cautela essas informações", salienta Katia. 

 

O uso excessivo de telas, como celulares, tablets e computadores, também pode afetar a saúde mental, especialmente quando se trata de crianças e adolescentes. “Entre os principais sintomas que podem ser causados pelo uso excessivo dos gadgets, estão: irritabilidade, ansiedade e tristeza, além da dificuldade de atenção", avisa Raquel. 

 

É preciso buscar ajuda profissional através de psicoterapia ou psiquiatra, de preferência logo que as manifestações do problema são percebidas. Depois disso, grupos de apoio, como a família e os amigos, podem ser imprescindíveis para prevenir as recaídas e formar uma rede de apoio

 

 

Medical Seer

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