Piora na saúde mental pode ser reflexo dos efeitos negativos do afastamento social decorrente da pandemia
Pesquisas
recentes revelam um aumento no número de casos de ansiedade e depressão no
Brasil. É o que comprova dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), que apontam um crescimento no diagnóstico de
depressão para 34,2% em seis anos.
Outra
pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
a COVIDPsiq, com mais de seis mil pessoas, concluiu que 65% delas
tiveram uma piora da saúde mental, após adotarem as medidas de afastamento
social. Os dados tornam-se ainda mais alarmantes, pois apenas 32,4% dos
participantes relataram algum diagnóstico prévio de doenças mentais.
E o mês de setembro, que leva a cor
amarela como símbolo para conscientização da população da prática de suicídio,
traz debates sobre este tema. Para as psicólogas, Katia da Silva
Muchao e Raquel Martins dos Santos, da MedicalSeer, clínica
de saúde com foco em tratamentos personalizados, o fim dos preconceitos
com doenças mentais é fundamental para evitar as mortes por suicídio,
especialmente em tempos de pandemia, quando os casos tendem a aumentar
significativamente.
Desde
o início de 2020, elas perceberam um aumento expressivo de casos de crises de
pânico, ansiedade, depressão e estresse agudo em função do distanciamento
imposto pelo coronavírus. "Por isso, este é o momento de prestar atenção
nas pessoas que estão por perto, sejam elas amigos ou familiares", alerta
Raquel.
Com
este cenário preocupante, Katia salienta a importância de pedir ajuda
ou oferecê-la a quem está por perto. "Muitas pessoas não buscam auxílio em
saúde mental por se sentirem envergonhadas, fracas e incapazes de lidarem com
suas questões pessoais ou por motivos religiosos também. Elas acabam com receio
por conta de tabus existentes na sociedade e, muitas vezes, se fecham com
problemas muito graves", explica.
Sinais
de alerta
Algumas
vezes, as mudanças de atitude podem ser silenciosas, mas, ainda assim, são
possíveis de serem identificadas. Os principais sinais são retraimento, queda
na satisfação em viver, queda no desempenho escolar e profissional, mudança no
sono (dorme a mais ou a menos), sentimento de culpa e vergonha, irritabilidade,
pessimismo ou apatia, mudança no hábito alimentar, falar de morte ou suicídio,
cartas de despedida e frases depreciativas sobre si mesmo.
Segundo
ela, há vários transtornos psiquiátricos que podem ser indícios de ideação ou
tentativa suicida, como o transtorno de personalidade borderline, depressão,
psicoses, entre outros.
"Podemos
também salientar que o abuso de álcool e drogas podem desencadear distúrbios
psiquiátricos e assim os pensamentos e comportamentos suicidas podem
ocorrer. Na grande maioria dos casos, há sinais que foram demonstrados. É
preciso agir e olhar com cautela essas informações",
salienta Katia.
O
uso excessivo de telas, como celulares, tablets e computadores, também pode
afetar a saúde mental, especialmente quando se trata de crianças e
adolescentes. “Entre os principais sintomas que podem ser causados pelo
uso excessivo dos gadgets, estão: irritabilidade, ansiedade e tristeza, além da
dificuldade de atenção", avisa Raquel.
É
preciso buscar ajuda profissional através de psicoterapia ou psiquiatra, de
preferência logo que as manifestações do problema são percebidas. Depois disso,
grupos de apoio, como a família e os amigos, podem ser imprescindíveis para
prevenir as recaídas e formar uma rede de apoio.
Medical Seer
instagram @medicalseer.
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