Endocrinologista dá dicas fáceis para ajudar
Sedentarismo, abuso de receitas
industrializadas e estresse diante da reviravolta que o mundo deu: estes três ingredientes levaram muitas crianças e adolescentes
a ganhar peso durante a pandemia de coronavírus. Uma pesquisa, realizada nos
Estados Unidos e publicada pela revista Jama, no mês passado, revelou que a
taxa de crianças com sobrepeso ou obesidade saltou de 36,2% para 45,7% na faixa
etária entre os 5 e 11 anos, na comparação entre março de 2019 a janeiro de
2020 com o período de março de 2020 a janeiro de 2021. Os pequenos ganharam, em
média, 2,3 quilos, durante o isolamento social, de acordo com o estudo, mas, no
Brasil, a situação pode ser mais grave.
Segundo a endocrinologista Camila
Clemente Luz, do Grupo Prontobaby, tem sido comum encontrar meninos e meninas
pequenos, de até 10 anos, que acrescentaram
entre dez e vinte quilos à balança no último ano. Parece muito, e é!
- Se a
gente pensar que uma criança de 10 anos pesa em média 40 quilos, um ganho de 20
quilos representa 50% do seu peso. É muito prejudicial à saúde, mas muitos pais
demoraram a perceber o tamanho do problema porque, durante o isolamento social,
deixaram de fazer as consultas regulares com o pediatra. Agora, que estão
começando a voltar, levam um susto - diz Camila, acrescentando que aumentou
também o número de crianças com resistência insulínica, o primeiro passo para
diabetes.
Se seu filho está no grupo dos que engordaram muito, não é preciso, no entanto, de
apavorar. Além de procurar a ajuda de um especialista, algumas mudanças de
hábitos também podem contribuir para uma alimentação mais saudável e a
consequente perda dos quilinhos a mais. A endocrinologista listou algumas
atitudes que podem ajudar no processo. Confira:
1) Fazer as refeições em família, com todos sentados à mesa, pelo menos uma vez ao dia. Nada de comer em frente à televisão ou computador. Isso faz com que a criança não preste atenção ao que come, levando ao aumento da ingestão de alimentos.
2) Envolva a criança na preparação dos
alimentos. Com isso, ela conhece texturas e sabores diferentes e acaba se
interessando com mais facilidade pelos alimentos mais saudáveis, como legumes e
verduras.
3) Varie a preparação dos alimentos e aposte naqueles com menos gordura. Substitua o bife à milanesa, por exemplo, por um grelhado.
4) Dê o exemplo. Não adianta oferecer salada a
seu filho e comer um prato gorduroso e calórico que ele goste.
5) Diminua o uso de telas. Isso vai ajudar a criança a se movimentar mais e a aderir à atividades físicas com mais facilidade.
6) Não tem onde levar os pequenos para se
exercitar? Não tem problema. As aulas on-line, muitas delas gratuitas, podem
ajudar.
7) Resgate os brinquedos de antigamente. Pular corda é um ótimo exercício. Investir, caso possa, em uma caminha elástica, daquelas de jump, também pode ser uma boa ideia.
8) Limite a ingestão de suco de frutas e prefira
dar a fruta em pedaços à criança. Diminuir gordura e limitar os carboidratos
também são boas iniciativas.
9) E o mais difícil: evite comprar guloseimas como biscoitos recheados e refrigerantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário