Usinas fotovoltaicas de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou da energia elétrica importada de países vizinhos atualmente
Um novo alerta foi emitido
recentemente pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) sobre a grave escassez de
água nos reservatórios de hidrelétricas brasileiras. Segundo a entidade
responsável pela operação da matriz elétrica do Brasil, a falta de chuvas
poderá levar o País ao seu limite já em novembro, prejudicando a geração de
energia elétrica. A situação crítica reforça o papel estratégico da energia
solar como parte da solução para diversificar e fortalecer o suprimento de
eletricidade no País, fundamental para a retomada do crescimento econômico
nacional.
A avaliação é do presidente do
Conselho de Administração da Associação Brasileira de Energia Solar
Fotovoltaica (ABSOLAR), Ronaldo Koloszuk. Segundo o dirigente, é mais barato
para o governo incentivar a energia solar, seja das grandes usinas contratadas
em leilão ou pela geração própria em telhados e pequenos terrenos, do que pedir
para a população economizar energia. “As usinas solares de grande porte geram
eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis
emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos atualmente,
duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”,
aponta.
“Graças à versatilidade e agilidade da tecnologia solar, basta um dia de
instalação para transformar uma residência ou empresa em uma pequena usina
geradora de eletricidade limpa, renovável e acessível. Já para uma usina solar
de grande porte, são menos de 18 meses desde o leilão até o início da geração
de energia elétrica. Assim, a solar é reconhecidamente campeã na rapidez de
novas usinas de geração”, acrescenta Koloszuk.
O Brasil possui cerca de 10 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte
solar fotovoltaica em usinas de grande porte e em pequenos e médios sistemas
instalados pelos próprios consumidores. Somados, os sistemas fotovoltaicos
representam mais de 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, segunda
maior do mundo e maior da América Latina.
De acordo com a entidade, a fonte solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 52,7
bilhões em novos investimentos e gerou mais de 300 mil empregos acumulados
desde 2012. Com isso, evitou a emissão de 10,7 milhões de toneladas de CO2
na geração de eletricidade.
No segmento de geração centralizada, o Brasil possui 3,5 GW de potência
instalada em usinas solares fotovoltaicas, o equivalente a 1,9% da matriz
elétrica do País. Em 2019, a solar foi a fonte mais competitiva entre as
renováveis nos dois Leilões de Energia Nova, A-4 e A-6, com preços-médios
abaixo dos US$ 21,00/MWh. Em julho de 2021, repetiu o feito nos leilões A-3 e
A-4, com os menores preços-médios dos dois leilões, abaixo dos US$ 26,00/MWh.
Com isso, a solar consolidou a posição de fonte renovável mais barata do
Brasil.
Já na geração própria de energia, são 6,5 GW de potência instalada da fonte
solar. Isso equivale a mais de R$ 33 bilhões em investimentos acumulados desde
2012, espalhados pelas cinco regiões do Brasil. A tecnologia solar é utilizada
atualmente em 99,9% de todas as conexões de geração própria no País, liderando
com folga o segmento.
Ao somar as capacidades instaladas das grandes usinas e da geração própria de
energia solar, a fonte solar ocupa o quinto lugar na matriz elétrica
brasileira. Recentemente, a solar ultrapassou a potência instalada de
termelétricas movidas a petróleo e outros fósseis, que representam 9,1 GW da
matriz elétrica brasileira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário